Como definir esse filme? É uma
pintura da natureza humana ou, se preferirem, um livro expresso em película
retratando os dramas, os temores e as diversas circunstâncias que orientam e
determinam o agir humano. Traz como protagonista um PROFESSOR e sua didática
alternativa para seus alunos momentâneos e problemáticos. Mas não se resume
apenas a isso - o que já seria um grande tema - vai além: aborda cruamente os
fatos diretores de cada ser nas transações do dia a dia, em seus inter-relacionamentos,
dos mais frugais aos mais intrincados.
Na visão do existencialismo, no
qual a obra é exposta, o ponto de partida do indivíduo é caracterizado pelo que
se tem designado por "atitude existencial", ou uma sensação de
desorientação e confusão face a um mundo aparentemente sem sentido e absurdo, o
que pode denotar, a toda vista e num olhar superficial, um filme deprimente e
de desesperança, o que não é verdade: a obra buscou o facho de luz no meio do
caos. Caos que a maioria não vê, seja porque não quer, seja pelo
"emburrecimento" a que foi e é levada todos os dias.
É, em síntese, uma verdadeira
visão de nosso cotidiano, em que muitos sequer sabem de sua não-existência e
preferem continuar simulando passageiras e entorpecidas felicidades, enquanto
outros alcançam uma autoconsciência, que não obstante e às vezes desesperadora,
abrem as portas para um verdadeiro sentido para vida. Essa observação remete ao
clássico conto de Luís Fernando Veríssimo, FINITUDE, que, engraçado, trata do
mesmo tema de uma forma cômica. Enfim, trata-se, na verdade, da verdadeira
condição humana e de seu verdadeiro fim último.
Outra obra de arte!
Fonte: Youtube
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