Rubens Mascarenhas
Uma denúncia contundente nos
chega em forma de mensagem em minha caixa de e-mails. No entanto, por não ter
recebido autorização de seu autor para publicação, assumo, provisoriamente, o
tema. Faço isso pela importância e urgência que ele exige.
Na mensagem, o autor nos sugere
fazer uma conta simples e corriqueira, que sempre está "na nossa
cara" e que nos esquivamos de fazer. Na minha modesta opinião, a conta é
tão óbvia e que nossa postura de omissão de executá-la pode ser explicada pelo
mascaramento de nossos vários medos, principalmente o da temida certeza de que
ela não "baterá" e que a omissão (falta de transparência) da entidade
em jogo nos deixará pelo meio do caminho no processo. Mas vamos ao
enfrentamento dos números puros e simples a partir da contabilidade lógica de
qualquer sindicato com os números que o autor levantou.
Afirma ele que, "a duas
semanas atrás postara um comentário sobre um possével caixa da APLB" e que
chegara a uma receita algo em torno de 10 milhões. Na atual mensagem admite ter
se equivocado e que a conta estava errada: PARA BAIXO. Ele explica que o erro
encontra-se no número que evocou de filiados ao sindicato. Agora, de posse do
quantitativo correto, o missivista refaz as contas. Vamos a elas:
NUMERO DE FILIADOS NA BAHIA
(MUNICIPIOS E ESTADO): 80 MIL PROFESSORES
VALOR MÉDIO DA TAXA MENSAL (por
professor): R$ 20,00
20 X 80 MIL = R$ 1.600.000,00
(um milhão, seiscentos mil Reais) - mês
1,6 milhão x 12 (12 meses) = R$
19.200.000,00 (dezenove milhões, duzentos mil Reais/ano)
Pautando, o missivista, na
referência de que a última greve da categoria dos professores do Estado da
Bahia ocorreu há 5 anos atrás, supõe que o caixa existente no período (19,2
milhões de Reais X 5) tenha contabilizado uma receita bruta de R$ 96.000.000,00
(noventa e seis milhões de Reais).
Ainda, baseado em informações
de professores sindicalistas e de sindicatos de outras categorias, obteve o
cálculo aproximado de despesas médias de manutenção de sindicatos em torno de
50% da receita (o que eu acho um absurdo, mas...). Nos convida o missivista a
utilizar esse referencial, já que nos falta uma prestação de contas crível (e
transparente) por parte do sindicato.
Por esse cálculo, deveria
haver, hoje, algo em torno de 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de Reais)
nos cofres da APLB Sindicato, isso excluindo o imposto sindical anual, que não
é de tão pouca monta.
Toda essa parafernália de
cálculos simples apenas para perguntar: por que a APLB Sindicato diz não ter
recursos para enfrentar o Governo Estadual num movimento de maior peso, de
maior ressonância, de propaganda mais ofensiva?
Afirmo eu que, das tantas lutas
que participei durante toda a minha vida política (não ligada a quaisquer
partidos ou sindicatos específicos, apesar de sindicalizado na minha categoria),
enfrentamos governos com recursos advindos de "feiras de pechincha"
que, em valores, fazem vergonha citar se comparados aos números simples a que
se chega nesta conta. O LUTE Sindicato, aqui na Região, fez muito mais pelo
movimento dos professores estaduais, com a mera receita de uma Feira de
Pechincha (pois ainda não é, oficialmente, um sindicato, pelo sistemático
emperramento burocrático do governo, que insiste em manter o monopólio sindical
da APLB, porque motivos se sabe, mas não os poremos agora em discussão) do que
um sindicato com tamanha receita.
O missivista termina sua
mensagem convidando o Sindicato em questão a dirimir possíveis equívocos
trazidos pela falta de informações oficiais e apresentar dados como as planilhas de captação de recursos
(mensalidade, imposto sindical anual e demais fontes de captação, mês a mês,
ano a ano) e dirimir as dúvidas e deduções políticas e financeiras que recaem
sobre a entidade. Assim, saberemos se a categoria pode - ou não - confiar
naqueles que hoje se intitulam de companheiros de luta.
Ah! uma última informação que
me chega na madrugada de hoje. O missivista (que insistimos em manter no
anonimato por falta de autorização de sua parte) nos informa que acaba de ser
excluído do Grupo de "Professores do Estado" pelo seu moderador.
Agrega que a prática da exclusão dos que questionam os rumos do atual processo
está em marcha já a certo tempo no Sindicato.
Até quando? pergunto!
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