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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Quem realmente ganha com o FIES para a pós-graduação?

Danilo Martuscelli

Recebi uma mensagem (link abaixo) da Diretoria de Desenvolvimento Pessoal da UFFS e gostaria de problematizar a nova política do MEC.

Sob o apanágio do discurso da inclusão, o FIES, antes voltado para a graduação, agora foi ampliado para a pós-graduação. Aparentemente, quem "ganha" é o estudante desprovido de condições materiais mínimas para cursar a educação superior no Brasil. No entanto, o FIES virou uma verdadeira bolsa para os tubarões da educação, que vinham sofrendo as consequências da inadimplência. Além de ganhar esse tipo de bolsa, os empresários da educação têm ultimamente lucrado muito com investimentos na bolsa de valores, voltando-se, portanto, para a transformação da educação no país numa mercadoria qualquer.

Temos sim que saudar as políticas do MEC que são voltadas para a expansão da educação pública superior, o que compreende o repasse de mais verbas para tal setor. Em vez de ampliar o FIES, creio que o governo federal deveria ampliar os recursos para a política de permanência dos estudantes de graduação e pós-graduação da educação pública superior. Enfim, creio que devemos nos mobilizar para a crítica da privatização dos recursos públicos destinados à educação pública nos seus mais diferentes níveis. Apoiar o FIES é, para mim, uma forma de sustentar o argumento de que a educação privada é a mais eficiente para garantir a inclusão. Se tomarmos como referência o número de matrículas no ensino superior, isso pode ser verdadeiro. Mas as perguntas que ficam são as seguintes: por que não reverter esse quadro? O que representa o sistema privado de educação superior para a produção científica no Brasil? Quanto ganham os empresários da educação com esses programas e quanto perde a universidade pública?

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