Ferdinand Martins da Silva*
Muito
se tem discutido sobre as condições atuais de trabalho de nós docentes da UESB,
incluindo desde os salários que nos são pagos, as possiblidades de nos
qualificarmos e, por último as condições infra-estruturais que incluem desde o
ambiente das salas de aulas até os espaços físicos que nos são destinados para
a preparação de aulas, atendimento aos alunos e desenvolvimento dos projetos nos
quais estamos envolvidos, com os devidos equipamentos (computadores,
impressoras, scanner, internet, etc.).
Sabemos
que estas condições não são as mesmas para o conjunto dos docentes da UESB,
particularmente no Campus de Vitória da Conquista, no qual um conjunto reduzido
de colegas já adquiriu uma condição razoável que permite desenvolver o seu trabalho
a contento. A grande maioria, no entanto, ainda almeja tal intento.
Recentemente
fomos brindados com os 30 anos da UESB, onde foram destacadas as suas inúmeras
realizações tanto na pesquisa como no ensino e na extensão. Se tomarmos como
comparação outras instituições universitárias, seja no Brasil ou no exterior, a
UESB é uma instituição relativamente nova. Está no auge da juventude. É
verdade. No entanto, precisamos pensar grande, para a frente.
Portanto,
urge que a Universidade não apenas pense em aumentar o contingente de alunos e
eventualmente de docentes e servidores. É preciso que sejam criadas as
condições necessárias ou adequadas para tal finalidade, sob pena de estarmos
cada vez mais precarizando as condições de funcionamento da instituição.
Neste
sentido, é preciso que se faça imediatamente um Plano Diretor para os três
Campi da Instituição, no qual se defina o seu desenho atual e futuro, sob pena
de, se continuarmos com a atual política de expansão física, criarmos algo
totalmente defasado e inadequado às demandas que se apresentarão daqui para a
frente.
O
PDI, atualmente em discussão no interior da universidade, pode se constituir,
assim, neste espaço privilegiado de debate e realizações. Evidentemente, se se
souber dar ao mesmo a dimensão que possui. Nesse sentido, julgo importante que
toda a comunidade universitária esteja envolvida e que apresente as suas
propostas, pois só assim podemos enfrentar aqueles que se opõe ao desenvolvimento
e consolidação da nossa instituição.
A
nossa não permanência cotidiana no interior do campus realizando as nossas
atividades profissionais nos desfalca de um aspecto fundamental da relação (vivência,
ambiência) acadêmica que é o pertencimento e a vontade de enfrentar e resolver
as questões que afligem a todos nós docentes, estudantes e servidores,
tornando-nos cúmplices das nossas ações.
Santa
Fé (Argentina), outono de 2012.
*
Prof. Assistente do Departamento de Ciências Exatas. UESB. Campus de Vitória da
Conquista (BA). Doutorando em Educación das Ciências Experimentales na
Universidade Nacional Del Litoral (UNL). Santa Fé – Argentina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário