Foto: markinhuscienciassociais.blogspot.com |
Maisa Paranhos
Sim, respondemos ao Governador
que não só a greve dos professores é de natureza política, como a construção
das estradas, da Fonte Nova , a Copa, e mais, toda e qualquer ação humana, é de
ordem política; pois que saiba o Governador Jacques Wagner, que a palavra
"política" vem de Pólis, de origem grega, aonde eram vivenciadas as
experiências, todas sociais, portanto, inter-relacionadas, portanto,
políticas...
Sim, porque humanos, somos
seres políticos. Somos professores, temos autonomia e respondemos por nossas
atitudes. Fazemos greve para que uma lei seja cumprida e nosso direito
garantido o que constitui uma ação política. Qual o problema que assim o seja?
Problema gravíssimo é o governo
do Estado não cumprir a lei; problema gravíssimo é o governo do estado, com o
dinheiro público, pagar propagandas que atentam à lisura de qualquer
governante; problema gravíssimo é o governo, em suas explanações televisivas,
afirmar que concedeu um reajuste que não corresponde à verdade dos fatos, pois
se utiliza de um índice que não é verdadeiro, faz uma soma propositalmente
incorreta, e afirma à população desavisada, de que já temos o reajuste que
reivindicamos!!!
Por que estaríamos em greve,
Governador?
Por que enfrentaríamos 3 meses
sem salário, Governador?
Por que teríamos o ônus de
nosso alunado sem aulas, Governador?
Por que teríamos nossas férias
comprometidas, Governador?
O retrocesso que representou o
seu governo ao, além de não cumprir a lei do Piso, fazer um achatamento na
Carreira do Magistério - transformando remuneração em subsídios- talvez
respondam as perguntas que lhe são dirigidas... coisa, aliás, muito bem
manipulada, dada a sua complexidade, quando é apresentada à população, na
grande mídia.
Somos uma categoria em greve,
responsável no exercício de sua profissão e em por suas decisões, qual seja, a
greve.
Não endossamos qualquer que
seja a responsabilidade atribuída ao nosso sindicato, independente dos
interesses políticos do mesmo, à greve e sua manutenção.
É lamentável que a distância
que separa o Governo de seu povo, o leve a tal equívoco. Ou ainda pior, que o
faça ter pronunciamentos nitidamente convenientes, ao afirmar que a greve é
fruto da manipulação sindical e partidária.
A responsabilidade única pela
manutenção de nossa greve é a persistência de seu governo em não cumprir uma
lei federal, a Lei do Piso, que, como bem diz a mesma, é o mínimo a que o
professor tem direito de receber e que o senhor tem se negado a pagar.
Bem sabemos que os Partidos da
base aliada do seu governo têm como prática a manipulação de seu eleitorado.
Isto é notório.
Como é notória a tentativa de
subestimar o discernimento do professorado, o que, aliás, é bem conveniente
politicamente para, assim, legitimar-se numa postura ilegal, intransigente e
autoritária.
O Governo do Estado da Bahia,
dessa forma, só depõe contra si ao não observar a Lei do Piso, ao retroceder em
conquistas trabalhistas, ao mentir para a população, ao subestimar a autonomia
do professor em sua decisão da decretação e manutenção da greve, conforme direito
garantido em nossa Constituição.
Assim, reafirmo que o
cumprimento da Lei do Piso e a revogação de lei anti-trabalhista e
inconstitucional aprovada pela Assembleia Legislativa é o que nos faz
permanecer em nosso movimento paredista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário