O dia 06 de junho de 2012
marcou um momento histórico dentro da Universidade Federal de Goiás. Neste dia
aconteceu a maior assembleia de deflagração de greve de professores ocorrida
nos 50 anos desta Instituição. Nesta assembleia, os professores decidiram pela
deflagração da greve no dia 11 de junho.
Esta participação massiva dos
docentes foi produto do gravíssimo cenário em que se encontra o ensino público
do país e que alimentou um dos mais fortes movimentos grevistas na história das
universidades federais. Este cenário é marcado pela estagnação do GT de
carreira, pelo não avanço das negociações salariais e pela mudança na forma dos
cálculos da insalubridade. Assim, a única alternativa viável de negociação dos
docentes com o governo é a greve.
Num momento de grande tensão,
em que os professores são constantemente desrespeitados pelo governo, a postura
adotada pela diretoria da ADUFG-Sindicato foi desastrosa: a presidente do
sindicato, logo após iniciar a Assembleia, decidiu pelo seu cancelamento,
usando como justificativa o fato de que alguns professores filiados ao
sindicato estavam de pé e outros, não filiados, estavam sentados. A decisão
arbitrária de cancelar a assembleia sem realizar uma votação, enquanto o
plenário clamava pela sua continuidade, gerou comportamentos agressivos entre
diretoria e plenário, mas nada que justificasse a retirada da diretoria da
ADUFG–Sindicato, já que a situação foi rapidamente controlada e não restava
nenhuma ameaça contra qualquer um dos presentes (fato que está registrado em
vídeo e disponível na internet em versão sem cortes, diferente daquela sem som
e com cortes divulgada pela diretoria).
Tanto que, mesmo após a saída
da diretoria, a imensa maioria dos professores permaneceu no local, pois foi
entendimento de todos que o momento extrapola posições pessoais, partidárias e
sindicais. A maior prova disso é que os sete membros do Comando Local de Greve
eleitos pela Assembleia, conformam um grupo bastamente heterogêneo, contendo
até mesmo um membro do Grupo de Apoio da ADUFG-Sindicato e do Conselho
Deliberativo do PROIFES. Isto contradiz frontalmente a versão de que o Comando
está nas mãos de grupelhos opositores; além disso, afirmar que uma assembleia
de centenas de professores foi manipulada por quem quer que seja é uma ofensa
aos professores da UFG.
Assim, o Comando Local de
Greve, eleito por aclamação na assembleia, avalia que os desentendimentos
ocorridos não devem prevalecer sobre os anseios de toda uma categoria de
trabalhadores e defende a unificação do movimento grevista com a diretoria da
ADUFG-Sindicato. Acreditamos que estamos todos no mesmo barco e qualquer
divisão só fortalece aqueles que são realmente nossos adversários.
COMANDO LOCAL DE GREVE –
UFG-Goiânia
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