quarta-feira, 06/06/2012 -
11:39
Na assembleia de ontem, os
professores levaram dezenas de cartazes contra o governador Wagner
Salvador – Em greve há 57 dias,
os professores da rede estadual de ensino reagiram com ”irritação” a tentativa
do governador Jaques Wagner de ”embaralhar a opinião pública”, jogando a
categoria contra a sociedade e a imprensa.
“Os professores não entraram em
greve por reajuste salarial como o governador quer fazer a sociedade acreditar.
A greve é pelo cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional”, afirma a
APLB Sindicato, em nota oficial publicada em seu site.
A diretoria da APLB explica na
nota que o índice de reajuste do piso é baseado no índice de reajuste do
Fundeb. ”Os 22,22% representam o aumento do Fundeb que o governo estadual
recebeu em um ano. Isto é repassado para o aumento do piso. E o governador sabe
disso, mas prefere não explicar”, sustenta a entidade, acrescentando:
”A presidente da República,
Dilma Rousseff, assinou esse reajuste em fevereiro. Quatro meses antes o
governador Wagner, por meio de seus auxiliares firmou acordo com o sindicato
que aceitaria o novo reajuste, aliás, como manda a lei. Wagner não cumpriu o
acordo, como todos sabem. E a greve foi iniciada em 11 de abril. Os professores
cobram seriedade e honestidade do governador para negociar. Mas negociar de
verdade, convidando o sindicato e o comando de greve para conversar.
Os professores querem reajuste
de 22,22%. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria, em novembro do
ano passado, que garantia os valores do piso nacional, e depois ignorou o
acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia
25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que
garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio. Na
Justiça, conseguiram uma liminar que determina o pagamento dos salários do mês
de abril e maio, que foram suspensos pelo governo.
O governo do Estado recorreu,
não pagou os salários e a ação terá um desfecho hoje (6) no Supremo Tribunal
Federal (STF).
Pressão
Política – Hoje (6), o secretário de Comunicação do Estado, Robinson
Almeida, afirmou em entrevista a uma emissora de rádio que com a recusa dos
professores em aceitar a proposta do governo, a categoria vai se desgastar
junto a opinião pública. Almeida declarou que a tendência também é que os
partidos políticos passem a exercer uma pressão maior junto à APLB visando
encontrar uma saída para o impasse.
Depois que soube ontem da
decisão dos professores, tomada em assembleia, pela manutenção da greve, o
governador Jaques Wagner se disse ”indignado e decepcionado” com a categoria.
“Não consigo entender o que
passa na cabeça desses educadores e de suas lideranças. Fui sindicalista, da
iniciativa privada, e (quando em greve) as nossas assembleias eram permanentes,
às vezes duas ou três vezes ao dia. Eles, sindicalistas do serviço público,
estão prejudicando os alunos mais carentes da sociedade”, falou o governador,
acrescentando que não há direito a salário que seja maior que o direito dos
alunos à educação”.
“Wagner, cadê a verba do Fundeb
/ Que Dilma mandou pra você? / É dinheiro pra pagar os professores/Não é pra
gastar na TV” (Tonho da Lua).
Fonte: JORNAL
DA MÍDIA
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