por Marília Moreira / Evilásio Júnior
Sexta, 27 de Julho de 2012 - 00:00
'Lei do Silêncio' impera na
unidade | Foto: Marília Moreira/BN
Embora o Colégio Estadual Cosme
de Farias, localizado próximo ao fim de linha do bairro, seja uma das 12
unidades de ensino de Salvador que, oficialmente, retomaram as aulas esta
semana, a realidade é bem diferente. Em visita nesta quinta-feira (26) à escola,
divulgada pelo governo como "uma das 1,2 mil que estão em pleno
funcionamento" (veja o vídeo abaixo), o Bahia Notícias pode constatar que
algumas turmas continuam vazias e os alunos seguem sem estudar. Após 108 dias
de greve dos professores estaduais, a “Lei do Silêncio” impera no local. Com a
diretora Jaira Caldas ausente, a vice, Celeste Ribeiro de Carvalho, disse não
estar autorizada a fornecer informações para a imprensa e nem mesmo falou qual
era o seu sobrenome, encontrado pela reportagem em documentos da Secretaria de
Educação do Estado (SEC) disponíveis na internet. Responsável pela gestão do
espaço, ela ainda solicitou a estudantes e educadores que não se pronunciassem
sobre o que tem, de fato, ocorrido no educandário. Mesmo com o veto, o BN conseguiu
falar com os alunos Igor Rodrigues e Lucas Bruno, do 1º A e da 8º B,
respectivamente. Eles relataram que, apesar do retorno às aulas, a perspectiva
de conclusão do ano letivo continua incerta. “Os professores voltaram à escola
por causa do corte salarial, mas a gente esteve sem aula há quase quatro
meses”, ponderaram. A situação é mais amena entre os discentes do 3º ano do
Ensino Médio, que tiveram atividades no Colégio Estadual Luiz Viana Filho
(Brotas), ministradas por professores contratados emergencialmente pelo Regime
Especial de Direito Administrativo (Reda).
Enquanto o clima de insegurança
impera nas comunidades escolares, dados oficiais do governo apontam que mais de
85% das unidades têm as atividades normalizadas, o que garantiria a rotina de
850 mil estudantes. No entanto, para que 2012 não seja uma página em branco nos
seus currículos, a reposição de aulas terá que acontecer aos sábados deste ano,
bem como nos meses de janeiro, fevereiro e talvez março de 2013. Também seria
necessário o encerramento imediato da paralisação promovida pelo Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), que não tem avançado nas
negociações com o governo. Nesta sexta-feira, às 9h, uma nova assembleia-geral
da categoria será realizada no Colégio Central, sem expectativa de que haja
votação pelo fim da greve.
Fonte: Bahia Notícias
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