Professores de diversas
universidades federais iniciaram nesta quinta-feira (17) uma greve por tempo
indeterminado, segundo a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior
(Andes). A entidade afirmou que a paralisação pode atingir pelo menos dez
universidades em nove estados. Na manhã desta quinta-feira, instituições do
Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná e Pernambuco
tiveram aulas comprometidas. No Distrito Federal, uma assembleia marcada para a
sexta-feira (18) pode decidir pela adesão à greve a partir da terça-feira (22).
Ainda de acordo com a Andes,
alguns institutos federais podem iniciar uma paralisação a partir da
segunda-feira (21).
A categoria pleiteia carreira
única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação
de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao
salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais
de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.
Na quarta-feira (16), o
Ministério da Educação afirmou que não comentaria o anúncio de greve.
Professores da UFCG durante assembleia
(Foto: Adufcg/Divulgação)
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Paraíba
Professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) aderiram à greve a partir desta quinta-feira. Com a paralisação por tempo indeterminado, 62 mil alunos devem ficar sem aula no estado.
A assessoria de imprensa da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg) informou que como a greve tem caráter nacional as reivindicações das instituições são as mesmas. Segundo a assessoria, os professores querem a restruturação da carreira docente, prevista em um acordo firmado em 2011. Os docentes também pleiteiam melhores condições de trabalho e a valorização profissional.
De acordo com a assessoria de imprensa da UFPB, atualmente a instituição tem 42 mil alunos distribuídos nos campi de João Pessoa, Areia, Bananeira, Rio Tinto e Mamanguape. Já a assessoria de imprensa da Adufcg informou que a Universidade Federal de Campina Grande conta com 20 mil alunos.
Amazonas
Professores da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam) anunciaram na terça-feira (15) que entrariam em
greve por tempo indeterminado a partir desta quinta. O presidente da Associação
dos Docentes da Ufam (Adua), Antônio Neto, disse que as atividades no Campus
serão mantidas e que docentes vão aproveitar a parte da manhã para passar nas
salas e departamentos, com intuito de dialogar sobre a programação e ganhar
apoio da comunidade acadêmica do movimento. "A principal intenção não é
paralisar e sim fazer uma grande movimentação em todas as unidades, para que
todos até mesmo alunos nos apóiem", disse.
O movimento também deve atingir
as unidades acadêmicas da Ufam fora da capital, como Benjamin Constant,
Humaitá, Parintins, Coari e Itacoatiara.
Ainda segundo o presidente da
Adua, a mobilização tem intuito de ganhar mais adesão ao movimento, o Comando
Local de Mobilização, com aproximadamente 20 professores,estão no campus
fazendo panfletagem e aviso nas salas.
Distrito
Federal
Os professores da Universidade
de Brasília (UnB) aprovaram um indicativo de grevedurante assembleia realizada
na manhã desta quarta-feira (16). A principal reivindicação da categoria é a
reestruturação da carreira dos docentes.
"Nossa greve não tem nada
a ver com 4% ou 5%. Nós queremos é a reestruturação da carreira.O governo está
fazendo a reestruturação de todos os servidores públicos e nós precisamos nos
mover se não quisermos chorar daqui a 10 anos", disse o presidente da
Associação dos Docentes da UnB, Ebenezer Nogueira.
Os professores vão fazer nova
assembleia na sexta-feira (18) e, se aprovada, a greve deve começar a partir de
terça-feira (22).
Espírito
Santo
As aulas na Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes) foram paralisadasnesta quinta-feira (17).
Segundo a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), acontece às 10h uma
assembleia no Campus de Goiabeiras, em Vitória, para definir os rumos do greve
dos professores no estado.
A diretora da Adufes, Mariane
Lima de Sousa, alega que as principais reivindicações dos professores são a
restruturação do plano de carreira dos profissionais e a destinação de 10% do
PIB para a educação. “Essa paralisação visa corrigir as distorções na carreira
do professor, que, muitas vezes, no final da carreira, acaba recebendo menos
que um profissional que acabou de entrar no mercado de trabalho”, disse.
Mariane informou que a Adufes
tem um plano para repor todas as aulas após o período de paralisação. Segundo a
diretora, o salário de um professor de 20h é de aproximadamente R$ 1,5 mil.
Minas
Gerais
Em Minas, duas das 11
universidades federais aderiram à greve. Na Universidade Federal de Lavras
(Ufla), segundo a assessoria de imprensa, 9 mil alunos estão sem aulas devido à
paralisação de cerca de 500 professores. A Ufla tem 30 cursos de graduação (seis
deles à distância) e 48 de pós-graduação, 28 de mestrado e 20 de doutorado.
A Universidade Federal de Ouro
Preto (Ufop) também participa do protesto nacional da categoria. Segundo David
Pinheiro Júnior, presidente da Associação dos Docentes da Ufop (Adufop), os
grevistas farão, às 15h desta quinta-feira, um ato público no centro de Ouro
Preto. Pinheiro Júnior afirmou que os professores farão uma passeata em em
direção à reitoria da Ufop para entregar a pauta de reivindicações nacionais ao
reitor.
A Universidade Federal de
Itajubá faz nesta quinta uma paralisação de 24 horas, e decidiu aderir à greve
nacional a partir da segunda-feira (21).
Pará
Professores da Universidade
Federal do Pará realizam ato público a partir
das 9h30 desta quinta-feira (28) para marcar o início da greve da categoria. A
paralisação pode deixar mais de 30 mil alunos sem aulas.
O movimento pede a ampliação de
vagas para concursos públicos, melhorias salariais e mudanças nas condições de
trabalho dos professores.
Uma reunião com representantes
do governo federal foi agendada para 28 de maio para discutir as reivindicações.
Paraná
Os professores da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR)decidiram aderir à greve nacional da categoria. Na Universidade para a
Integração Latino-Americana (Unila), os professores ainda não decidiram se
entrarão em greve. Segundo a presidente da Associação dos Docentes da Unila
(Adunila), Gisele Ricobom, os professores da instituição não são filiados à
Andes e, por isso, não seguem o mesmo cronograma que a UFPR e a UTFPR.
Ricobom diz que os professores
da Unila farão uma assembleia na quinta-feira (24) para definir se param ou
não. “Conhecemos as reivindicações da Andes e vamos analisar se aderimos ao
movimento ou não. Ainda não é possível afirmar se entraremos ou não em greve”,
afirma.
A Federação de Sindicatos de
Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) informou que
a orientação dada aos sindicatos locais é para que não haja greve. Com isso, as
aulas no Instituto Federal do Paraná (IFPR) também não devem ser afetadas pela
paralisação.
Professores
da UFRPE aderiram à paralisação
(Foto: Vanessa Bahé / G1) |
Pernambuco
Mais de 15 mil alunos da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e quase 5 mil estudantes da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)estão sem aulas por
tempo indeterminado.
De acordo com o presidente da
Associação dos Docentes da Rural (Aduferpe), o professor Cícero Monteiro, a
paralisação faz parte de um movimento nacional. "Nosso objetivo maior é
conseguir o plano de carreira. Quando o professor entra na universidade, ganha
menos que outros técnicos do serviço público. Além disso, vemos grandes
distorções na carreira de professor. Queremos estabelecer 13 níveis",
explica Cícero.
O sindicato acredita que tem,
pelo menos, 90% de adesão nesse primeiro dia na sede. A paralisação das
unidades de Serra Talhada e Garanhuns começou na própria terça-feira (15).
"Os problemas lá vão além dos nacionais, são também locais, de
estrutura", detalha o professor.
Piauí
De acordo com Mário Ângelo de
Meneses Sousa, presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal do
Piauí (Adufpi), parte das atividades da greve da categoria foram feitas em
conjunto com os demais servidores federal, já que nesta quinta-feira acontece o
Dia Nacional de Paralisação do Servidor Público Federal.
Os professores da Federal do
Piauí se reunião no fim da tarde desta quinta para calcular a adesão dos
docentes ao movimento. Segundo Sousa, a UFPI tem 1.460 professores e 25 mil
alunos.
*Com informações do G1 AM, G1
DF, G1 ES, G1 MG, G1 PA, G1 PB, G1 PE e G1 PR
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