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Juliana Brito*
Enquanto mais de um milhão de
baianos estão fora das salas de aula e cerca de 60 mil professores estão com
sua subsistência e futuro profissional comprometido, o MEC continua a repassar
verbas para o Estado da Bahia. O mesmo que afirma não possuir recursos,
contrata projetos sem licitação para ministrar “aulões” aos alunos do Ensino
Médio com a desculpa de prepará-los para o ENEM. No entanto, qualquer aluno de
Pedagogia ou Licenciatura deveria saber que cursinhos não preparam para o ENEM,
pelo contrário, estes apenas alimentam a indústria dos cursos preparatórios
adestrando os alunos a burlar as dificuldades das provas. Não encontramos na
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e nem na Constituição Federal nenhum artigo que
defenda tal prática, uma vez que, todos os documentos que tratam da Educação
perseguem um Ensino Médio capaz de formar cidadãos críticos capazes de atuar no
mundo em que vivem e se inseri-los no mundo do trabalho - ninguém consegue isso
em cursinhos. A Bahia merece há muito tempo um conjunto de ações visando
ressignificar o ensino-aprendizagem, onde profissionais capacitados e
valorizados sirvam de modelo e incentivo para as nossas crianças.
O espanto com a gestão da
Educação na Bahia aumenta quando intuímos o número exorbitante de contratados
de REDA e PSTs - os subempregados da Educação. Se eles podem ocupar o lugar de
um professor efeito em greve, não pode receber o mesmo que ele, mesmo porque, a
lógica da terceirização serve apenas para baratear o serviço. Se não conhecemos
os números do FUNDEB, tampouco conhecemos o número de contratados (PSTs e
REDAS), além de não pagar o Piso Nacional do Magistério na sua integralidade, o
Estado mantem de forma suspeita, um contingente desconhecido de profissionais
sem concurso público, não apenas de professores, mais de técnicos e pessoal de
apoio. Será que o nosso ilustre Judiciário e “democrático” Legislativo
continuarão a fazer vistas grossas sobre essas irregularidades que ferem
profundamente o serviço público baiano? O MEC continuará a repassar as verbas
da educação sem averiguar e publicizar onde estão sendo de fato empregadas?
Será que nossos meninos continuarão sem aulas, enquanto seus mestres sofrem
todo tipo de retaliação por lhes ensinar que DIREITO É CONQUISTA E NÃO SE ABRE
MÃO?
*Professora da Rede Estadual de Ensino da Bahia
O heróico Movimento Grevista dos professores da Bahia me faz lembrar de nomes importantes como o de Joana Angélica, Zumbi, Frei Caneca, Copriano Barata, Joaquim José da Silva Xavier, Antônio Conselheiro, Lampião, Maria Quitéria, Machado de Assis, Rui Barbosa, Castro Alves dentre tantos outros que de uma forma ou de outra combateram os desmandos da venal elite brasileira.Regozija-me saber que o Movimento Grevista dos excelsos professores da Bahia está fazendo História da forma mais bela e clara: ensinando ao povo o que são opressores governantes e os oprimidos governados.
ResponderExcluirTiago Brunelli, professor do Ensino Fundamental e Médio da Bahia.
E a TV fornece o número de alunos sem aulas, todos os dias, contradizendo a fala da mesma TV de que professores estão voltando para as salas de aula. Se são mais de um milhão de alunos sem aulas, significa que os professores fura-greve estão à toa, fingindo que estão dando aula. Quanto maucaratismo, meu Deus!
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