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sábado, 19 de maio de 2012

APLB sob suspeita


Rubens Mascarenhas

Uma denúncia contundente nos chega em forma de mensagem em minha caixa de e-mails. No entanto, por não ter recebido autorização de seu autor para publicação, assumo, provisoriamente, o tema. Faço isso pela importância e urgência que ele exige.
Na mensagem, o autor nos sugere fazer uma conta simples e corriqueira, que sempre está "na nossa cara" e que nos esquivamos de fazer. Na minha modesta opinião, a conta é tão óbvia e que nossa postura de omissão de executá-la pode ser explicada pelo mascaramento de nossos vários medos, principalmente o da temida certeza de que ela não "baterá" e que a omissão (falta de transparência) da entidade em jogo nos deixará pelo meio do caminho no processo. Mas vamos ao enfrentamento dos números puros e simples a partir da contabilidade lógica de qualquer sindicato com os números que o autor levantou.
Afirma ele que, "a duas semanas atrás postara um comentário sobre um possével caixa da APLB" e que chegara a uma receita algo em torno de 10 milhões. Na atual mensagem admite ter se equivocado e que a conta estava errada: PARA BAIXO. Ele explica que o erro encontra-se no número que evocou de filiados ao sindicato. Agora, de posse do quantitativo correto, o missivista refaz as contas. Vamos a elas:

NUMERO DE FILIADOS NA BAHIA (MUNICIPIOS E ESTADO): 80 MIL PROFESSORES

VALOR MÉDIO DA TAXA MENSAL (por professor): R$ 20,00

20 X 80 MIL = R$ 1.600.000,00 (um milhão, seiscentos mil Reais)  - mês

1,6 milhão x 12 (12 meses) = R$ 19.200.000,00 (dezenove milhões, duzentos mil Reais/ano)

Pautando, o missivista, na referência de que a última greve da categoria dos professores do Estado da Bahia ocorreu há 5 anos atrás, supõe que o caixa existente no período (19,2 milhões de Reais X 5) tenha contabilizado uma receita bruta de R$ 96.000.000,00 (noventa e seis milhões de Reais).

Ainda, baseado em informações de professores sindicalistas e de sindicatos de outras categorias, obteve o cálculo aproximado de despesas médias de manutenção de sindicatos em torno de 50% da receita (o que eu acho um absurdo, mas...). Nos convida o missivista a utilizar esse referencial, já que nos falta uma prestação de contas crível (e transparente) por parte do sindicato.

Por esse cálculo, deveria haver, hoje, algo em torno de 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de Reais) nos cofres da APLB Sindicato, isso excluindo o imposto sindical anual, que não é de tão pouca monta.

Toda essa parafernália de cálculos simples apenas para perguntar: por que a APLB Sindicato diz não ter recursos para enfrentar o Governo Estadual num movimento de maior peso, de maior ressonância, de propaganda mais ofensiva?

Afirmo eu que, das tantas lutas que participei durante toda a minha vida política (não ligada a quaisquer partidos ou sindicatos específicos, apesar de sindicalizado na minha categoria), enfrentamos governos com recursos advindos de "feiras de pechincha" que, em valores, fazem vergonha citar se comparados aos números simples a que se chega nesta conta. O LUTE Sindicato, aqui na Região, fez muito mais pelo movimento dos professores estaduais, com a mera receita de uma Feira de Pechincha (pois ainda não é, oficialmente, um sindicato, pelo sistemático emperramento burocrático do governo, que insiste em manter o monopólio sindical da APLB, porque motivos se sabe, mas não os poremos agora em discussão) do que um sindicato com tamanha receita.
O missivista termina sua mensagem convidando o Sindicato em questão a dirimir possíveis equívocos trazidos pela falta de informações oficiais e apresentar  dados como as planilhas de captação de recursos (mensalidade, imposto sindical anual e demais fontes de captação, mês a mês, ano a ano) e dirimir as dúvidas e deduções políticas e financeiras que recaem sobre a entidade. Assim, saberemos se a categoria pode - ou não - confiar naqueles que hoje se intitulam de companheiros de luta.
Ah! uma última informação que me chega na madrugada de hoje. O missivista (que insistimos em manter no anonimato por falta de autorização de sua parte) nos informa que acaba de ser excluído do Grupo de "Professores do Estado" pelo seu moderador. Agrega que a prática da exclusão dos que questionam os rumos do atual processo está em marcha já a certo tempo no Sindicato.
Até quando? pergunto!

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