Percentual já foi de 1,8% em
1997, e de 5% em 2004.
Nova lei torna obrigatória a
cota racial nas universidades federais.
Nathalia Passarinho
Apenas 8,8% dos jovens pretos
entre 18 e 24 anos frequentam ou concluíram o ensino superior, de acordo com
dados do Censo do Ensino Superior de 2011, divulgados nesta terça-feira (16)
pelo Ministério da Educação.
De acordo com o MEC, 17,8% dos
jovens entre 18 e 24 anos estão cursando ou já se formaram em uma instituição
de ensino superior. Os pretos (o IBGE adota a terminologia "pretos"
para as pessoas da raça negra) e pardos são os que menos frequentam universidades,
apesar de representarem mais de 50% da população brasileira.
Em 1997, apenas 1,8% dos pretos
jovens cursavam curso superior. O percentual passou para 5%, em 2004, e 8,8%,
em 2011. Dentre os jovens que se declaram pardos, 11% estudam em universidades
ou já possuem diploma. Em 1997, o percentual era de 2,2% e, em 2004, era de
5,6%.
Já entre os jovens brancos com
18 a 24 anos, 25,6% estudam ou concluíram curso em instituição de ensino
superior. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, as cotas
sociais obrigatórias em universidades federais devem aumentar o ingresso de
pretos e pardos.
“Nossa meta é que a presença de negros a nível
superior seja proporcional ao Censo Nacional. Ou seja, que os negros tenham o
mesmo peso no curso superior que possuem na população brasileira. Uma década a
partir desse ano é um período razoável para diminuir essa desigualdade”,
afirmou Mercadante.
O governo federal publicou
nesta segunda-feira (15), no "Diário Oficial da União", o decreto que
regulamenta a lei que garante a reserva de 50% das vagas nas universidades
federais, em um prazo progressivo de até quatro anos, para estudantes que
cursaram o ensino médio em escolas públicas. O critério de seleção será feito
de acordo com o resultado dos estudantes no Exame Nacional de Ensino Médio
(Enem).
Matrículas
crescem 5,6%
O Brasil registrou, em 2011,
6.739.689 matrículas em instituições de ensino superior, um crescimento de 5,6%
em relação a 2010, segundo dados do Censo da Educação Superior.
De 2001 a 2011, o aumento no
ingresso de brasileiros em universidades foi de 124,9%.
Os cursos tecnológicos são os
que tiveram maior procura. O crescimento no número de matrículas nessa área foi
de 11,4% em relação a 2010. Os cursos de bacharelado tiveram aumento de 6,4% na
procura e os de licenciatura, de 0,1%.
“O setor público está fazendo
grande esforço em estimular essas áreas tecnológicas. O programa Ciência sem
Fronteiras dá prioridade a isso, especialmente engenharia”, afirmou o ministro
da Educação, Aloizio Mercadante.
A rede pública de ensino teve
aumento de 7,9% nas matrículas, enquanto na rede privada o percentual foi de
4,8%. O ensino à distância representa 14,7% do total de matrículas registrado
em 2011.
“Não queremos que haja um
crescimento muito grande do ensino à distância, porque a qualidade precisa ser
controlada. Ele precisa ser regulado e observar padrões de qualidade”, disse
Mercadante.
Mulheres
As mulheres na faixa etária
entre 18 e 24 anos têm presença maior que os homens nas universidades. De
acordo com o MEC, 20,5% das jovens brasileiras frequenta ou já se formou em
instituição de ensino superior. Entre os homens dessa faixa etária o percentual
é de 14,6%.
Região
O Centro-Oeste é a região com
maior percentual de jovens entre 18 e 24 anos em universidades- 23,9%. No Sul,
22,1% das pessoas nessa feixa etária frequentam curso superior.
No Sudeste o percentual é de
20,1%. Nas regiões Norte e Nordeste 11,9% dos jovens já possuem diploma ou
estão estudando em universidades.O percentual nessas duas regiões era de 3,6%
em 1997 e de 6,4% em 2004.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário