Texto da Câmara, que governo
defendia, previa reserva para a educação. Relator propunha 100% da parcela de
estados e municípios para o setor
Iara Lemos e Nathalia
Passarinho
Depois de uma reviravolta no
plenário, os deputados aprovaram na noite desta terça-feira (6), por 296 votos
a favor e 124 contra, o texto-base oriundo do Senado sobre a distribuição dos
recursos provenientes da exploração do petróleo.
O texto não estabelece
obrigatoriedade para destinação dos recursos a áreas específicas. Antes, os
deputados tinham derrubado, por 220 votos a 211, o relatório do deputado Carlos
Zaratini (PT-SP), que destinava 100% da parcela de estados e municípios à área
da educação, como queria o governo.
O texto do Senado, de autoria
do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), foi aprovado na Câmara depois de o DEM
conseguir a maioria dos votos para derrubar o relatório do deputado Carlos
Zarattini (PT-SP), sobre a proposta que altera o sistema de partilha dos
royalties provenientes da exploração do petróleo.
O texto era defendido pelo
governo por exigir que 100% dos recursos de estados e municípios fossem
destinados à área da educação.
O texto do Senado traz uma
redução de 30% para 20% na fatia de royalties destinada à União. Para compensar
o governo, Vital do Rêgo propôs que, a partir de 2013, a União receba uma
compensação na participação especial de 1% por ano, até chegar a 46% em 2016.
A participação especial é o
tributo pago pelas empresas pela exploração de grandes campos de petróleo,
principalmente os recém-descobertos na camada pré-sal. O texto do Senado
determina ainda a redução de 50% para 42% da parcela da União nesse tributo.
No relatório, Vital do Rêgo
afirma que a proposta é uma “solução para os mais de 5 mil municípios que têm
direito a uma parte da riqueza da nação, independentemente de sua localização
geográfica e que, atualmente, recebem somente algo em torno de 6% dos royalties
e, absolutamente nada das receitas da participação especial”.
O relatório prevê a criação de
um fundo especial que "destinará para a totalidade dos municípios, já em
2012, o equivalente a R$ 4 bilhões, que serão distribuídos de acordo com o
mesmo critério de rateio do Fundo de Participação dos Municípios. Isso
representa um aumento de quase sete vezes em relação aos valores de 2010".
O fundo especial também
destinará, segundo o relator, R$ 4 bilhões a todos os estados e ao Distrito
Federal. “Isso beneficiará diretamente os 17 Estados (além do Distrito Federal)
que, atualmente, encontram-se praticamente alijados do processo de distribuição
das receitas de petróleo”, diz trecho do relatório
Em 2010 o fundo especial
destinou a todos os estados R$ 160 milhões. A previsão no relatório é que até
2020 o fundo especial esteja distribuindo cerca de R$ 16 bilhões para estados e
outros R$ 16 bilhões para os municípios.
Fonte: G1
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