Hiroshima após o ataque nuclear dos EUA, em 6 de agosto de 1945 |
A cidade de Hiroshima, no
Japão, marca os 69 anos desde o devastador ataque dos Estados Unidos com a
bomba nuclear, nesta quarta-feira (6). O evento é lembrado como denúncia do
belicismo imperialista e do crime contra a humanidade. A presidenta do Conselho
Mundial da Paz e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela
Paz (Cebrapaz) Socorro Gomes, que deu declarações ao Vermelho, tem sido uma das
vozes firmes no apelo à memória como forma de evitar a repetição devastadora.
Marcar anualmente o evento
criminoso contra o povo japonês de Hiroshima e de Nagasaki, com o despejo das
bombas nucleares pelos Estados Unidos quando já finalizada a Segunda Guerra
Mundial, “contribuiu para a crescente consciência universal que conduziu a luta
dos povos, ao longo de décadas, pela paz mundial, em oposição às guerras
imperialistas,” garante Socorro Gomes.
“Desde os ataques massivos
genocidas sobre Hiroshima e Nagasaki, a resposta mundial a essa arrogância
também promoveu o clamor pelo desarmamento nuclear. O Conselho Mundial da Paz e
todas as organizações que o integram estão engajados ativamente nesta luta,”
continua.
Na ocasião, as bombas nucleares
despejadas pelos Estados Unidos mataram entre 100 a 166 mil pessoas em
Hiroshima e cerca de 80 mil pessoas em Nagasaki, atingida três dias depois, em
9 de agosto. Ao todo, o massacre perpetrado pelos EUA tirou a vida de 180 a 240
mil pessoas nas duas cidades.
Na manhã de 6 de agosto de
1945, a bomba atômica intitulada “Garotinho” foi despejada no centro de
Hiroshima. Com a energia estimada em 16 quilo-toneladas e construída com urânio
235 e núcleo de plutônio, seus raios de calor e a explosão queimaram
completamente ou destruíram parcialmente 90% das 76 mil casas na cidade, de
acordo com o Museu do Memorial da Paz de Hiroshima.
A instituição divulga
documentação sobre a reconstrução da cidade e a promoção de uma “educação para
a paz” através de várias atividades e informações pedagógicas, além de
participar ativamente da campanha pelo desarmamento mundial, luta à qual também
se dedica do CMP.
Socorro Gomes destaca que os
Estados Unidos ainda controlam um gigantesco arsenal atômico e se recusam a
renunciar ao armamento. O CMP denuncia que os países detentores de armas
atômicas as utilizam na chantagem global, ameaçando povos e nações, enquanto
buscam impedir que outros países desenvolvam a tecnologia nuclear com fins
pacíficos, concentrando, assim, o conhecimento e o lucro desta atividade.
“Eles tentam impedir, de forma
hipócrita, que outros países usem esta tecnologia para fins pacíficos, como na
medicina ou na produção de energia. Querem ter lucro com essa indústria nuclear
pacífica. É uma tecnologia de ponta, que desejam dominar sozinhos. Por isso
usam o discurso da ameaça de bomba atômica em nações onde isso não existe, como
no caso do Irã”, diz Socorro.
Fonte: Vermelho
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