21 DE NOVEMBRO DE 2012 -
14H41
Apesar de muito criticada por
sua visão neoliberal e privatizante, a atual secretária municipal de Educação
do Rio de Janeiro, Cláudia Costin poderá ser nomeada por Aloizio Mercadante
para a Secretaria de Educação Básica do MEC.
Claudia
Costin, NÃO! - dizem pedagogos
Após dez meses como ministro da
Educação, Aloizio Mercadante ainda tenta montar sua equipe. O atual secretário
de Educação Básica, César Callegari, entregou o cargo. Sua missão, desde que
assumiu o lugar ocupado pela professora Maria do Pilar Lacerda durante a gestão
de Fernando Haddad, foi terminar o projeto do Pacto Nacional pela Alfabetização
na Idade Certa, lançado esta semana pela presidenta Dilma Rousseff.
Callegari alegou razões
pessoais e familiares para deixar a função e voltar para São Paulo, onde morava
antes de se mudar para Brasília. O sociólogo foi a primeira mudança feita por
Aloizio Mercadante na equipe deixada pelo ex-ministro Fernando Haddad.
Callegari foi secretário municipal de educação de Taboão da Serra (SP) e duas
vezes presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação
(CNE).
Para o seu lugar, Mercadante
convidou a atual secretária de Educação do município do Rio de Janeiro, Cláudia
Costin, que prontamente aceitou o convite. Cláudia volta para a capital
federal, onde foi ministra da Administração e Reforma do Estado durante o
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Paulistana, ela é uma
conhecida privatizante e foi diretora Fundação Victor Civita, do ultra
neoliberal Grupo Abril / Veja.
Preocupação
entre professores
Importantes setores da
pedagogia no país manifestam profunda preocupação com a nomeação de Cláudia
Costin, que foi ministra da Administração no governo Fernando Henrique Cardoso
e esteve à frente de funções ligadas ao desmonte do Estado brasileiro.
Um grupo de pedagogos divulgou
a seguinte nota manifestando suas fortes preocupações em relação à nomeação de
Cláudia Costin:
A privatização do ensino
público, a fragmentação do trabalho docente, a perda da autonomia dos professores,
a submissão estrita aos cânones neoliberais têm sido implementados por Cláudia
Costin à frente da Secretaria Municipal da Educação na cidade do Rio de
Janeiro.
Seu autoritarismo didático e de
conteúdos, prescritos em cadernos e apostilas, emanado das orientações dos
organismos internacionais ampliam o abandono da educação básica da grande
maioria da população, historicamente relegada à carência de escolas e, mais
recentemente, à desqualificação da educação nas escolas existentes. Além disso,
no Rio de Janeiro, professores, gestores e funcionários tem sido alvo de
aliciação pecuniária, os bônus financeiros, através de remuneração
extraordinária pelo desempenho dos alunos, traduzido em um percentual de
aprovação de alunos nas turmas e no conjunto da unidade escolar, como
compensação aos baixos salários.
Não por caso, quando Ministra
da Administração Federal e Reforma do Estado no governo FHC, foi uma das
responsáveis pela idealização e implementação do desmonte do Estado,
incluindo-se aí as privatizações ou a venda do país e a quebra da estabilidade
dos servidores públicos.
Se confirmada Cláudia Costin à
frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da
educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos
históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que seguem a férrea
doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas. Não mais a
educação básica, direito social e subjetivo, mas escola fábrica de capital
humano. Uma versão bastarda do ideário republicano de escola, como a define
Luiz Gonzaga Belluzzo, em brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012. Esta
visão bastarda de educação objetiva apagar qualquer senso crítico dos alunos.
Trata-se de transformar, para Belluzzo, recorrendo a Marshall Berman, a ação
humana em repetições rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a
indivíduos médios, reproduções de tiposideais que incorporam todos os traços e
qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias.
Delegar à administradora esse
setor vital da educação brasileira é declinar de todos os embates e propostas
da educação para ter uma política própria de educação básica como formação
humana, em favor do tecnicismo e da intervenção de grupos privados no interior das
escolas públicas.
Professores, pesquisadores
estudantes e suas entidades representativas vêm publicamente, protestar contra
o arbítrio economicista, degradante e mutilador para a educação das gerações de
jovens da educação básica que sua presença na SEB traria à educação básica, não
apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas em todo Brasil.
Cláudia Costin, NÃO!
Eveline
Algebaile -UERJ
Gaudêncio
Frigotto – UERJ
Maria
Aparecida Ciavatta Franco - UERJ
Maria
das Graças Bollmann – UNISUL
Olinda
Evangelista - UFSC
Marise
Ramos – UERJ/ Fiocruz
Regina
Leite Garcia – UFF
Roberto
Leher – UFRJ
Sonia
Maria Rummert – UFF
Vania
Motta – UFRJ
Fontes:
Último Segundo e Rede Democrática
Fonte:
Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário