Inadmissível
que no meio acadêmico haja intolerância e perseguição teórico-metodológica e político-ideológica. A pluralidade filosófica, científica e política são
fundamentais para o avanço do conhecimento e para alicerçar as necessárias transformações
sociais.
Diante dos ataques coesos da direita, que os
marxistas unifiquem seus esforços no combate ao crescente macartismo, vários grupos
de pesquisa, revistas, laboratórios e institutos manifestam apoio ao grupo de estudos
marxistas da UESPI, em Paranaíba - PI, e explicitam seu veemente repúdio à
intolerância acadêmica e política, crendo que é preciso aprofundar o embate no
âmbito filosófico, científico e político, sem necessidade de desferirem-se
ataques pessoais e familiares.
CARTA ABERTA À
COMUNIDADE UESPI
Viemos
através desse documento público e democrático abrir diálogo com a comunidade
acadêmica. Alguns episódios têm marcado nosso percurso de luta e exercício da
possibilidade de (re) invenção de nossa história, há pouco mais de dois anos,
em extensão de nossas atividades de ensino fundamos um grupo de estudos e
pesquisas que contempla a UESPI e a UFPI, agrupamo-nos por afinidades
ideológicas e acadêmicas em torno do cotejamento do legado teórico-prático de
Karl Marx e Engels, optamos por dedicar parte de nosso tempo de estudo à
análise da realidade a partir da crítica da sociabilidade do capital. Desde
então, um grande “frisson” tem marcado nossa caminhada, enfrentamos
cotidianamente o desrespeito daqueles que, ou por incompreensão ou por posição
ideológica nazifascista, têm tentado nos fazer sucumbir. Todavia, combatemos o
bom combate...
Somos
sistematicamente hostilizados e difamados, por um pequeno grupo que, na
exaltação do autoritarismo/conservadorismo nos tenta calar. Historicamente isto
se coloca: sempre que a ousadia se insurge o reacionarismo tenta sufocá-la.
Somos acusados de ser “revolucionários” ou de anunciarmos a possibilidade da
revolução iminente, esta acusação nos soa bastante simpática vez que “ser jovem
e não ser revolucionário é uma grande incoerência” (Che). E é exatamente em
busca da subversão das injustiças e dos contrastes sociais que trilhamos nossos
ideais, contudo este mérito tem causado incômodo, encontramo-nos então diante
de uma tentativa histérica, alucinada, narcisista e maldosa de desvirtuar nossa
causa e nos associar a atitudes autoritárias e violentas. Fato que não nos
caracteriza e muito menos abala, mas, sobretudo, nos convida ao debate, estamos
abertos para uma compreensão dialógica dos fatos. Optamos por nos dirigir abertamente
à comunidade UESPI para dirimir dúvidas e contemplar certezas, mediadas pela
coragem de assumir quem somos e o que queremos: um mundo melhor para todos,
pois, “se o presente é luta, o futuro nos pertence”.
Em
tom de esclarecimento, gostaríamos de citar fatos que comprovam os ataques que
temos sofrido:
Dia
22/05/2012, realizamos o SEMINÁRIO EM DEFESA DA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA:
pela abertura dos arquivos da DITADURA, que terá sua segunda edição dia
06/06/2012, com homenagem a Antonio de Padua Costa, parnaibano morto na
guerrilha do Araguaia. Porém, durante a divulgação do seminário, observamos num
site,
ataques pessoais ao Professor Dr. Roberto Kennedy Gomes Franco, o estranho é
que todo vez que alguém se levanta em nome da memória histórica de luta contra
o autoritarismo, as micro organizações nazifascista, produzem discursos
diversos/fofocas, desejando unicamente sabotar nossa luta.
Outro
acontecimento que chama atenção é que, em sala de aula, temos escutado
comentários do tipo “vou acabar com os marxistas”, mais uma vez nos
perguntamos, seria esta uma manifestação do antigo CCC – Comando de Caça aos
Comunistas, que perseguiu, desapareceu, torturou e matou inúmeras pessoas?Outro
acontecimento que interrogamos, ocorreu na Uespi dia 30/05/2012, uma briga
entre alunos do curso de História. É preciso primar pela verdade histórica, o
aluno “agredido” estava sistematicamente hostilizando de formas diversas uma aluna
do curso de História, fato este inclusive proibido pela Lei Maria da Penha, a
violência contra a mulher em nossa sociedade dissemina-se inclusive entre a
chamada elite intelectual do país, os universitários. Então, o namorado da
aluna agredida, em defesa ao respeito pela mulher, procurou averiguar os fatos,
sendo também “provocado”, sistematicamente, até, em nossa avaliação,
infelizmente, irem as via de fato. A aluna e seu namorado documentaram suas
versões dos fatos na Delegacia da Mulher, denunciando o ocorrido. Pelo fato do
casal de alunos serem orientandos do Prof. Dr. Roberto Kennedy Gomes Franco,
mas uma vez, adivinhem a quem tem sido associado o ocorrido? O acontecimento
trata-se de um problema ideológico grave, pois historicamente a mulher tem sido
vítima do machismo, sem ninguém tomar uma atitude.
Destacamos
também o ocorrido durante as paralisações do Movimento SOS-UESPI, no horário da
noite, quando nos organizávamos para realizar um momento cultural, com banda e
outros adereços, ao faltar energia elétrica, de imediato, fomos acusados de ter
desligado a energia geral, solicitamos à Direção da UESPI uma investigação e, a
conclusão do perito foi que no momento de pico de uso da energia, por problemas
técnicos, a capacidade de uso da energia se esgotou, não sendo, portanto, nossa
culpa. Mais uma vez indagamos, por que estes sabotadores da luta do povo, a
todo custo procuram nos caluniar autoritariamente e falseadamente?
Poderíamos
elencar muitos outros eventos autoritários que em nossa sociedade buscam calar
os que acreditam no fim da exploração do homem pelo homem, e que na UESPI de
Parnaíba, buscam golpear sorrateiramente nossa luta.
Somos
militantes, entendemos a Universidade enquanto espaço plural, de diálogo
político, um militante não teme a luta, avança sem medo, sua coragem é embalada
pelo desejo de amar e de mudar as coisas.
Grupo de Estudos
Marxistas Piauiense – GEMPI UFPI-UESPI
Assinam como apoio:
· Centro de Estudos Marxistas
(CEMARX-UNEB)
· Centro de Estudos Marxistas
(CEMARX-UNICAMP)
· Centro Popular de Estudos
Contemporâneos (Goiás)
· Coletivo de Educação e Marxismo
(COLEMARX-UFRJ)
· Espaço Marx (Maringá)
· Grupo de Estudos de Ideologia e Luta
de Classes – Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(GEILC-UESB)
·
Grupo de Estudos e Pesquisa
Educação e Classes Sociais (GEPECSO-UNIFESP/Guarulhos)
· Grupo de Estudos e Pesquisa da América
Latina (GEPAL-UEL)
· Grupo de Estudos Marxistas
(GEM-FACED-UFC)
· Grupo de Pesquisa As Classes Sociais no
Capitalismo Contemporâeo (CLASCCO-UNIFESP)
· Grupo de Pesquisa Capitalismo e
História (UFG)
· Grupo de Pesquisa História e Poder
(Unioeste)
· Grupo de Pesquisa História dos Partidos
e Movimentos de Esquerda (UFBA)
· Grupo de Pesquisa História, Sociedade e
Educação no Brasil – HISTEDBR (UNICAMP)
· Grupo de Pesquisa Integralismo e Outros
Movimentos Nacionalistas (GEINT)
·
Grupo de Pesquisa Marx (GMARX-USP)
· Grupo Temático Trabalho, Movimentos
Sociais e Sociabilidade Contemporânea (UNESP)
· Instituto Astrogildo Pereira (UNESP)
· Instituto Caio Prado Jr (ICP)
· Laboratório de Estudos do Trabalho e
Qualificação Profissional (LABOR-UFC)
· Laboratório de Estudos Marxistas
(LE-MARX/USP)
· Laboratório de História e Memória da
Esquerda e das Lutas Socias (LABELU-UEFS)
·
Linha de Pesquisa Estado e Poder –
PPGH-Unioeste
·
Núcleo de Estudos e Pesquisas em
História Contemporânea (NEPHC-UFG)
·
Núcleo de Estudos de Ideologia e
Lutas Sociais (NEILS-PUC-SP)
·
Núcleo de Pesquisa Educação e
Marxismo (NPEM-UFPR)
·
Núcleo Interdisciplinar de Estudos
e Pesquisas Marx (NIEP-Marx- UFF)
·
O TEMPO - Grupo de Estudos de Território,
Movimentos Sociais e Relações de Poder (UERJ)
·
Revista Antítese
·
Revista Crítica do Direito
· Revista Em Debate
· Revista História & Luta de Classes
·
Revista LABOR
· Revista Lutas Sociais
· Revista Margem Esquerda
· Revista Mouro
· Revista Novos Rumos
· Revista Novos Temas
· Revista Outubro
· Revista Princípios
Outros
Apoios
· Associação dos Docentes da UESPI
(ADCESP)
· Associação de Docentes da Faculdade de
Filosofia Santa Dorotéia
· Sindicato dos Professores (SINPRO) de
Nova Friburgo e Região
Nenhum comentário:
Postar um comentário