Pesquisar este blog

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Greve por tempo indeterminado na Universidade Estadual da Paraíba (Uepb)


Docentes da Uepb interrompem as atividades até que Reitoria negocie reajuste de 17,7% com a categoria

Os professores da Universidade Estadual da Paraíba (Uepb) estão em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na manhã da última terça-feira, dia 26, no campus de Bodocongó, em Campina Grande. Até que a reitoria atenda às reivindicações da categoria, em relação à reposição das perdas salariais e reajuste de 17,7%, além de melhores condições de trabalho, os docentes permanecerão fora das salas de aula.

A categoria defende ainda uma política justa e digna de assistência estudantil e o respeito à autonomia departamental. O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb), Seção Sindical do ANDES-SN, José Cristóvão de Andrade, explica que a decisão foi tomada em função de a Reitoria não ter encaminhado nenhuma contra proposta sobre a campanha salarial 2013, e manteve a posição de reajuste zero para os servidores da instituição.

“Essa greve surge pelo descaso e descompromisso da Administração Central da universidade com a data-base da categoria. Nós protocolamos a nossa posição em outubro de 2012, período em que se organiza o orçamento da universidade. Desde então não tivemos nenhuma mesa técnica”. Segundo Andrade, só em fevereiro deste ano a Reitoria se reuniu com o sindicato, ocasião em que afirmou que não tinha margem no orçamento de 2013 para atender às reivindicações dos docentes e dos técnicos.

O 1º vice-presidente da Regional Nordeste II do ANDES-SN, Josevaldo Pessoa da Cunha, reforça a necessidade da greve por parte dos professores e técnicos. “A greve é necessária para mobilizar a categoria e fortalecer o movimento. A universidade está passando por um momento difícil, com condições de trabalho precárias, carga horária excessiva dos professores, que prejudica atividades de pesquisa e extensão. A deflagração da greve é pela desconsideração da Reitoria e do governo do estado em atendimento à pauta de categoria, que está sendo colocada desde o ano passado”, afirma.

Em Assembleia realizada no dia 19 de fevereiro, a categoria avaliou o documento encaminhado pela Reitoria e decidiu por paralização de 72 horas (nos dias 21, 22 e 25 de fevereiro) com mobilização em defesa da campanha salarial. “Marcamos uma nova assembleia para o dia 26 para tentarmos uma negociação, mas a Reitoria diz que como o orçamento aprovado para 2013 não é orçamento defendido pela universidade, a categoria deve se conformar com o que tem. Para investimento de custeio, foram reservados R$ 30 milhões. A reitoria não busca outra solução”, afirma Andrade.

Segundo ele, em 2012, ano de eleição da Reitoria, a universidade contratou mais de 350 comissionados, abusou no aumento de gratificações e gastos com atividades que o movimento não considera como prioritário no que se refere ao papel da instituição, realizou dois concursos públicos e construiu dois museus no valor de no mínimo R$ 50 milhões. Também foram contratados 350 professores substitutos e 60 visitantes.

O presidente da Aduepb afirma que o movimento não aceita o discurso da reitoria e, por isso, deflagrou a greve, fortalecendo a greve dos técnicos, iniciada no dia 20 de fevereiro. “Apesar da autonomia financeira, estamos convivendo com a realidade de não ter democracia interna para discutir a alocação dos recursos. O que manda é a política da reitoria”, denuncia.

Além das questões salariais, os professores da universidade lutam ainda contra a precarização do trabalho docente, visto que a categoria tem convivido com o aumento da jornada de trabalho; a criação de um conselho social para descentralizar o poder financeiro da reitoria; a regulamentação imediata dos reajustes salariais concedidos aos ativos por resolução do Consuni para assegurar paridade aos aposentados; a revisão da lei de autonomia para garantir a consolidação da universidade e a melhoria do ensino, pesquisa e da extensão, entre outros. “A gente defende a revisão desde que a discussão envolva a comunidade universitária e a sociedade”, acrescenta Andrade.

O comando de greve se reunirá na tarde do dia 4 de março, na sede da Universidade, momento em que serão discutidas as deliberações do movimento. Caso a reitoria insista em não negociar com a categoria, Andrade conta que poderão ser realizadas audiências públicas na Assembleia Legislativa e também reuniões com a Secretaria de Educação e com o governo. “Vamos esgotar primeiro a possibilidade de negociações internas, tendo em visa a autonomia da universidade, para depois ir para este debate maior”, explica.

Cunha explica que o comando de greve tem ido aos outros campi da Uepb para discutir a consolidação da paralisação. “O objetivo é conversar sobre a situação com a Reitoria e criar comissões de mobilização, de finanças, de negociação e de imprensa, e integrar a categoria para criar condições de se estabelecer negociação sobre a pauta da greve. A gente continua defendendo que a universidade deve consignar no seu orçamento verbas para investimento na instituição e também para campanhas salariais dos docentes e técnicos”.

“O que a gente percebe é que, além da pauta salarial, há o clima de denúncias de assédio moral, de precarização do trabalho e de falta de condições dignas de ensino nos campi criados. Isso chama o movimento a uma reflexão muito grande da realidade hoje das universidades públicas”, conclui o presidente da Aduepb.

“Sem a greve, dificilmente esta situação de isolamento e desconsideração seria rompida. O que a categoria quer é ter a pauta atendida, melhorar as condições de trabalho e valorizar o trabalho dos professores”, acrescenta Cunha, diretor do ANDES-SN.

Fonte: ANDES-SN

CNTE esclarece decisão do STF sobre o piso do magistério

banner_nota_publica_cnte_pequeno


A CNTE lamenta a abordagem conferida pelos meios de comunicação à decisão do julgamento dos Embargos de Declaração opostos pelos Governadores à decisão de mérito da ADIn 4.167, que considerou a Lei do Piso constitucional, uma vez que a mesma tende a gerar interpretações contrárias ao cumprimento integral, imediato e, inclusive, retroativo da Lei 11.738.
Neste sentido, a CNTE esclarece o seguinte:
1. No julgamento dos Embargos, em 27 de fevereiro de 2013, o STF negou, na íntegra, o pedido dos Governadores para postergar a aplicação do piso salarial na forma de vencimento inicial das carreiras de magistério em mais um ano e meio, solicitação esta constante nos Embargos do Governador do Rio Grande do Sul.
2. A Corte esclareceu os estados e municípios sobre a vigência do piso como vencimento inicial das carreiras de magistério (sem qualquer tipo de gratificação ou abono), sendo esta a data do julgamento de mérito da ADIn 4.167, ou seja, 27 de abril de 2011.
3. Em consequência desta segunda decisão, os estados e municípios estão isentos de qualquer passivo retroativo no tocante ao pagamento do piso como vencimento de carreira (não cabem ações judiciais para requerer os impactos dos valores nominais do piso nos planos de carreira, entre julho de 2008 e abril de 2011).
4. Ao contrário do que tem divulgado a mídia, os gestores que não cumpriram o valor nominal do piso entre 2009 e abril de 2011, ainda que na forma de gratificações – como determinou a decisão cautelar do STF proferida em 17 de dezembro de 2008 –, estão sujeitos sim a ações judiciais para pagamento da diferença nominal sobre o piso nacional praticado à época, uma vez que descumpriram uma medida de caráter vinculante do STF.
5. A decisão liminar do STF, de 2008, teve caráter erga omnes (obrigatória a toda administração pública) e sua vigência estendia-se até o julgamento do mérito da ADIn 4.167. Portanto, o piso na qualidade de vencimento inicial de carreira teve vigência a partir de abril de 2011, porém sua referência nominal (podendo ser paga mediante gratificações) teve validade entre a sanção da Lei 11.738 (em 17 de julho de 2008) até o dia 27 de abril de 2011, quando o STF julgou o mérito da ADIn 4.167.
6. Para a CNTE, os trabalhadores obtiveram pleno êxito na ADIn 4.167, até porque a Lei 11.738 estabelecia prazo de três anos para a integralização do valor do piso como vencimento inicial de carreira, prazo este que terminou em 31 de dezembro de 2010, quatro meses antes do julgamento de mérito do STF que determinou a vigência integral do valor do piso na forma de vencimento das carreiras de magistério em todo país.
A CNTE aproveita a oportunidade para reiterar a convocação de todos os trabalhadores em educação do país, e a sociedade em geral, para a paralisação nacional dos dias 23 a 25 de abril pelo cumprimento integral da Lei do Piso, inclusive com a destinação mínima de 1/3 da jornada de trabalho do/a professor/a para hora-atividade (trabalhos extraclasses).
A recente decisão do STF fortalece a nossa luta, na medida em que nenhum gestor pode mais alegar pendências no julgamento do STF para deixar de aplicar integralmente a Lei do Piso.
Contamos com a força de todos/as!
CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

Construindo o feminismo


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Prêmio Heleieth Saffioti


Precarização do trabalho docente nas universidades estaduais da Paraíba


Professores do Departamento de História do CH da UEPB denunciam precarização do ensino na Universidade Estadual da Paraíba. Hoje, são exigidos dos professores um mínimo de 16 horas em sala de aula, comprometendo as atividades de pesquisa e extensão e a qualidade do próprio ensino.

Ao mesmo tempo em que denunciam, fizeram um abaixo-assinado.
Na oportunidade solicitam reflexões por parte da academia e da comunidade geral sobre os rumos da precarização do trabalho docente na Paraíba e que pode ser um laboratório para outros casos no resto do país. Leia a matéria:

A Universidade Estadual da Paraíba vem experimentando um notório crescimento qualitativo, especialmente na última década. Mesmo subtraída por diversas interpretações que procuraram sustentar repasses do orçamento estadual menores do que os devidos, a Lei estadual 7.643, de 6 de Agosto de 2004, conhecida como Lei de Autonomia Financeira da UEPB, permitiu que recursos públicos fossem investidos para o desenvolvimento, ainda hoje desigual, dos três pilares indissociáveis de uma instituição que se arrogue o título de “Universidade”, conforme previsto no artigo 207 da Constituição Federal: Ensino, Pesquisa e Extensão.

Não obstante esses avanços, há muito ainda a se fazer. Existe um grande contraste entre as precárias condições de trabalho e as realizações promovidas por seu corpo docente, que desempenham, cada vez mais, inúmeras tarefas administrativas e de orientação, que incidem em uma carga horária de trabalho, não raras vezes, muito superior a 40 horas semanais. Porém, ao invés de suplantar este desequilíbrio, nos vemos, hoje, compulsoriamente, na contramão do processo de renovação da UEPB, construído na última década. A falta de repasse do duodécimo do mês de dezembro de 2010 pelo ex-governador José Maranhão, e os cortes promovidos pelo governador Ricardo Coutinho no orçamento da UEPB, que, além disso, não reconheceu a dívida do Estado com a universidade desde 2004, agravaram esse retrocesso.

Diante deste quadro, a comissão constituída em 16 de janeiro último, em um dos primeiros atos do novo reitor, Antonio Guedes Rangel Júnior, ex-pró-reitor de planejamento, para avaliação da distribuição da carga horária docente da UEPB, optou pelo caminho da execução sumária da qualidade de todas as atividades docentes extraclasse, que são, por definição, atribuição do ofício de professor de Ensino Superior. Ao invés de se corrigir distorções contra eventuais privilégios obtidos por escusos vícios ou meios, fez-se tábula rasa: foram declarados suspeitos de não fazerem jus aos seus proventos todos os docentes da instituição que tivessem menos de 16 horas em sala de aula, com exceção daqueles que ocupam cargos administrativos e estivessem ministrando aulas, neste semestre, em cursos de mestrado. Ao não se levar em conta o histórico de desempenho das demais atividades de pesquisa e de extensão, a decisão de atribuir a todos uma carga horária elevada para os padrões do Ensino Superior no Brasil acabou por tratar a todos os professores da UEPB como sanguessugas do erário público, condenando-os a assumir turmas e componentes curriculares variados para justificar seus regimes de trabalho e honorários, em uma despropositada afronta à própria Resolução 054/2010 – já bastante restritiva – e, muito mais grave, ao lento processo de inovação do conhecimento. Tudo o que foi discutido e planejado pelos departamentos e pelos grupos de pesquisa e de extensão foi comprometido de última hora, às vésperas do início do semestre letivo. Trata-se, portanto, de um retrocesso que terá impacto profundo na qualidade de formação dos estudantes e da própria vida da UEPB.

A adoção de tal critério compromete a qualidade da produção de pesquisas, de atividades de extensão e do próprio ensino. Sem o respeito ao tempo necessário para as especificidades dessas tarefas, o professor é reduzido à condição de reprodutor do conhecimento produzido em outros centros de investigação, não permitindo sequer o acompanhamento da produção em curso, ou ao menos sua crítica. Não há sentido para a sociedade paraibana subsidiar a existência de uma universidade pública se ela se limita a reproduzir o conhecimento produzido em outras instituições. É obrigação de uma universidade pública formular questões sobre as bases em que a sociedade se estrutura, e não se contentar apenas a repetir ou reproduzir a ordem existente. A universidade não existe apenas para formar técnicos especializados em algum saber que lhes garantirá algum cargo e um salário correspondente. Ao contrário, ela deve formar profissionais conscientes do impacto de seu ofício em meio às relações sociais. Ela existe e precisa, necessariamente, ser pública, para que exista a liberdade de crítica à ordem existente, e possa permitir formar profissionais e debates que convirjam em contribuições para mudanças de rumos a construção de uma sociedade futura mais justa e igualitária. Isso se torna ainda mais imperativa em um estado como o da Paraíba, com tantas urgências sociais e conservação de formas de dominação oligárquica.

Há, portanto, um caráter indissociável entre pesquisa e ensino, para que possa, aliás, ser estendido à comunidade em geral, conforme estabelecido pela Constituição Federal. A própria LDB estabelece que o mesmo deveria ocorrer em todos os níveis: também aos trabalhadores da Educação Básica deve haver tempo para o desenvolvimento de atividades de pesquisa para uma melhor qualidade de ensino. Obrigar o quadro docente da UEPB a ministrar, no mínimo, 16 horas semanais em sala de aula concomitantemente às atividades de pesquisa e extensão é comprometer a qualidade no desempenho de todas essas tarefas em nossa universidade e obstruir as lutas de décadas pelo avanço da garantia de melhorias da qualidade de ensino da Educação Básica.

Estamos diante de um processo de precarização daquilo que já é precário. Assim, a administração central da UEPB, em meio à política de desrespeito do governo estadual à Lei de Autonomia, promove o desestímulo de seus quadros ao exercício de sua profissão; restringe, deliberadamente, seu potencial e o investimento, na maioria das vezes público, em sua formação e titulação; desvaloriza os recursos humanos integrados através dos últimos concursos públicos; concita seu corpo docente a executar friamente as atividades previstas na questionável e restritiva Resolução 054/2010; estimula a fuga de cérebros para instituições que, mesmo sem as condições ideais, ofereçam garantias mínimas para o exercício de suas atividades profissionais.

É por isso que nos posicionamos contrários às medidas compulsórias de desvalorização dos quadros docentes da UEPB. Queremos uma Universidade plena, que possa servir à sociedade paraibana como um instrumento transformador da realidade.

Em defesa da Universidade pública, autônoma e livre, contra seu sucateamento, em respeito ao investimento público que paga os proventos de seus docentes e à valorização de seu ofício, nós, abaixo-assinados, recusamos a política em curso de tornar seus profissionais mero reprodutores de conhecimento em sala de aula, quando têm o potencial para produzi-lo.

Reivindicamos, de modo irrevogável, que a UEPB assegure condições para o pleno exercício em equilíbrio das atividades de ensino, pesquisa e extensão, e respeite as decisões autônomas dos departamentos e o estabelecido na já restritiva Resolução/UEPB/CONSUNI/054/2010; do mesmo modo, reivindicamos o pleno respeito por parte do governo estadual da Lei de Autonomia Financeira da UEPB e dos princípios de liberdade e autonomia para a produção do conhecimento.

Conclamamos o apoio de toda a sociedade para mobilização em defesa de uma UEPB pública, gratuita, de qualidade e socialmente referendada, e concitamos nossa Associação dos Docentes da UEPB (ADUEPB), a manifestar-se e agir em nosso apoio para que o governo estadual respeite a Lei de Autonomia Financeira da UEPB e que nossa reitoria respeite a autonomia de nossos Departamentos e nossos profissionais.
Se concordarem com os termos, por favor, ajudem-nos com sua assinatura, com o debate em sua comunidade e com sua divulgação. Afinal, esta questão envolve o próprio sentido da existência de uma universidade pública na Paraíba.
Por uma UEPB pública, gratuita, de qualidade e socialmente referendada!

Tiago Bernardon de Oliveira
Prof. História - CH - UEPB

Identidade de Gênero na Sociedade Contemporânea

PPGMLS e Museu Pedagógico da Uesb Convidam:
                           

Palestra: Identidade de Gênero na Sociedade Contemporânea




Local:
Museu Pedagógico da UESB – Praça Sá Barreto, s/n – Bairro Cruzeiro – Vitória da Conquista, Ba.

Outras Informações:
 (77)3421-3894 (Museu Pedagógico da UESB)
                          Prof. Dr. Jorge Garcia Marín – USC /Es


28/02 (quinta-feira):
                                   
Horário. 17:30h

Local:
Museu Pedagógico da UESB – Praça Sá Barreto, s/n – Bairro Cruzeiro – Vitória da Conquista, Ba.

Outras Informações:
 (77)3421-3894 (Museu Pedagógico da UESB)               


Promoção: PPGMLS/UESB
                                                      
                       Apoio: Museu Pedagógico
                                        
                                                   
                                         

                                                                           

sábado, 23 de fevereiro de 2013

EDUCACIÓN: Proyecto de Reforma


Mumía Abú-Jamal
2-2-2013


Si examinamos los actuales sistemas de educación pública de los Estados Unidos de Norteamérica, especialmente los sistemas de las comunidades Negras y Latinas, es difícil encontrar otro sistema que sea peor, o que fuera más disfuncional.

Nosotros, en verdad, tenemos un sistema de mala educación, sistema diseñado para hacer más mal que bién.

Muchas ciudades tienen un promedio del 50% de alumnos que dejan las escuelas. En ciudades como Baltimore, esos promedios se elevan a más del 70%.

Que ocurra ésto en la nación más rica del planeta, es un escándalo.

¿Porqué ocurre ésto?

Porque las elites políticas de los Estados Unidos, al servicio de las elites de los negocios, tienen la intención de vender los intereses educativos de la sociedad norteamericana a las industrias de la privatización.

En una palabra, simple y llanamente, todo es sobre el dinero.

Es una forma de política que literalmente vende la herencia educativa de los niños.

Es una política en la que los intereses de los negocios reinan supremos aún sobre la más fundamental de las funciones del estado --la educación de sus jóvenes.

¿Cómo empezamos a tratar esta larga serie de fracasos?

En el apogeo del Movimiento, grupos en todo el país crearon sus propias escuelas; las llamadas Escuelas de la Libertad.

Las Escuelas de la Libertad daban lecciones basadas en el mundo real, en la vida de todos los días, lecciones sobre historia, política, cambio social, y temas parecidos.  Y daban a la juventud una idea clara sobre cual era su posición en la vida.

Como ya envejecen los norteamericanos nacidos después de la Guerra Mundial, los llamados, "Baby Boomers", ellos tienen la gran oportunidad de ser un valioso recurso educativo para reconstruir las Escuelas de la Libertad, con buenos personales, donde se pueda enseñar.

De esa manera, dos grupos sociales se ayudarían mutuamente, los Baby Boomers ayudarían a los menores, y los menores proveerían la gran oportunidad a los mayores de servir como voluntarios a la juventud.

Nuestro sistema de educación pública es casi totalmente ineficiente porque el sistema político ha corrompido su función básica en la sociedad.

El pueblo, en comunidad, en un movimieno social, puede rescatar esta decadente institución, recreándola para servir las necesidades de los niños.

Haciendo éso, aprendemos lecciones valiosas del pasado, para incluírlas en el futuro, para enlazar dos generaciones y así hacer un todo más fuerte.

Precisamos falar sobre Kevin


Jacques Gruman
Um fulano qualquer pega um canudo. Dentro dele, uma geringonça de uns 20 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Aponta para uma pequena multidão e dispara. O míssil improvisado sai a 360 km por hora e destrói o crânio de um adolescente. O que se pode dizer de um boçal desses, “artilheiro” de arquibancada, protegido pela sua tchurma corintiana ?
“Um acidente, uma fatalidade”, teve a desfaçatez de sentenciar o presidente do Corinthians, de olho gordo nos cifrões já arrecadados pela venda antecipada de ingressos para os próximos jogos do time na Libertadores. É a mesma retórica dos “efeitos colaterais” dos assassinatos extra-judiciais cometidos pelos Drones, autorizados pela Casa Branca. Regret to inform que civis inocentes são chacinados para garantir a pax americana. Tudo vale a pena, se a ganância não é pequena.
Na distante Oruro, um adolescente boliviano foi massacrado por um bandido fantasiado de torcedor. Ao invés de tentar justificar o injustificável, dirigentes corintianos deveriam assumir seu quinhão de responsabilidade pelo crime e as torcidas organizadas, essa praga com figurino miliciano, banidas por prazo indeterminado. Só medidas radicais podem estancar a sangria dos desatinos que, há muito tempo, tornaram os estádios de futebol campos de guerra, frequentados pelos mais baixos instintos de gente violenta e desabituada ao convívio civilizado.

Como bem disse mestre Tostão, o que acontece em campo é reflexo das relações sociais gerais. A violência no futebol não é um raio em céu azul. Explode em espaços públicos, como prospera nos privados. A eleição de Renan Calheiros (com apoio de partidos “progressistas”), a devastação do crack, a canelada de um brucutu: variações em torno do mesmo tema. Quando o velho Maracanã ainda não era o projeto elitista que será seu destino próximo, clássicos reuniam 130 mil, às vezes 150 mil pessoas, sem grandes riscos de batalhas campais. Exceções existiam, claro, mas eram isso: exceções.
Será que alguém vai ser punido ? Duvido muito. Pelo meu gosto, não apenas o idiota que lançou o sinalizador naval, mas o Corinthians e suas torcidas organizadas, deveriam ser severamente punidos. Não custava muito seguir o exemplo de países europeus, que não refrescam nessas situações. Ocorre que estamos no Brasil. Quem sabe o que é isso é Christiane Ferraz Magarinos. Ao ser parada numa blitz da Lei Seca, agrediu, xingou e tentou subornar policiais. Foi para a delegacia com um sorriso irônico nos lábios. “Neste país, só pobre ou favelado fica preso. Eu sou rica e influente”. Difícil encontrar melhor definição para uma sociedade de classes. E a luta entre elas favorece, nesta hora histórica, dona Christiane. Thor Batista manda lembranças.
Em meio a tanta sujeira, um espasmo de dignidade. O jogador Fábio Santos, do Corinthians, teve a coragem de dizer: “Se for necessário que o Corinthians seja expulso da Libertadores para que acabem com as mortes, sou totalmente a favor”. Houvesse seriedade, era o caso de parar todas as máquinas enquanto não se resolvesse, de uma vez por todas, a matança insinuada em cada partida de grande porte. Mas aí já seria pedir demais. Está todo mundo deslumbrado com as piruetas esportivo-comerciais-capilares do Neymar, com a blogueira cubana que virou queridinha da direita brasileira (que já a lançou para a presidência de Cuba ...), com o BBB bialista, e tantas outras cortinas de fumaça. Em dois dias, Kevin Douglas Beltrán Espada, o adolescente assassinado, desaparecerá do noticiário e sua morte terá sido em vão.
Em meio a tanta sujeira, um espasmo de dignidade. O jogador Fábio Santos, do Corinthians, teve a coragem de dizer: “Se for necessário

O tempora, o mores!

Universidades brasileiras sob o julgo de burocratas


Universidades de SP e Fapesp têm R$ 7 bi em caixa

As três universidades públicas paulistas - USP, Unesp e Unicamp - encerraram o ano fiscal de 2012 com R$ 6 bilhões em caixa. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) também tinha saldo positivo em 31 de dezembro, de R$ 1,02 bilhão. Os números foram apresentados em janeiro ao governador Geraldo Alckmin. Segundo aliados, ele reagiu com irritação, por julgar que as instituições deveriam investir mais em infraestrutura e na ampliação de projetos.
Os dados foram extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) de São Paulo. A principal fonte de recursos das universidades e da Fapesp é o repasse de 10,57% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido pelo governo. Quanto maior a arrecadação, mais dinheiro entra nos cofres das instituições.
A avaliação de parte do governo é de que os contribuintes estariam pagando um tributo que não estaria sendo utilizado. Alckmin teria ficado incomodado com o fato de que dirigentes das instituições costumam brigar por cada centavo de seus orçamentos. O dinheiro, no entanto, fica parado, sob a alegação de que a maior parte está comprometida com despesas já assumidas. A reserva também serviria para cobrir eventuais quedas de receita em decorrência de variação da arrecadação do ICMS.
Por seu tamanho, a USP recebe a maior fatia do repasse do imposto (5,029%), e tem o maior colchão financeiro: fechou 2012 com R$ 3,4 bilhões em caixa acumulado ao longo dos anos. É uma sobra que quase se equivale ao orçamento anual da instituição. Para 2013, ele é de R$ 4,3 bilhões, dos quais 93% vão para gastos com pessoal.
O secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi, afirma que a economia feita pelas instituições é positiva, pois permite que elas mantenham uma situação confortável em seus caixas. "A parcimônia na gestão de caixa de todas as entidades públicas não é malvista pelo Tesouro. É claro que o objetivo é executar seus programas, mas a parcimônia é bem-vista quando tem caráter de precaução", diz. Questionado sobre o desempenho administrativo das instituições, Calabi foi sucinto: "A execução dos programas sempre está aquém do desejado. Sempre buscamos mais realizações."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Programação imperdível de "A criação destruidora"


Plágio virou 'praga' no meio acadêmico, diz especialista


Diretor da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI) afirma que o plágio está comprometendo a credibilidade das pesquisas

Annette Schavan é acusada de plagiar sua tese
 de doutorado. Foto: AFP
Um caso de plágio em uma tese de doutorado derrubou a ministra da Educação da Alemanha, Annette Schavan, no início de fevereiro. Ela renunciou após acusações de que teria copiado partes do texto de seu trabalho, defendido há 33 anos na Universidade Heinrich Heine, de Düsseldorf. Além do cargo, perdeu o título de doutora. Casos desse tipo não são tão raros: em abril do ano passado, Pál Schimitt renunciou à presidência da Hungria após perder o título de doutor, também por plágio.

Com o uso das ferramentas online, esse tipo de prática vem se tornando mais comum - e nem sempre é fácil detectá-la. O que a internet fez foi facilitar o serviço, transformando o "Ctrl+C" e "Ctrl+V" em vilão. "No meio acadêmico, em especial, o plágio se tornou uma verdadeira praga", diz o diretor relator da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), Cláudio Lins de Vasconcelos.

Esta discussão não surgiu no embalo da internet. Muito antes, ainda na época do Império Romano, o fantasma da cópia não autorizada já assombrava autores de trabalhos artísticos e intelectuais. Mas não é só a cópia que caracteriza o plágio. As citações em trabalhos científicos, por exemplo, reproduzem exatamente o que o autor de um livro ou artigo escreveu, mas com a devida referência. O problema está na apropriação de trechos, quando o aluno se faz passar por autor de uma frase ou um pensamento que não é dele.

"Inspiração não é plágio, a menos que resulte em uma obra idêntica ou quase idêntica à original, sem que a verdadeira fonte seja citada", esclarece Vasconcelos. Nas pesquisas, o impacto dessa conduta pode culminar inclusive no comprometimento da credibilidade dos dados apresentados.

A legislação brasileira proíbe a cópia não autorizada de obras protegidas por direitos autorais, com algumas exceções que visem a uma função social (como na imprensa ou em estabelecimentos de ensino). Porém, a lei não trata especificamente do plágio. Mesmo assim, é possível punir essa prática com mecanismos da própria Lei de Direitos Autorais, bem como do Código Penal, que consideram ilegal a cópia não autorizada em geral (a violação dos direitos pode render uma pena de 2 a 4 anos de reclusão, além de multa).

Já se a cópia está mascarada com a troca de algumas palavras, Vasconcelos alerta que a lei poderia não se aplicar. "Se o plagiador obtiver alguma vantagem para si ou para outra pessoa, poderá ser enquadrado por estelionato. Desde que a intenção de ludibriar os leitores fique demonstrada", explica o diretor relator da ABPI.

Embora tanto o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não tenham um levantamento de quantas ações tramitam por plágio no País, uma das principais instituições de ensino superior brasileiras já demitiu por este motivo. Em um dos casos mais recentes, no início de 2011, Andreimar Martins Soares foi exonerado da Universidade de São Paulo (USP) depois que pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) reivindicaram a autoria de imagens utilizadas em uma pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto.

Na época, a ex-reitora Suely Vilela também foi investigada, mas acabou inocentada pelo depoimento de Soares. Ele atribuiu a cópia a um engano de sua ex-aluna Carolina Dalaqua Sant'Ana - que perdeu o título de doutora. Soares até tentou contestar a decisão da universidade na justiça, mas não teve êxito.

Programas e sites ajudam a identificar trechos copiados

Se, por um lado, as ferramentas online facilitam a cópia, por outro podem ajudar a desmascarar os casos. Hoje os professores têm à disposição programas e sites especializados em identificar plágios, que fazem uma varredura em todo o trabalho. Para isso, existe até produção nacional, como o Agente de Busca de Similaridades, criado pelo professor Fernando Campos de Macedo, da Universidade Católica de Santos (UniSantos).

Mesmo sites de buscas podem ser aliados dos docentes, caso eles desconfiem de plágio. Para Vasconcelos, depende do "feeling" do professor. "Nos cursos de graduação, textos muito acima do nível médio da turma costumam justificar uma rápida investigação. Em dissertações de mestrado e teses de doutorado, essa tarefa pode ser mais complicada, pois os alunos estão mais preparados para dissimular o plágio", comenta o diretor relator da ABPI.

As estatísticas sobre plágio no Brasil praticamente não existem, até porque muitos casos são resolvidos administrativamente pelas instituições, analisa o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Ricardo Bacelar. Ele é autor de um documento que orienta as universidades sobre a adoção de medidas como o uso de softwares para coibir a prática entre os alunos.

A recomendação foi chancelada pelo Conselho Federal da OAB, mas Bacelar ainda critica a falta de uma política contundente, o que deixa o Brasil atrás dos países desenvolvidos nessa questão. "Tem de haver um trabalho político e de conscientização. As universidades precisam criar rotinas internas para investigar os casos", opina.

O combate a esta prática não deve começar na vida acadêmica, mas sim no ensino básico, defende o advogado. Para Vasconcelos, trata-se de um problema ético. "O plágio precisa ser combatido com veemência, ou estaremos jogando uma sombra de desconfiança sobre boa parte da produção científica de nosso tempo", afirma.
Fonte: Terra

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Marxismo21 organiza e disponibiliza dossiê sobre Ruy Mauro Marini


A obra e a contribuição teórica de Ruy Mauro Marini (1932-1997) são os temas desta página de marxismo21. Abre este dossiê um artigo do autor sobre os impasses e os desafios que, hoje,  se colocam na retomada da luta pelo socialismo. Por sua vez, Carlos Eduardo Martins, professor da Universidade Federal do Rio do Janeiro e empenhado estudioso da obra de Marini - num breve texto elaborado especialmente para o blog – busca sintetizar as principais contribuições teóricas do cientista social brasileiro para o pensamento crítico na América Latina. Outros textos de Marini, informações de acervos e fontes para o conhecimento de sua obra, artigos e trabalhos acadêmicos completam este conjunto de materiais em torno do cientista social que – talvez pelo caráter comprometido e revolucionário de sua obra – ainda permanece ignorado e pouco debatido, inclusive  nos meios intelectuais e acadêmicos de seu país. Prova eloquente disso é a singular observação: se alguns textos de Ruy Marini (ou alusões à sua obra) se encontram em revistas brasileiras de esquerda, inexiste um único artigo desse autor (ou sobre sua extensa produção intelectual) em revistas universitárias do país.
Para acessar, clique Marxismo21

V Simpósio Internacional Lutas Sociais na América Latina


As corporações atacam a educação pública

Escolas que podemos invejar



Tradução Viomundo

[Resenha do livro Lições Finlandesas: O que o mundo pode aprender com as mudanças educacionais na Finlândia?, de Pasi Sahlberg, Teachers College Press, 167 páginas, U$34.95]

Em anos recentes autoridades eleitas e formuladores de políticas públicas como o ex-presidente George W. Bush, o ex-chanceler educacional de Nova York, Joel Klein; a ex-chanceler educacional de Washington DC, Michelle Rhee e a secretária de Educação [equivale ao ministro, nos Estados Unidos] Arne Duncan concordaram que não deve haver “desculpas” para a existência de escolas com notas baixas em testes de múltipla escolha. Os reformistas do “sem desculpas” acreditam que todas as crianças podem atingir determinada proficiência acadêmica independentemente de pobreza, problemas de aprendizagem ou outras condições, e que alguém deve ser responsabilizado se os alunos não conseguirem. Este alguém é invariavelmente o professor.
[Nota do Viomundo: Na lista acima podemos incluir um sem número de 'especialistas' e políticos brasileiros que bebem na matriz neoconservadora]
Nada é dito sobre cobrar responsabilidade dos líderes municipais ou de autoridades eleitas que decidem questões cruciais como financiamento, tamanho da classe e distribuição de recursos. Os reformistas dizem que nossa economia corre risco, não por causa da crescente pobreza ou desigualdade de renda ou da exportação de empregos, mas por causa de professores ruins. Estes professores ruins devem ser identificados e jogados fora. Qualquer lei, regulamentação ou contrato que proteja estes malfeitores pedagógicos precisa ser eliminada para que eles sejam rapidamente removidos sem considerar experiência, senioridade ou processo legal.
A crença de que as escolas, em si, podem superar os efeitos da pobreza teve origem décadas atrás, mas sua mais recente manifestação está num livro curto, publicado em 2000 pela conservadora Fundação Heritage, de Washington DC, intitulado Sem Desculpas [No Excuses]. No livro, Samuel Casey Carter identificou vinte e uma escolas em regiões de alto índice de pobreza com bons resultados nos testes. Na última década, figuras influentes na vida pública decretaram que a reforma escolar é chave para sanar a pobreza. Bill Gates declarou à National Urban League, “vamos acabar com o mito de que podemos acabar com a pobreza antes de melhorar a educação. Eu diria que é ao contrário: melhorar a educação é a melhor forma de resolver a pobreza”. Gates nunca explicou porque uma sociedade rica e poderosa como a nossa não pode enfrentar a pobreza e a melhoria da educação ao mesmo tempo.
Por um período, a Fundação Gates imaginou que escolas menores eram a resposta, mas Gates agora acredita que a avaliação dos professores é o ingrediente primário da reforma escolar. A Fundação Gates dá centenas de milhões de dólares a distritos escolares para desenvolver novos métodos de avaliação. Em 2009, a principal reformista, secretária da Educação Arne Duncan, lançou um programa competitivo de U$ 4,35 bilhões chamado Corrida ao Topo, que exige que os estados avaliem os professores baseados nos resultados de testes e que removam os limites existentes sobre as escolas charter gerenciadas privadamente [escolas que recebem financiamento público e privado, mas que não se submetem a todas as regras impostas pelo estado; em vez disso, se comprometem a atingir determinados parâmetros definidos numa declaração de princípios, o charter].
O principal mecanismo da reforma escolar de hoje é identificar professores capazes de melhorar os resultados dos testes dos alunos ano após ano. Se os resultados melhorarem, dizem os reformistas, então os estudantes vão seguir na escola até a faculdade e a pobreza eventualmente vai desaparecer. Isso vai acontecer, acreditam os reformistas, se houver um “grande professor” em toda classe e se um número maior de escolas for entregue a gerentes privados, ou mesmo a corporações com fins lucrativos.
Os reformistas não se importam se os testes padronizados são vulneráveis a erros de medição, de amostragem ou outros erros estatísticos. Eles não parecem se importar se especialistas como Robert L. Linn da Universidade do Colorado, Linda Darling-Hammond de Stanford e Helen F. Ladd de Duke, assim como a comissão formada pelo National Research Council, já alertaram sobre o mau uso dos testes-padrão como forma de dar recompensas ou sanções a professores, individualmente. Nem enxergam o absurdo de avaliar a qualidade de cada professor a partir de testes de múltipla escolha a que estudantes são submetidos uma vez por ano.
Os testes podem revelar informações úteis, mostrando a alunos e professores o que está sendo ou não aprendido; os resultados podem ser utilizados para diagnosticar problemas de aprendizagem. Mas coisas ruins acontecem quando o resultado de testes passa a ter grande consequência para estudantes, professores e escolas, como a redução do currículo para incluir só o que é testável ou cola ou diminuir o padrão de ensino para inflar os resultados. Em resposta à pressão federal e estadual para melhorar o resultado dos testes, distritos escolares de todo o país têm reduzido o tempo para o ensino de artes, educação física, História, civismo e outras matérias não-testáveis. Isso não vai melhorar a qualidade da educação e com certeza vai prejudicá-la.
Nenhuma nação do mundo eliminou a pobreza demitindo professores ou entregando escolas a gerentes privados; não há estudos que apoiem qualquer destas estratégias. Mas estes fatos inconvenientes não reduzem o zelo dos reformistas. A nova turma de reformistas da educação é formada principalmente por gerentes de fundos hedge de Wall Street, integrantes de fundações, executivos de corporações, empreendedores e formuladores de políticas públicas, mas poucos educadores experientes. A desconexão dos reformistas do dia-a-dia da educação e a indiferença em relação a estudos acadêmicos sobre o assunto permitem aos reformistas ignorar a importância das famílias e da pobreza na educação.
As escolas podem fazer milagres, os reformistas dizem, ao se basear em competição, desregulamentação e gerenciamento pelos números — estratégias similares às que produziram o crash econômico de 2008. Em vista da queda dos reformistas por estas estratégias, os educadores tendem a chamá-los de “reformistas corporativos”, para distinguí-los daqueles que entendem as complexidades da melhoria do sistema de ensino.
A bem financiada campanha de relações públicas dos reformistas corporativos foi bem sucedida ao persuadir autoridades eleitas e o público norte-americano de que a educação pública precisa de uma terapia de choque. Uma pessoa tende a se esquecer de que os Estados Unidos têm a maior e uma das mais bem sucedidas economias do mundo e que parte deste sucesso pode ser atribuído a instituições que educaram 90% das pessoas desta nação.
Diante de uma incansável campanha contra os professores e a educação pública, os educadores têm buscado uma narrativa diferente, livre da estigmatização dos resultados de testes de múltipla escolha e das punições previstas pelos reformistas corporativos. Encontraram isso na Finlândia. Mesmo os reformistas corporativos admiram a Finlândia, aparentemente não reconhecendo que a Finlândia desprova todas as suas diretrizes.
Não é estranho os Estados Unidos usarem outra nação como modelo para a reforma da educação. Na metade do século 19, os líderes da educação dos Estados Unidos elogiavam o sistema prussiano por seu profissionalismo e estrutura. Nos anos 60, os norte-americanos correram para o Reino Unido para se maravilhar com as escolas progressistas. Nos anos 80 os norte-americanos atribuiram o sucesso econômico do Japão ao sistema educacional do país. Agora a nação mais favorecida é a Finlândia e por quatro boas razões.
Primeiro, a Finlândia tem o sistema com melhor performance do mundo, medida pelo Programme for International Student Assessment (PISA), que avalia leitura, conhecimento matemático e científico para estudantes de 15 anos de idade da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD), inclusive os Estados Unidos. Contrariamente a nossos testes, não há consequências práticas nos testes aplicados pelo PISA. Nenhum indivíduo ou escola fica sabendo de seus resultados. Ninguém é recompensado ou punido por causa dos resultados dos testes. Ninguém se prepara para os testes, nem existe incentivo para distorcer o resultado.
Segundo, de uma perspectiva norte-americana, a Finlândia é um universo alternativo. Rejeita todas as “reformas” atualmente populares nos Estados Unidos, como a aplicação de testes, escolas charter, pagamento dos professores por mérito, competição ou avaliação dos professores baseada nos resultados de testes aplicados a estudantes.
Terceiro, entre as nações da OECD, as escolas finlandesas têm a menor variação em qualidade, significando que chegam perto de atingir uma oportunidade educacional igualitária — um ideal norte-americano.
Quarto, a Finlândia emprestou muitas das ideias que valoriza dos Estados Unidos, como a igualdade de oportunidades educacional, instrução individualizada, avaliação de portfolio e aprendizagem cooperativa. Muitos destes empréstimos derivam do trabalho do filósofo John Dewey.

Em Lições Finlandesas: O que o mundo pode aprender com as mudanças educacionais na Finlândia?, Pasi Sahlberg explica como as escolas do país se tornaram bem sucedidas. Autoridade de governo, pesquisador e ex-professor de matemática e de Ciências, Sahlberg atribui a melhoria das escolas finlandesas a decisões ousadas tomadas nos anos 60 e 70. A história da Finlândia é importante, ele escreve, “porque traz esperança àqueles que estão perdendo a fé na educação pública”.

Detratores dizem que a Finlândia tem boa performance acadêmica porque é etnicamente homogênea, mas Sahlberg responde que “o mesmo vale para o Japão, Xangai ou Coreia”, que são admiradas pelos reformistas corporativos por sua ênfase nos testes de múltipla escolha. Para os detratores que dizem que a Finlândia, com sua população de 5,5 milhões, é muito pequena para servir de modelo, Sahlberg responde que “cerca de 30 estados dos Estados Unidos têm uma população parecida ou menor que a da Finlândia”.
Sahlberg fala diretamente sobre a sensação de crise educacional que existe nos Estados Unidos e em outras nações. Os formuladores de políticas dos Estados Unidos procuram soluções baseadas no mercado, propondo “competição mais dura, obtenção de mais dados, abolição dos sindicatos de professores, criação de mais escolas charter ou adoção de modelos de gerenciamento do mundo corporativo”.
Em contraste, a Finlândia gastou os últimos quarenta anos desenvolvendo um sistema educacional diferente, focado em melhorar a qualidade dos professores, limitar os testes a um mínimo necessário, colocar responsabilidade e confiança antes de cobranças e entregar a liderança das escolas e dos distritos escolares a profissionais da educação.
Para um observador norte-americano, o fato mais marcante da educação finlandesa é que os estudantes não fazem testes-padrão até o fim da escola secundária. Eles fazem exames, mas os exames são desenvolvidos pelos próprios professores, não por uma corporação multinacional de ensino. A escola básica finlandesa de nove anos é uma “zona livre de testes-padrão”, onde as crianças são encorajadas a “saber, criar e sustentar sua curiosidade natural”.
PARA LER A SEGUNDA PARTE, CLIQUE AQUI.

As promessas de escolas gratuitas no Haiti


IPS
Desde que fue electo en 2011, el presidente de Haití, Michel Martelly, invoca su programa de "escuelas gratuitas" como uno de los principales ejes de su gobierno. "¡Una victoria para los estudiantes!", claman carteles y afiches.
El Programa de Educación Universal Gratuita y Obligatoria (PSUGO, por sus siglas en creole) cuesta 43 millones de dólares anuales y aspira a que, cada año, un millón de haitianos se inscriban en las escuelas y estudien durante un lustro.
Una investigación realizada durante dos meses por la organización Haiti Grassroots Watch (HGW) en Puerto Príncipe y Léogâne concluyó que había más niños y niñas en las escuelas, pero también descubrió una larga lista de promesas incumplidas, inadecuados niveles de financiamiento, atraso en los pagos e incluso sospechas de corrupción.
"¡En mi opinión, el PSUGO es un fracaso!", exclama Jean Clauvin Joly, director del Centre Culturel du Divin Roi, una escuela privada ubicada en Croix-des-Bouquets, unos 15 kilómetros al norte de la capital.
"El año pasado, sufrimos en el marco de ese programa. Una de las muchas cosas terribles (que nos ocurrieron) fue que nos pagaron tarde. Por culpa del retraso, muchos de nuestros maestros renunciaron", agrega.
En la escuela de Joly, los alumnos de primer y segundo grado comparten habitación y maestra: Francie Déogène. Una delgada lámina de contrachapado, que también sirve como pizarrón, separa su clase de las demás.
Dérogène no tiene escritorio. Apila todo sobre una silla de plástico. Frente a ella, en cuatro bancos, 10 estudiantes repiten al unísono: "Una piña, un melón…". Este es un curso de escritura.

"El Estado garantiza el derecho a la educación"

En la campaña previa a las elecciones presidenciales de 2011, la escuela gratuita fue el leitmotiv del cantante devenido en candidato Joseph Michel Martelly. Pero en Haití, la garantía de una educación libre de costos no es solo la promesa de un político, sino una obligación. Según la Constitución, el Estado "garantiza el derecho a la educación… sin cargo".
El PSUGO aspira a mantener esa promesa pagando la escolaridad de niños de primaria: unos seis dólares para los de escuelas públicas y alrededor de 90 para los de privadas. En Haití, poco más de 80 por ciento de las escuelas son privadas.
El PSUGO tiene previsto inaugurar nuevas escuelas y garantizar que los estudiantes tengan libros y otros materiales, así como que los maestros estén adecuadamente capacitados.
El gobierno sostiene que, gracias al programa, este año hay casi 1,3 millones más de estudiantes en las escuelas. La cifra resulta impactante, considerando que Haití tiene solo alrededor de 3,5 millones de habitantes menores de 15 años. HGW no logró confirmar este número y tiene motivos para ponerlo en duda.
HGW no tuvo acceso al presupuesto del PSUGO, ni pudo visitar las 10.000 escuelas presuntamente inscritas en el programa. Pero periodistas visitaron 20 de esos centros de estudios, en la mayoría de los cuales trabajan maestros que no ocultan su enojo o frustración.
A Jean Marie Monfils, maestro y director de una escuela en Léogâne, unos 30 kilómetros al oeste de Puerto Príncipe, le indignan las falsas promesas del programa. "Hablaron sobre un uniforme, sobre almuerzos calientes y otras cosas. Pero (…) no hemos obtenido prácticamente nada. Somos los `olvidados' de Léogâne", dice.
La experiencia de Monfils no es única. Hercule André, un hombre de unos 50 años que dirige una escuela pública en Darbonne, en las afueras de Léogâne, elogia la iniciativa pero agregó: "El único beneficio que reciben los estudiantes es que no pagan nada. Aparte de eso, no hay nada. Los estudiantes van a la escuela, pero no tienen los libros que les prometieron para poder seguir los cursos".
La investigación de HGW en la capital y en la zona de Léogâne reveló que apenas dos de las 20 escuelas visitadas recibieron los libros y demás materiales. Desde fines de noviembre de 2012 -10 semanas después de haber empezado las clases-, apenas una de las 20 escuelas reportaron que les pagaron por el actual año lectivo, y 16 de las 20 dijeron que el centro de estudios todavía no había recibido el pago final correspondiente al año anterior.
"Ni siquiera puedo decir si somos parte del programa o no", admite Monfils. "Hasta ahora no hemos recibido nada de las autoridades. Realmente es un problema enorme, porque muchas de las escuelas que se suscribieron al PSUGO ni siquiera recibieron lo que les correspondía por el año escolar 2011-2012".
La Confederación Nacional de Educadores y Educadoras Haitianas (CNEH) confirma esto.
"El hecho de que el gobierno no haya desembolsado el dinero a tiempo ha sido un gran problema para los directores de escuelas, que no han podido pagarles a sus maestros", dice Edith Délourdes Delouis, maestra y secretaria general de la CNEH.

Control de calidad y fraude

Aparentemente, el gobierno tampoco ha podido supervisar a los nuevos maestros al grado en que se lo propuso. Pese al anuncio de que el período 2012-2013 experimentaría "un giro hacia la calidad" con más controles, los directores de las escuelas visitadas por HGW dijeron que podían hacer prácticamente lo que querían.

De las 20 escuelas, 25 por ciento no habían recibido ni una sola visita, y otro 24 por ciento había recibido solo una.

Tal vez por ser tan abarcador y por tener un presupuesto muy elevado, el PSUGO parece haber atraído a estafadores.

En julio de 2012, un funcionario del Ministerio de Educación Nacional y Formación Profesional (MENFP) en Port-de-Paix presuntamente robó unos 119.000 dólares. Según informes de prensa, usó a un grupo de hombres jóvenes como falsos "directores de escuelas", y les extendió cheques por 4.760 y 7.140 dólares. El funcionario implicado huyó a República Dominicana.

HGW no posee los medios para investigar un potencial fraude del PSUGO en el ámbito nacional, o incluso en la capital. Sin embargo, periodistas sí descubrieron en la lista del MENFP el nombre de una escuela que se señalaba había recibido pagos, aunque nunca había funcionado.

"¡Pronto, el Justin Lhérisson College!", anuncia un pequeño cartel polvoriento sobre la carretera de Darbonne, cerca de Léogâne.

"Ese fue un proyecto creado por uno de los alcaldes locales cuando fue candidato. Apenas resultó electo, lo abandonó", dice un vecino.

El año pasado, un estudio de la Civil Society Initiative concluyó que el programa había creado varias "escuelas fantasmas".

"Descubrimos que la tercera o la cuarta parte de las escuelas que recibían pagos del gobierno ni siquiera habían sido aprobadas oficialmente", dice a HGW el director de esa organización, Rosny Desroches, ex ministro de Educación.

En otra escuela que recibe tanto dinero del PSUGO como ayuda extranjera, ya es casi mediodía. Bajo el sol abrasador, decenas de estudiantes se concentran en su trabajo.

La escuela nacional Charlotin Marcadieu fue destruida en el terremoto de 2010 y actualmente funciona en 10 tiendas de campaña dispuestas en tres filas. La gravilla cruje bajo los pies de los estudiantes. Antes de dirigirse a su "aula", uno de los maestros dice con amargura: "Después de las 10:00 de la mañana, estas habitaciones hechas con tiendas son como hornos".

* Haiti Grassroots Watch es una asociación de AlterPresse, la Sociedad de Animación y Comunicación Social (SAKS), la Red de Mujeres de Radios Comunitarias (REFRAKA), radios comunitarias y estudiantes del Laboratorio de Periodismo de la Universidad del Estado de Haití.