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Por Ana Moser
Nesta semana participei de uma
Plenária organizada pelo Instituto Polis com o tema “Direito à Cidade”, dentro
do contexto dos grandes eventos. A Plenária fazia parte da programação da
Cúpula dos Povos, na Rio+20. Fui lá representar o Atletas pela Cidadania e
apresentar a proposta de Legado Esportivo dos grandes eventos. O Atletas luta
pelo esporte para todas as crianças e jovens nas escolas, para dobrar a prática
de esporte pela população e pela construção de um sistema nacional que dê
sustentabilidade a todas as manifestações do esporte e que consolide uma
cultura de prática esportiva na nossa sociedade.
Mas o que ví lá era triste, não
só nas falas dos presentes, mas especialmente num vídeo apresentado pelo
Instituto Polis, com imagens e depoimentos sobre as desocupações impostas pela
construção dos estádios, parque e vila olímpica, vias de acesso e outras obras
em curso para os grandes eventos. Uma tristeza mesmo, pessoas que moravam há décadas em favelas e outras formas de
organização comunitária, removidas para 70 km de distância, ou recebendo
indenizações de R$ 8 mil. Tropa de choque invadindo os lugares, tratores
derrubando tudo, cenas muito tristes mesmo, não consigo ter outro
sentimento.
Uma realidade que não é
mostrada na grande mídia, mas que é tema de vários relatórios de especialistas
e instituições de defesa dos direitos humanos. Mas essas coisas não tem espaço
frente a pressa para finalizar as obras e entregar os dois eventos. E na hora
em que os eventos estiverem acontecendo, também ninguém se lembrará dessas
dezenas de milhares de pessoas que mudaram suas vidas para sempre por causa da
Copa e das Olimpíadas no Brasil.
Fonte: Br.esportes
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