Por Cláudio Marques
Entre as principais queixas estão o alto valor pago pela comida e a inexistência de café da manhã e janta.
Integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uesb, Laysa de Gouveia, ressalta que os estudantes da universidade que não são de Vitória da Conquista "têm de se manter na cidade “pagando aluguel, água, energia, internet”, e que, além disso, ainda têm de pagar por um bandejão no valor de R$3,80.
“Temos que lembrar que estamos numa universidade pública, que tem que dá condições para que o estudante se mantenha nela”, destaca Laysa de Gouveia.
O ativista e estudante de Direito, Alexandre Garcia, ressalta que as universidades estaduais de Santa Cruz e de Feira de Santana, na Bahia, vendem o bandejão no valor de um real e afirma que “já existem universidades que servem almoço de graça aos estudantes, a exemplo da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)”.
Administrador do restaurante universitário há 2 anos e 6 meses, Gilberto Tigre reconhece que o valor atual tanto do quilo quanto do bandejão é inacessível para grande parte dos estudantes, mas ressalta que a queda do preço da comida não depende exclusivamente dele.
“Eu reconheço que para o aluno é caro. Mas a gente espera exatamente o subsídio do governo”, explica Gilberto.
O pró-reitor de administração da Uesb, Allen Krystiano, confirma que a universidade não subsidia a alimentação. “A gente está até estudando internamente via extensão uma forma de direcionar parte do recurso para subsidiar a alimentação. É de se pensar dentro do bojo do recurso da extensão fazer isso.”
Atualmente, a Uesb conta com cerca de nove mil estudantes e 43 cursos de graduação distribuídos nos períodos da manhã, tarde e noite. No entanto, o restaurante universitário serve apenas uma refeição diária, que é o almoço.
“Têm pessoas que estão trabalhando o dia inteiro, saindo dos seus trabalhos para vir para Uesb à noite estudar e qual a alimentação que essas pessoas estão tendo? Salgadinhos e lanches”, reclama o estudante Alexandre Garcia.
Gilberto Tigre diz já ter pensado em servir café da manhã e janta. Mas, segundo ele, sem o subsídio da Uesb a disponibilização de tais refeições fica impossibilitada devido aos inúmeros quiosques que já comercializam lanches dentro da universidade.
A resolução desse impasse, que já dura alguns anos, depende em grande parte da administração da Uesb. O orçamento anual da universidade é de cerca de 160 milhões de reais, maior até mesmo do que o de várias cidades brasileiras.
Por essa razão, o movimento estudantil não acredita na justificativa da Uesb de que é necessária uma ajuda externa do governo do estado para que o restaurante universitário venha a ser subsidiado. O que falta, segundo o movimento, é uma melhor distribuição desse recurso.
INAUGURAÇÃO - Em 2005, ano em que foi inaugurado o restaurante, o quilo da comida já chegou a custar 6 reais e 90 centavos e o bandejão 2 reais e 70 centavos. No horário noturno, segundo a assessoria da Uesb, ainda servia-se sopa quente, caldos variados, pizza, salgados, sucos, cachorro-quente e, a preço de 70 centavos, café com leite e pão com manteiga.
Fonte: Foca Digital
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