Na assembleia estudantil da Unifesp Guarulhos do dia 22 de março, esmagadora maioria dos presentes decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado até o atendimento das reivindicações estudantis.
A situação limite em que chegou o campus provocou essa explosão e a paralisação das aulas na segunda semana em que a unidade estava em funcionamento. Em todas as salas há barricadas para mostrar a mobilização dos estudantes e impedir que os professores furem a greve dos estudantes. Foram colocadas as carteiras para fora e nenhuma aula foi ministrada. Os estudantes estão organizando a mobilização com debates.
A Universidade está ocupada com debates políticos, salas de aula sendo usadas para exibição de filmes, oficinas de charge, artesanato, dança, manifestações políticas, teatrais, e até mesmo atividades esportivas.
Com a bandeira de unidade operário-estudantil, os estudantes estão chamando toda a comunidade do bairro operário em que o Campus está inserido, o Pimentas, para participarem dessas atividades, e do ato plenária que discutirá problemas do bairro, da cidade, da universidade.
Em Assembleia, os professores aprovaram uma paralisação das aulas do dia 12 a 18 de abril. No dia 18 haverá um ato unitário de professores e estudantes, esse é o primeiro o ano que os professores decidem paralisar em apoio a pauta de infra-estrutura.
Logo após a crise ser instaurada na instituição, o diretor da Escola enviou para as listas de alunos, professores e funcionários um email afirmando que Ministério da Educação deve liberar verba para compra de terreno em frente ao atual prédio da universidade.
No entanto, o movimento tem a maturidade para compreender que trata-se de uma provocação que pretende desmobilizar as categorias paralisadas. Neste sentido, mais do que um papel afirmando qualquer coisa, é necessária uma resposta negociada com o movimento diante da situação do campus. O prédio definitivo no atual terreno não tem sequer autorização para ser construído ainda. A faculdade está a cinco anos no local.
A ampla mobilização dos estudantes do campus de Guarulhos da Unifesp ocorre em conseqüência ao completo descaso da reitoria e do governo diante da situação da universidade. A crise é generalizada e toda comunidade acadêmica está insatisfeita, inclusive com os conselhos gerais e as pró-reitorias, insuficientes e ineficientes.
Um das pautas aborda o caso dos 48 estudantes envolvidos na ocupação da reitoria em 2008, que responderam à sindicância administrativa que, a princípio, apuraria os fatos dentro da instância da instituição universitária. Decorridos alguns meses, sem nenhuma conclusão deste processo, um inquérito na Polícia Federal foi aberto, baseado nos artigos 163 (incisos I e III) e 288 do código penal, referentes respectivamente a danos ao patrimônio público e formação de quadrilha. A acusação é rejeitada pela juíza, mas o Ministério Público dá continuidade a este processo, alegando seguidos “equívocos” da juíza. Assim o movimento, exige a Retirada dos processos criminais contra os 48 estudantes da Polícia Federal, e de qualquer instância jurídica, e fim dos processos administrativos contra o movimento estudantil.
A mobilização continua e só pra quando todas as reivindicações forem negociadas e viabilizadas. Até a vitória.
Derruba os muros! A Unifesp é de todo mundo.
Derruba os muros! A Unifesp é de todo mundo.
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