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terça-feira, 19 de agosto de 2014

IBGE demite 200 trabalhadores em Greve

"Para quem acredita na livre manifestação do BRasil democrático" (Fórum Un. Permanente da Uesb)

 
Autonomia técnica, reforço no orçamento condizente com plano de trabalho, valorização salarial e patamar do ciclo de gestão, são algumas das reivindicações dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em greve desde 26 de maio. Os grevistas lutam ainda pela valorização do servidor temporário, os quais ocupam quase a metade do quadro técnico do órgão. Aderiram à greve 17 estados mais o Distrito Federal.

Devido à paralisação dos servidores, pesquisas importantes como a Pesquisa Mensal de Emprego foram divulgadas incompletas e fora do prazo previsto na Região Sul e no Estado da Bahia. Também as pesquisas anuais se encontram atrasadas em praticamente todo o território nacional. A direção do IBGE ajuíza liminar que exige 70% do pessoal trabalhando e, em caso de descumprimento, multa ao sindicato de R$ 100 mil ao dia. Apesar de afirmar na mídia que a greve contava com a participação de apenas 15% da classe de servidores, a direção do órgão retornou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anexar documento em que afirma que os grevistas não cumpriram a liminar, pedindo, então, a aplicação de uma multa de R$ 200 mil.

A pesar de toda a dificuldade enfrentada pelo sindicato em assegurar uma negociação, já que a ministra do Planejamento Mirian Belchior afirmava não negociar com servidores do IBGE, dando toda autonomia para a presidente do órgão, Wasmália Bivar, foi sinalizado um possível aumento salarial para a classe mais precarizada, os agentes de pesquisa e mapeamento (APMs), a partir de 2015.

Desvio de função, assédio moral, falta de garantias e auxílios, além da falta de protetor solar são alguns dos motivos que fizeram com que os APMs aderissem em massa à greve. Sendo estes servidores a maior força de trabalho do IBGE, o movimento paredista se tornou enérgico. No entanto, como forma de intimidar e enfraquecer o movimento, a direção do órgão decidiu demitir grande parte dos APMs que paralisaram suas atividades, somando cerca de 200 demissões em nível nacional, ferindo, assim, o direito de greve garantido por lei. A presidente do IBGE afirmou que o motivo das demissões se baseava na falta de pontualidade e de produtividade dos servidores, porém, todos os servidores estão assegurados com o ponto na greve e, uma vez com as atividades paralisadas, não é possível produzir.

Diante desta situação, a direção se nega a negociar a recontratação dos demitidos e dispara que resolvam a questão no Judiciário. Como forma de pressionar a direção, servidores de diversos estados entregaram às suas respectivas unidades uma carta de renúncia dos cargos de chefia, a fim de reverter as demissões dos trabalhadores temporários.

As negociações seguem e espera-se alguma posição sobre a readmissão dos APMs, o que se tornou prioridade para o movimento. Estão programados atos regionais, um no Rio de Janeiro e outro em Pernambuco. Todos os envolvidos no movimento paredista, afirmam não retornarem ao trabalho enquanto ainda houver temporários demitidos e sem perspectiva de reversão desta decisão.

Heloiza Romero, trabalhadora contratada demitida do IBGE

Fonte: A Verdade

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