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sábado, 30 de abril de 2011

Manifestação denuncia corte de salários

Mesmo diante das fortes chuvas que caíram em Salvador durante toda esta quinta, 28, professores e estudantes foram às ruas do centro da capital (do Campo Grande à Praça Castro Alves) denunciar para a sociedade baiana a truculência do Governo Wagner. Além das Associações de Docentes (ADUSB, ADUSC, ADUFS e ADUNEB), o ato, convocado pela Central Popular e Sindical-Conlutas, contou com a participação do ANDES-SN, diversas entidades classistas, além dos Centros Acadêmicos e Diretórios de Estudantes de toda a Bahia.  

 
No mesmo dia, o Governo lançou Informe Publicitário nos principais veículos de comunicação do Estado divulgando “feitos” para o Ensino Público Superior e anunciou o corte de salários dos professores da UESB, UESC e UEFS. A resposta da Comunidade Acadêmica veio imediatamente com a entoação de palavras de ordens: “Ah, mais que tristeza: a Bahia tem um novo Malvadeza”, “É ou não é piada de salão tem dinheiro para a copa, mas não tem para educação”,  “Esse decreto eu vou barrar, estudante e professor estão na rua para lutar” e “Ô Jaques Wagner, que baixaria, educação não é mercadoria”. 


A realização do ato foi um passo importante no sentido de unificar o movimento de luta em defesa da Educação Pública de qualidade e contra a política de ataques do Governo Wagner às Universidades e à classe trabalhadora, uma vez que outras categorias em mobilização participaram e demonstrando que o movimento cresce cada vez mais e os professores não se abaterão e darão uma resposta política à atitude repressiva, arbitrária e truculenta do governo.

Regimento da Assembléia Universitária

Regimento da Assembléia Universitária da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, aprovado em 19 de abril de 2011, que regulamenta a sua organização e funcionamento.

Da composição
- A Assembléia Universitária será composta por docentes, discentes e técnicos (admitidos por meio de concurso público e seleção), dos três campi da UESB. Todos os membros da comunidade universitária têm direito a voz e a voto, observando-se o critério da universalidade;
- A Assembléia Universitária tem por corolário a solidariedade social. Ela é aberta a todos que queiram se expressar em apoio à luta e em defesa da Universidade pública.

Dos objetivos
- A Assembléia Universitária da UESB funciona como instância de participação, representação, organização e deliberação das decisões tomadas pelos segmentos da Universidade e possui os seguintes objetivos:
a) Unificar as bandeiras gerais de luta;
b) Refletir, propor e deliberar ações para a melhoria do funcionamento da UESB;
c) Contribuir para a democratização das instâncias deliberativas da UESB.

Das deliberações
- As propostas apresentadas pelos membros serão apreciadas pela plenária por meio do voto, observando-se o critério da universalidade;
- A Assembleia Universitária tem poder deliberativo. Estas deliberações devem ser efetivadas por comissões eleitas pela própria Assembleia. Tais comissões não possuem poder de decisão para além dos limites estabelecidos pela Assembleia. Os pontos omissos que surgirem no interior destas instâncias devem ser submetidos à plenária.

Da realização ou execução
- A Assembléia Universitária tem direito a escolher as suas próprias instâncias administrativas sendo livre e independente de delegações que a precedem.
- Os membros da mesa serão eleitos no início de cada assembléia.
- À mesa caberá definir, em consulta aos presentes, os critérios para a condução dos trabalhos (pauta, inscrições, tempo de fala, encaminhamentos, etc).
- A cada Assembléia Universitária será discutida a data e a pauta da próxima, obedecendo ao critério da rotatividade. Poderá ser convocada Assembleia em caráter extraordinário por qualquer um dos segmentos, quando for do interesse da comunidade universitária.
- Os casos omissos serão discutidos e deliberados pela Assembléia Universitária.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sobre porcos, homens e a universidade pública na Bahia

Era uma vez uma fazenda em que os animais eram submetidos a um patrão egoísta e brutal. Após um levante, estes animais expulsaram o dono do lugar e instituíram, sob o comando dos porcos Napoleão e Bola de Neve, um regime que se pretendia solidário e igualitário. Com o passar dos anos, Napoleão trama um golpe contra Bola de Neve, expulsa-o da fazenda e instaura uma ditadura tão malévola, corrupta e bestial que alguns animais anelavam pelo tempo em que a Granja Solar era tocada pelo cruel Sr. Jones.
De fato, na obra “A Revolução dos Bichos” (Animal Farm), de George Orwell, não tardou mais do que seis anos para que o porco Napoleão, que já ocupava a casa do Sr. Jones, passasse a beber álcool, deturpar e violar sistematicamente os sete mandamentos do “animalismo”, ocupar a cama e vestir as roupas do seu ex-dono, andar sobre duas patas e, explorando à total exaustão os demais animais, negociar a produção da fazenda com os humanos em benefício próprio.

A tinta de Orwell versa sobre a Revolução Bolchevique de 1917 e sua degeneração na ditadura de Stálin. É uma fábula que, para além de retratar de forma alegórica uma circunstância histórica específica, trata mais abstratamente dos processos de dominação que advêm do poder formal, independentemente da coloração ideológica que o emoldura.

Nesse sentido, a metáfora orwelliana poderia ser transposta e inspirar o entendimento de contextos outros, em tempos e espaços diversos daqueles em fora originalmente concebida. Um desses cenários, em particular, apresenta similitudes espantosas. Falo do Estado da Bahia, no ano de 2011.

A Bahia, como se sabe, foi governada por quase 30 anos por um grupo político que comandava orgânica e hegemonicamente praticamente todas as instâncias formais da vida civil, servindo-se das mesmas táticas de propaganda, censura, perseguição, privilégios e controle social modeladas no fascismo italiano, e cujo artífice, mentor e chefe supremo foi o temido prefeito biônico, governador e senador Antônio Carlos Magalhães – ou Toninho Malvadeza para os movimentos sociais, sindicatos, jornalistas, políticos de esquerda e toda a ampla gama de gente que padeceu sob os cassetetes dos seus comandados.

ACM viveu ainda para, estupefato, amargar uma derrota acachapante nas urnas, em 2006, com a eleição de Jaques Wagner (PT) para o governo do Estado, sindicalista ligado à indústria petroquímica. A vitória de Wagner deu-se, portanto, pela irrevogável vontade popular de dar cabo ao império carlista e à ingerência dos seus caprichos sobre a coisa pública. E então fez-se a luz, a grande surpresa das eleições gerais de 2006 no Brasil: o novo, o fim de uma era obscura e autoritária: emerge o “governo de todos nós”.

Mas não tardou, para desapontamento dos trabalhadores baianos, que o “governo de todos nós” logo se transformasse no “governo de todos os nós”: o nó da segurança pública, o nó da saúde, o nó da educação... Triste Bahia.

Pobre educação baiana. Neste exato momento todas as quatro universidades estaduais se encontram em greve por tempo indeterminado, num movimento unificado cujos pleitos, comum a todas, são velhos conhecidos de cada um dos governadores que passaram pelo Palácio de Ondina: melhoria das condições trabalho, mais recursos para a educação, respeito aos servidores.

Concretamente, o governo Wagner, a partir de um decreto (12.583) e uma portaria, re-emitidos em fevereiro, de um só tacão promove a inanição financeira das instituições, com o estrangulamento das suas atividades fins, e solapa a autonomia universitária ao transferir para a tecnocracia do estado uma miríade de resoluções ordinárias que desde sempre coube às universidades fazê-lo, em função de suas próprias dinâmicas, tornando as ações de progressão laboral, concurso público, alocação de recursos para atividades extensionstas e de pesquisa, ou mesmo a compra de pipetas, luvas e sabão um verdadeiro pesadelo kafkiano.

No campo da negociação salarial, os acordos que vinham sendo pacientemente engendrados há mais de um ano foram suspensos unilateralmente com a chamada “cláusula da mordaça”, que textualmente vincula a incorporação de direitos trabalhistas ao impedimento dos docentes de pleitear qualquer demanda salarial até 2015.

Sobretudo, as normativas do governo Wagner representam uma excrescência legal, e no limite a própria suspensão do Estado de Direito: o dito decreto e seus apêndices violam frontal e acintosamente a Constituição do Estado da Bahia, especificamente no seu capítulo XIII, artigo 262, que rege sobre a autonomia didático-científica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial das suas universidades estaduais.

É notável que o contingenciamento de recursos para a educação superior se dê num contexto de bonança da economia baiana, com um aumento de PIB na monta de 7,5% em 2010. Portanto, injustificável sob o ponto de vista econômico. E mais ainda sob o ponto de vista político e jurídico, posto que a intervenção do Estado nas universidades, a subtração evidente da sua autonomia, é um assalto à legalidade e um retrocesso que é a concretização extemporânea de um velho sonho carlista: uma Bahia de joelhos, acéfala, obediente às volições imperiais do seu déspota, esclarecido ou não.

Do Palácio de Ondina à Granja Solar. Desde a primeira eleição de Jaques Wagner ao presente se tem, curiosamente, o mesmo lapso de tempo em que se deu, na fábula Orwell, a transformação do militante Napoleão num tirano incontrolável. Pois que, gradualmente, os mesmos instrumentos de dominação da repulsiva era ACM são reabilitados aqui e ali pelos “companheiros de luta” ora ocupantes do Palácio de Ondina: o contingenciamento de recursos, a propaganda, os privilégios, a recusa da negociação, o corte de salários, as ameaças, o terror. A peça final dessa transformação grotesca se deu com o corte de salários dos professores e a troca da negociação pela propaganda. De fato, o PT da Bahia tem demonstrado ser um aluno exemplar e vem aplicando sistematicamente os ensinamentos da escola de terror da era ACM: (Veja em http://www.bahianoticias.com.br/noticias/noticia/0000/00/00/92762,governo-da-bahia-faz-mais-pelo-ensino-superior.html#)

Pois agora se sabe que o novo já nasceu velho e não se sabe mais qual diferença há entre ACM e Jaques Wagner. Ambos se igualam no tratamento dispensado aos amigos, à publicidade e aos trabalhadores do Estado da Bahia. Triste Bahia. Donde cabem à perfeição as palavras finais da obra de George Orwell: “mas já se tornara impossível distinguir quem era homem quem era porco.”

Roque Pinto - Doutor em antropologia, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz.

Um pacto para a Educação (de qualidade) na Bahia

 Prof. Dr. Reginaldo de Souza Silva*

É triste chegar à escola pública baiana e não poder afirmar: AQUI TEMOS QUALIDADE! AQUI TODOS SÃO RESPEITADOS! AQUI A EDUCAÇÃO É PRIORIDADE!

Volta e meia é divulgado pela mídia nacional “as soluções” para a implementação dessa escola pública de qualidade. Algumas delas, historicamente já fazem parte das reivindicações dos educadores há muito tempo e outras resultam da reestruturação econômica implantada no mundo contemporâneo, a qual atribui à educação escolar papel estratégico em sua concretização. Nessa busca por uma escola que, efetivamente, cumpra o objetivo de, através do ensino dos conhecimentos considerados socialmente relevantes, formar seres humanos emancipados, dignos e produtivamente autônomos, nos perguntamos: será mesmo possível superarmos o fracasso da educação na Bahia?

A radiografia da realidade educacional baiana está longe de ser animadora. Das dez piores notas do IDEB dos municípios brasileiros, por exemplo, cinco estão na Bahia: Apuarema (BA) 0,5 (há dúvidas); Pedro Alexandre (BA) 2,0; Nilo Peçanha (BA) 2,1; Manoel Vitorino (BA) 2,1; Dario Meira (BA) 2,2; Pilão Arcado (BA) 2,2.

Em 2009, a Bahia registrava o pior índice educacional do Brasil e a mais alta taxa de analfabetismo: dois milhões de baianos sem saber ler nem escrever.

Para não dizer que tudo estava tão ruim assim, os dados do Inep apontaram uma pequena melhoria no ensino médio.  A nota prevista para 2009 era 3,1 e registrou 3,3, superando até mesmo a projeção para 2011, que é de 3,2. No ensino fundamental o resultado geral de 3,8 nas séries iniciais (1ª a 4ª série) superou a meta do ano passado que era de 3,1, e atingiu a meta prevista para 2013 (3,8). Nas séries finais (5ª a 8ª série), a meta era 3,0 e registrou 3,1. Vejam que os índices de “superação” foram estrondosos!

Não podemos nos contentar com avanços tão modestos se desejamos uma educação diferente, uma educação melhor. Precisamos sociedade, universidades, governos estadual e municipais, discutirmos juntos e com seriedade a educação que vislumbramos para uma Bahia promissora. É preciso que pensemos as metas a serem alcançadas e o papel a ser desempenhado por cada um. Precisamos de um PACTO que vise melhorar a qualidade das escolas públicas estaduais e municipais em toda a Bahia, por meio de um regime de colaboração com os municípios e a parceria da sociedade (que há muito vem pagando a conta dos resultados catastróficos).

Apoiado nas contribuições do Reverendo Herman Hoeksem (2007, traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto), a palavra Pacto tanto pode significar "cortar" quanto pode significar laço, vínculo, "obrigação."

Com certeza a população baiana já não tem mais onde “cortar”, pois o seu sacrifício já chegou ao limite (aumento da violência, acúmulo de taxas tributárias, compromissos violados, troca e venda de cargos políticos, privatização, desrespeito e desvalorização dos docentes da educação básica e superior etc.), é preciso que interpretemos o pacto como o estabelecimento de uma “obrigação”.

O sentido de “obrigação”, por sua vez, requer a realização da autocrítica, do ato de avaliar-se, de trocar os fundamentos éticos baseados em apadrinhados políticos para o da competência técnica e do compromisso social.

Um Pacto que envolva “Todos pela Educação” exigirá ética, compromisso, respeito, indo mais além, é claro, do que apenas o estabelecimento de parcerias com os municípios (nas quais esses são chamados apenas para pagar as contas juntamente com professores e toda a população). Pacto que se inicie pelo exemplo de “obrigação” de governos, da sociedade, das comunidades escolares e da iniciativa privada no intuito de tornar a escola pública da Bahia um espaço qualificado.

E, para tanto, o pacto deve se estabelecer sob a bandeira da alfabetização de todos os baianos: crianças, jovens, adultos e idosos. Portanto ler, escrever e utilizar o instrumento da leitura e da escrita com toda competência necessária a seu pleno desenvolvimento humano e transformação social.

Para tanto, teremos que manter o(a)s baiano(a)s por mais tempo e com sucesso na escola. E isto não se faz com discursos e propaganda, mas com escolas com estrutura física adequada, com materiais pedagógicos, laboratórios, e profissionais da educação respeitados com plano de cargos e salários dignos e formados em nível superior (e não certificados em cursos “caça níqueis”). Precisamos também ampliar o acesso à educação integral e fortalecer a gestão democrática participativa nas escolas das redes públicas.

Assim, concluímos este inicio de conversa sobre a necessidade de estabelecermos um pacto estadual para uma escola pública de qualidade na Bahia e conclamamos todos os docentes da educação básica, da educação superior e toda população baiana, a avançarem na luta pela alfabetização e Letramento de todas as crianças, jovens e adultos, denunciando e combatendo o fracasso da política educacional na Bahia e o sucateamento das escolas que tem contribuído para a repetência e o abandono (expulsão) escolar. Exigimos, por fim, escolaridade para além de programas de certificação, conhecido como TOPA, aos que não puderam efetuar seus estudos na idade apropriada.

E, finalmente, conclamamos a todos que são comprometidos com uma educação pública de qualidade, socialmente referenciada, a demonstrarem ao governo da Bahia que não haverá superação do quadro vergonhoso da educação em nosso estado sem a valorização dos profissionais da educação pública baiana (funcionários, técnicos e professores), sem o fortalecimento de uma gestão democrática e participativa nas redes públicas de ensino e sem a valorização e o respeito a autonomia das universidades estaduais da Bahia.

 * Reginaldo de Souza Silva, Doutor em Educação Brasileira, professor do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da UESB. Email: reginaldoprof@yahoo.com.br.

Irecê: Estudantes prometem protesto contra o governador na sexta

Protestos de alunos da UNEB marcado para a vinda do Governador a Irecê "Sou, sou estudante eu sou, eu quero estudar, Governador não quer deixar. Vamos à luta". Esta foi a frase entoada pelos alunos da UNEB (Universidade do Estado da Bahia) Campus de Irecê, durante manifestação nas ruas da cidade, realizada nesta terça-feira (26).
Mobilizado em defesa da universidade pública, Savio, um dos organizadores da manifestação intitulada: "Nenhum professor a menos, nenhum campus ou curso a mais", disse à reportagem que os problemas enfrentados pela Uneb vão desde a falta de professores até as péssimas condições físicas. "Existem lacunas na grade de horários por causa da falta de professores, o que acaba atrasando a formação dos alunos", contou. Ainda segundo Savio o Governo do Estado é o maior culpado por esses problemas, pois a criação do decreto 12.583 tirou a autonomia das Universidades Estaduais, bloqueando os direitos dos docentes e prejudicando o funcionamento das atividades acadêmicas.
A situação, de popularizar a educação superior na Bahia, vem sendo tratada de forma humilhante por aqueles que deveriam defendê-la.

Os alunos irão intensificar as mobilizações para pressionar o governo a atender as demandas das Universidades, o próprio Savio que também e um dos diretores do PC do B em Irecê está articulando junto com os estudantes uma grande manifestação na próxima sexta feira em Ibipeba , cidade vizinhas a Irecê onde o governado irá inaugurar estradas, outro grupo de estudantes estará em Irecê na Expoagri e promete outra grande manifestação na abertura onde o governador Wagner irá discursar também na sexta.
Fonte: Bahia Já

Carta Aberta do Movimento Estudantil da UNEB - campus III


Tendo em vista o Decreto Estadual 12.588 de 11 de fevereiro de 2011 que dispõe sobre o corte de gastos públicos no que se refere ao orçamento de órgãos institucionais, o Movimento Estudantil - ME do Campus III da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, localizado na cidade de Juazeiro, vem através deste texto se pronunciar a respeito do já supracitado documento. Depois de várias discussões sobre o Decreto 12.588/2011 realizadas em assembléias de estudantes e plenárias interdepartamentais, a classe estudantil vem demonstrar sua insatisfação em virtude das medidas administrativas implementadas pelo atual governo, que trazem à tona o sucateamento das Instituições de Ensino Superior - IES do estado da Bahia. As circunstâncias econômicas, de fato, influenciam nas políticas governamentais ao ponto de condicionar os governos a praticarem medidas de restrições orçamentárias, mas isso não confere ao governo a possibilidade de atingir setores essenciais como a educação. Talvez, a prática de desvalorização da educação seja uma maneira de perpetuação dos poderes hegemônicos, mas também pode-se considerar que as classes afetadas com o corte do erário não tenham um poder de barganha suficiente para abalar a correlação de forças do capitalismo selvagem. A economia segue o principio onde afirma que os recursos são escassos e as necessidades são ilimitadas, porém, a mesma vertente científica estabelece nas administrações dos recursos o princípio do custo de oportunidade.
Diante disso, já que não podemos fomentar todos os setores que envolvem as políticas governamentais, faz-se um critério para estabelecer prioridades de investimento. Na falta de recursos, acreditamos que a educação seja uma vertente prioritária para o desenvolvimento da personalidade humana, conferindo ao ser a possibilidade e a oportunidade de conquistar a sua autonomia. Para além das questões econômicas, o corte de custos por parte do governo do estado vem agravar a atual situação das universidades do estado impondo normas e restrições que afetam diretamente a autonomia universitária, enfatizamos que desde 2009 as IES têm sofrido penalizações devido à crise no cenário econômico mundial e que perante as atuais determinações do governo do estado ficou inviável o já debilitado funcionamento dos órgãos públicos, em especial as universidades. Após assembléia realizada no dia 25 de abril de 2011 no Departamento de Ciências Humanas campus III, com a participação de estudantes, professores e funcionários, deliberou-se pelo apoio dos estudantes a greve, tendo como pauta de reivindicação uma proposta unificada que atendesse a toda comunidade universitária. Além do repúdio ao Decreto Estadual n° 12.588/2011 que embarga o pleno funcionamento das universidades ferindo sua autonomia, os estudantes reivindicam também melhorias para assistência estudantil, infra-estrutura física dos departamentos e valorização e qualificação dos profissionais da educação. Dentre as necessidades mais essenciais apontadas pelos estudantes destacam-se:
• Ampliação do acervo bibliográfico para todos os cursos;
• Reconhecimento do curso de pedagogia do Campus III;
• Parcerias com escolas da região para a prática de assessoria pedagógica;
• Garantia de verba destinada ao movimento estudantil;
• Ampliação de cursos extracurriculares (inglês, espanhol, francês, libras, etc.);
• Ampliação do número de bolsas PAE e bolsas de ensino pesquisa e extensão e regularização de seus vencimentos;
• Revisão das grades curriculares e horários dos cursos;
• Melhoria e término das obras de infra-estrutura das residências universitárias;
• Construção de salas de estudo e de auditório no DCH III;
• Construção da creche-escola;
• Melhoria das salas de aulas;
• Construção de centro convivência;
• Ampliação da infra-estrutura dos centros e diretórios acadêmicos;
• Deslocamento dos laboratórios (rádio, informática, redação jornalística, etc.) para seus respectivos departamentos/cursos;
• Instalação de um restaurante universitário;
• Melhoria na infra-estrutura no que se refere à acessibilidade;
• Reforma e colocação de alambrado nas quadras desportivas;
• Contratação, mediante concurso público, de professores com dedicação exclusiva; • Criação de cursos de especialização e mestrado;
• Aumento de salários, aprimoramento profissional mediante formação continuada e manutenção das garantias asseguradas por lei para o corpo docente;
Assinam esta carta, Centro Acadêmico de Comunicação Social - CACoS Centro Acadêmico dos Discentes de Direito – CADDi Diretório Acadêmico Livre de Agronomia – DALA Diretório Acadêmico de Pedagogia - DAPe

Estudantes do campus de Senhor do Bonfim apóiam as mobilizações dos professores


Os estudantes da UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB, Departamento de Educação/Campus VII – Senhor do Bonfim, pertencentes aos Cursos de Licenciaturas em Matemática, em Ciências Biológicas e em Pedagogia e, Bacharelados em Enfermagem e em Ciências Contábeis, organizamos um Movimento Estudantil em apoio aos professores, reivindicando a revogação do Decreto N.º 12.583/2011 e da Portaria N.º 001/2011, entendendo que estas medidas ferem direitos previstos e garantidos de servidores públicos assegurados anteriormente pelo Estatuto do Magistério e Constituição Federal e atingem diretamente as Universidades Estaduais Baianas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

As mentiras do Governo da Bahia

UNEB: GOVERNO DIZ QUE ESTá ABERTO PARA DIáLOGO

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O coordenador de ensino superior da Secretaria Estadual de Educação, Clóvis Caribé, afirmou nesta quarta (26) a Rádio Agecom que o Estado atendeu boa parte das reivindicações dos servidores e professores das universidades estaduais da Bahia antes de ser declarada a greve da categoria. “O governo sempre se mostrou aberto para o diálogo. Fizemos uma proposta com ganho real entre 18 e 20% para o salário dos professores da universidade”, declarou Caribé, que afirmou ter sido pego de surpresa porque as mesas de concessões estavam abertas para o dia 15 de abril e a greve foi declarada no dia 8. “Os documentos oficiais e os boletins das associações docentes mostram isso”, argumenta. O coordenador disse que o governo ainda estaria aberto para negociação. "Vamos respeitar as decisões do movimento docente, cabe a eles entender o prejuízo que trazem a uma parcela significativa da sociedade”, afirmou.

INFORME: REUNIÃO DO COMANDO LOCAL DE GREVE DOS DOCENTES


REUNIÃO DO COMANDO LOCAL DE GREVE DOS DOCENTES
Vitória da Conquista, 27-04-2011

PARTICIPANTES: Alexandre Galvão, Iracema Lima, José Rubens Mascarenhas, Gildásio, João Diógenes, Sérgio Barroso e Paulo Cairo.

PAUTA
  1. Preparação para o Ato Público e Salvador (28-04-2011);
  2. Participação do Comando de Greve dos docentes na reunião do Fórum Estadual do Plano Plurianual – PPA (28-04-2011).


SOBRE O ATO PÚBLICO

Alexandre informou que solicitou R$ 4 mil à Diretoria Regional Nordeste do ANDES-SN, como auxílio financeiro para o custeio de parte das despesas com o deslocamento (aluguel de 1 ônibus) dos manifestantes (docentes e discentes) da UESB a Salvador. Esse recurso seria oriundo de um caixa de aproximadamente R$ 10 mil que a Regional Nordeste teria disponível neste momento, conforme informação da vice-presidente regional, profª Maslowa Freitas (ADUFS). Como resposta, o secretário da Regional Nordeste alegou que para deliberar sobre este assunto é necessário submeter a solicitação a uma reunião da Diretoria, a qual ainda não aconteceu. O Comando Local de greve decidiu que a ADUSB deve assumir essa despesa imediatamente, mesmo que não tenha uma resposta favorável da Regional Nordeste.

Gildásio propôs que o Comando de Greve dos docentes aprove a contratação de até 2 (dois) ônibus, incluindo despesas com alimentação, de modo a viabilizar a participação de um grande número de docentes e discentes, por considerar a grande relevância do Ato Público em Salvador. A proposta foi aceita, por unanimidade.

Encaminhamentos práticos aprovados em relação ao deslocamento de docentes e discentes a Salvador:
- Os ônibus deverão sair de Vitória da Conquista nesta quinta-feira (28), às 4h30min. Antes de seguir para a estrada, os ônibus deverão pegar os participantes de Itapetinga, que estarão aguardando na Estação Rodoviária de Conquista;
- A ADUSB pagará a cada participante (docente ou discente) uma ajuda de custo de R$ 10,00 para o almoço e R$ 10,00 para o jantar;
- Acerto com os companheiros da ADUSB de Jequié para que contratem um café da manhã reforçado, a ser servido por volta das 7h, na sede da ADUSB daquele campus;
- Confecção de mais faixas alusivas aos temas da greve;
- Solicitação à ADUFS para que os companheiros assumam as despesas com a compra de apitos.

SOBRE O FÓRUM ESTADUAL DO PPA

Os professores Gildásio, José Rubens e Paulo Cairo vão representar o Comando Local de Greve na reunião do Fórum Estadual do PPA, que ocorrerá no Colégio Luiz Eduardo Magalhães, durante toda a quinta-feira (28). Na oportunidade, os companheiros solicitarão espaço para divulgar a Nota Pública que foi distribuída à população na última manifestação de rua, fazer uma breve exposição sobre a greve e destacar a importância de que o orçamento do Estado assegure mais recursos às universidades estaduais baianas.


Vitória da Conquista, 27 de abril de 2011.
Paulo Cairo – Relator