Foto: anelonlinesp.blogspot.com |
Hoje levaram mais 26 estudantes
da UNIFESP pra delegacia federal, na lapa. Em menos de uma semana essa é a
segunda vez que a PM entra no campus de humanas ao mando de um professor e da
reitoria pra reprimir a nossa greve que já dura mais de 80 dias.
Fui uma dos 46 estudantes
detidas na semana passada por causa da ocupação da diretoria acadêmica do
campus, tentaram nos calar com um termo circunstanciado, nos deram um chá de
cadeira de 12 horas, passamos fome, dormimos no chão e recebemos ameaças de
ficarmos presos até a audiência, mas não conseguiram.. e dessa vez agiram com
MUITO mais violência..
Hoje foi feito uma assembleia
intercampi e depois disso teve um ato no terminal Pimentas, perto da faculdade.
Quando os alunos voltaram ao campus perceberam que o Diretor Acadêmico, Marcos
Cezar estava em sua sala e queriam explicações sobre o truculenta atitude de
colocar a tropa de choque pra prender a gente semana passada, como ele não
saiu, começaram a gritar palavras de ordem como: FORA MARCOS CEZAR.
Um professor, que não apoia o
Movimento Estudantil, chamou a polícia militar alegando que íamos reocupar a
diretoria, essa já chegou agressiva e ameaçou uma aluna que estava gritando:
FORA PM DO CAMPUS, com as seguintes palavras: "Se você gritar mais uma vez
a gente vai descer a borracha". Dito e feito. A Laisy gritou e 3 policias
a pegaram, deram borrachadas e a colocaram dentro do camburão. Nisso começou a
confusão e foi chamado mais reforços policiais, esses chegaram com bombas de
gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Tentaram dividir os alunos em
dois grupos e sitiaram o campus, os alunos que tentaram se esconder nos fundos da
faculdade foram pegos, algemados, colocados dentro de um ônibus municipal e
levados pra delegacia federal.
Algumas pessoas foram atingidas
pelas balas.
Os que foram presos ficaram
cerca de 40 minutos presos sozinhos no campus com a Polícia militar, pois
tiraram algumas pessoas do campus e trancaram o portão da faculdade, quase que
um cativeiro dentro de um espaço público.
Estou no 1° ano da faculdade..
já fui detida junto com meus colegas do M.E da UNIFESP ,semana passada, por
reivindicar que essa MERDA de REUNI seja algo melhor.
Agora meus colegas e
companheiros foram agredidos, humilhados e estão na delegacia de novo. A mídia
está nos abafando e ninguém nos apoia, não sei mais pra quem gritar. Como
esperado, a mídia burguesa não relata os verdadeiros fatos e criminaliza os
estudantes.
É preciso nos manter unidos,
apoiando os estudantes agredidos e denunciando a repressão. Peço para que, de
forma individual ou coletiva (movimentos, entidades, instituições de direitos
humanos) se solidarizem, ajudem a divulgar os fatos, precisamos de todo apoio
possível, inclusive de advogados.
Frente à ação policial ocorrida no campus Guarulhos da
Unifesp no dia 14 de junho de 2012, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
(PRAE) manifesta a toda comunidade acadêmica e a toda sociedade o veemente
repúdio à opção de tratar as questões universitárias, por mais complexas e
controversas, por meio da violência.
Ressaltamos que são valores da PRAE o compromisso com a
democracia e o respeito à diversidade intelectual, cultural, social e política.
São Paulo, 15 de junho de 2012.
Moção de repúdio à presença da PM e à prisão e indiciamento dos
estudantes do Campus Guarulhos da UNIFESP
Considerando que desde o dia 17
de maio de 2012 as instituições federais de ensino superior deflagraram um
legítimo movimento de greve, buscando garantias para que o ensino,a pesquisa e
extensão se desenvolva dentro de padrões mínimos de qualidade, que são
necessários à construção de um Brasil verdadeiramente democrático;
Considerando que pelas
reivindicações o movimento de greve busca conquistar condições adequadas para
superar as históricas dívidas sociais do ensino superior público brasileiro,
algo almejado há tempos pelos que atuam na educação pública e que se constitui,
na verdade, como uma necessidade histórica;
Considerando que o movimento
está se fortalecendo a cada dia com a incorporação de estudantes e técnicos
administrativos às mobilizações em curso;
Os professores do Campus
Sorocaba da UFSCar vem a público manifestar repúdio ao ocorrido no Campus de
Guarulhos da UNIFESP no dia 14.06.2012, quando a Polícia Militar foi chamada e
deu, mais uma vez, uma manifestação inequívoca de que se orienta pela criminalização
dos movimentos sociais e de todos os que lutam por um país melhor, ao prender e
indiciar mais de 20 estudantes que democraticamente utilizavam do
constitucional direito à livre manifestação.
Na tentativa de repudiar as
atitudes antidemocráticas ocorridas no Campus de Guarulhos da UNIFESP
realizadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, os professores do
Campus Sorocaba da UFSCar, conclamam a todos para que cerrem fileiras com o
movimento grevista dos professores, estudante e técnicos administrativos das
instituições de ensino superior federais para garantirmos outra educação,
pública, gratuita e de qualidade.
Assinam essa Moção os
professores do Campus Sorocaba da UFSCar reunidos no dia 15.06.2012 e em greve
desde o dia 04.06.2012.
Sorocaba, em 15 de junho de
2012.
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