17/7/2014
Por Redação - do Rio de
Janeiro
Manifestantes projetaram
palavras como “Sonega”, “Mente” e “Manipula” sob o logotipo da Rede Globo, em
São Paulo
O jornalista Miguel do Rosário
revela, em primeira mão no site O Cafezinho, detalhes do processo em que o
maior conglomerado de mídia do país é investigado por sonegação de impostos,
evasão de divisas e formação de quadrilha. Os autos desapareceram da Receita
Federal há cerca de um ano mas, agora, uma cópia ipsis literis reapareceu e
vazou para a internet.
A transação, que pressupõe a
existência de uma quadrilha internacional, simula negócios para permitir que a
operação verdadeira – a compra dos direitos de transmissão para o Brasil dos jogos
da Copa de 2002, realizada no Japão e Coreia do Sul – significasse uma
gigantesca evasão de impostos. Os valores, reajustados, ultrapassam a casa de
R$ 1 bilhão, sem contar as transações ainda obscuras que podem estar envolvidas
na cessão da autorização de exclusividade da Fifa para o televisionamento do
Mundial. A transmissão da Copa do Mundo de 2014 também foi exclusiva deste
grupo de mídia, que conta com recursos públicos do governo federal.
Leia, a seguir, o resumo dos
fatos que o jornalista Fernando Brito publicou nesta quinta-feira, no site
Tijolaço, com base nas provas contidas no processo que agora reaparece, “embora
duvide que o Ministério Público vá tomar qualquer atitude”, desconfia Brito.
“A Fifa entregou a
International Sports Media and Marketing, um braço da conhecida ISL, que foi
indiciada na Justiça suíça por fraudes e falsificação de documentos.
“A ISMM vendeu, em 29 de junho
de 1998, à TV Globo e a Globo Overseas, empresa da Globo na Holanda, os
direitos de transmissão daquela Copa em oito parcelas, a última a vencer em
2002.
“Quem pagou foi a Globo
Overseas, repito, sediada na Holanda, mas controlada integralmente pela
Globinter, uma empresa de fachada, que funcionava numa caixa postal nas
Antilhas Holandesas, paraíso fiscal no Caribe.
“A Globinter, por sua vez, é
controlada pela Globo Radio, empresa das Ilhas Cayman, adivinhe, um paraíso
fiscal.
“Pagou com dinheiro supostamente
tomado de uma tal Power Company, com sede no Uruguai. Que é, por sua vez,
propriedade da holding Globopar (controladora) da TV Globo.
“Não se perca, calma.
“Aí a Globinter, das Antilhas
Holandesas, cria uma nova empresa, em outro paraíso fiscal, as Ilhas Virgens
Britânicas, a Empire Investment Group, integralizando o capital com os direitos
de transmissão da Copa.
“Como a Globinter é dona da
Globo Overseas, pôde passar os direitos à Empire.
“A Globinter, então, “vende” a Empire
à TV Globo ao Brasil e, com isso, vão os direitos televisivos.
“A Empire some do mapa.
“E a Globo forma uma nova
empresa no Brasil, a GEE Ltda, que tem como capital estes mesmos direitos.
“Vende, então, 30% destes
direitos, na forma de participação societária na GEE, para a Globosat, que
controla seus canais de tv a cabo.
“E a GEE também morre e seu
espólio, a transmissão da Copa, finalmente fica, oficialmente, nas mãos da TV
Globo e da Globosat (cabo).
“Para que todo este transeté no
molho do piqueretê de faz-desfaz-compra-vende de empresas?
“Para remeter, à guisa de
empréstimos, adiantamentos e compras de cotas de capital nestas empresas de
fachada os recursos com os quais se compraram estes direitos de transmissão da
Copa.
“Ou seja, para produzir uma
fraude fiscal de R$ 615 milhões, na época, ou R$ 1,2 bilhão, hoje.
“Mas, como o Brasil é um país
iluminado, um belo dia uma escriturária da Receita Federal, sem mais nem
porquê, volta de suas férias na repartição e rouba o processo contra a Globo.
“Por nada, por nada, só porque
lhe deu na telha.
“E o nosso Ministério Público,
nossa mídia e nosso Judiciário se satisfazem com essa explicação.
“Só os blogueiros sujos, estes
recalcados, não se conformam com essa conversa.
Conheça os documentos:
Fonte: Correio do Brasil
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