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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Professores da Bahia em greve reagem e criticam governador


quarta-feira, 06/06/2012 - 11:39

Na assembleia de ontem, os professores levaram dezenas de cartazes contra o governador Wagner
Salvador – Em greve há 57 dias, os professores da rede estadual de ensino reagiram com ”irritação” a tentativa do governador Jaques Wagner de ”embaralhar a opinião pública”, jogando a categoria contra a sociedade e a imprensa.
“Os professores não entraram em greve por reajuste salarial como o governador quer fazer a sociedade acreditar. A greve é pelo cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional”, afirma a APLB Sindicato, em nota oficial publicada em seu site.
A diretoria da APLB explica na nota que o índice de reajuste do piso é baseado no índice de reajuste do Fundeb. ”Os 22,22% representam o aumento do Fundeb que o governo estadual recebeu em um ano. Isto é repassado para o aumento do piso. E o governador sabe disso, mas prefere não explicar”, sustenta a entidade, acrescentando:
”A presidente da República, Dilma Rousseff, assinou esse reajuste em fevereiro. Quatro meses antes o governador Wagner, por meio de seus auxiliares firmou acordo com o sindicato que aceitaria o novo reajuste, aliás, como manda a lei. Wagner não cumpriu o acordo, como todos sabem. E a greve foi iniciada em 11 de abril. Os professores cobram seriedade e honestidade do governador para negociar. Mas negociar de verdade, convidando o sindicato e o comando de greve para conversar.
Os professores querem reajuste de 22,22%. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional, e depois ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio. Na Justiça, conseguiram uma liminar que determina o pagamento dos salários do mês de abril e maio, que foram suspensos pelo governo.
O governo do Estado recorreu, não pagou os salários e a ação terá um desfecho hoje (6) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Pressão Política – Hoje (6), o secretário de Comunicação do Estado, Robinson Almeida, afirmou em entrevista a uma emissora de rádio que com a recusa dos professores em aceitar a proposta do governo, a categoria vai se desgastar junto a opinião pública. Almeida declarou que a tendência também é que os partidos políticos passem a exercer uma pressão maior junto à APLB visando encontrar uma saída para o impasse.
Depois que soube ontem da decisão dos professores, tomada em assembleia, pela manutenção da greve, o governador Jaques Wagner se disse ”indignado e decepcionado” com a categoria.
“Não consigo entender o que passa na cabeça desses educadores e de suas lideranças. Fui sindicalista, da iniciativa privada, e (quando em greve) as nossas assembleias eram permanentes, às vezes duas ou três vezes ao dia. Eles, sindicalistas do serviço público, estão prejudicando os alunos mais carentes da sociedade”, falou o governador, acrescentando que não há direito a salário que seja maior que o direito dos alunos à educação”.
“Wagner, cadê a verba do Fundeb / Que Dilma mandou pra você? / É dinheiro pra pagar os professores/Não é pra gastar na TV” (Tonho da Lua).

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