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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Recuar, jamais! Á luta professores!


Imagem: metalurgicosdecamacari.blogspot.com


Ronaldo Oliveira Ferraz*


Caros colegas, estamos entrando num dos momentos mais interessantes da greve. Não me refiro apenas ao fato de estarmos há mais de dois meses no movimento apesar dos cortes de salário, da decisão do STJ, das ameaças autoritárias do governo, da possível contratação de PSTs para substituir os professores e da propaganda enganosa, mas ao fato de estarmos nos aproximando do início da campanha eleitoral municipal em julho. Momento em que os aliados políticos do governo irão pressioná-lo para negociar com os professores para o fim da greve. A base aliada, certamente, não quer assumir o ônus de estender a paralisação por mais tempo. Sabemos que a oposição irá tirar o máximo de proveito da greve para criticar o governo. Ainda que se trate de oportunismo, pois não podemos acreditar que seria diferente com a oposição no poder, não podemos perder a oportunidade de fortalecer o movimento e deixar passar o momento favorável aos professores. Por isso, acredito que devemos insistir com os colegas, que retornaram para suas respectivas escolas, para que repensem suas posturas e retomem à luta. É preciso não deixar o movimento enfraquecer, reanimar os que estão desanimados e espalhar pelas redes sociais a importância da continuidade da greve. Se retornarmos agora iremos abrir mão de uma medida histórica na valorização do professor do ensino básico - a Lei do Piso. Ela está, ainda, longe do ideal. Precisa ser aperfeiçoada, avançar para outras direções, mas não se pode deixar de reconhecer que é um avanço importante na nossa carreira. E, recuarmos agora é abrir mão de uma conquista das mais importantes, inclusive, sem precedentes na história da educação no Brasil. Sabemos das dificuldades de mobilização da nossa categoria, mas não podemos deixar que o governo Jacques Wagner nos trate como uma categoria de imaturos e sem consciência da realidade. É preciso desmentir a propaganda insidiosa de que a culpa pela suspensão das aulas na Bahia se deve a nossa categoria intransigente, pois a intolerância é do governo que não reconhece o erro por descumprir uma lei. Assim, firmeza companheiros.
*Professor de História da Educação Básica.

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