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domingo, 23 de novembro de 2014

VIII Colóquio Internacional Marx e Engels: Chamada de Trabalhos

Centro de Estudos Marxistas (Cemarx), Unicamp
 
O VIII Colóquio Internacional Marx e Engels será realizado entre 14 e 17 de julho de 2015 no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. A inscrição de trabalhos estará aberta entre 21 de novembro de 2014 e 21 de fevereiro de 2015.
 
INFORMAÇÕES GERAIS PARA PARTICIPAÇÃO
O Colóquio acolhe propostas de mesas-redondas, comunicações para os Grupos Temáticos e pôsteres. Em qualquer uma das modalidades, os trabalhos inscritos devem buscar um dos seguintes objetivos: a) tomar a teoria marxista como objeto de pesquisa, seja para desenvolver essa teoria, analisá-la ou criticá-la ou b) utilizar o aparato conceitual do marxismo em pesquisas empíricas. O temário do Colóquio é aquele indicado nos dez Grupos Temáticos do evento.
 
Cada participante pode inscrever apenas um trabalho. Ao realizar a inscrição, o (a) pesquisador(a) interessado(a) deverá indicar a modalidade de participação e, no caso  de comunicação, indicar o Grupo Temático onde pretende inseri-la. Eventualmente, a Comissão Organizadora do VIII Colóquio Internacional Marx Engels poderá remanejar a distribuição da proposta de um grupo para outro.
 
Os Grupos Temáticos do VIII Colóquio são os seguintes.
 
GT 1 - A obra teórica de Marx e de Engels
Exame crítico das obras de Marx e de Engels. As polêmicas suscitadas pela obra teórica dos fundadores do marxismo.
 
GT 2 - Os marxismos
Exame crítico das obras dos clássicos do marxismo dos séculos XIX e XX. As correntes do pensamento marxista e suas transformações. A obra teórica dos marxistas brasileiros e demais latino-americanos. A questão da renovação do marxismo.
 
GT 3 - Marxismo e ciências humanas
Exame da presença do marxismo na economia, na sociologia, na ciência política, na antropologia, na história, na área de relações internacionais, na geografia, no serviço social e no direito. Exame da crítica marxista às ciências humanas e das contribuições das ciências humanas para o desenvolvimento do marxismo. Polêmicas teóricas e desenvolvimentos conceituais do marxismo nessas áreas de conhecimento. A presença do marxismo na universidade brasileira e demais universidades latino-americanas.
 
GT 4 - Economia e política no capitalismo contemporâneo
Enfoque marxista das transformações econômicas, políticas e sociais do capitalismo no final do século XX e início do século XXI. Novos padrões de acumulação de capital, nova fase do imperialismo, transformações do Estado e da democracia capitalista. A situação dos países dominantes e dos países dependentes. Brasil e América Latina. Capitalismo e ecologia.
 
GT 5 - Relações de classe e lutas sociais no capitalismo contemporâneo
Enfoque marxista das transformações ocorridas na estrutura de classes. Trabalhadores, classe operária, nova classe operária e classe média. A pequena burguesia. O campesinato no capitalismo atual. O debate sobre o declínio da polarização de classes no final do século XX e início do século XXI. As classes trabalhadoras e a nova configuração da burguesia. As classes sociais no Brasil e na América Latina. O conceito marxista de classe social e de luta de classes face ao capitalismo contemporâneo. Os movimentos sociais e protestos populares em escala nacional e internacional.
 
GT 6 - Trabalho e produção no capitalismo contemporâneo
Teoria social, trabalho e produção. A teoria do valor trabalho e o capitalismo contemporâneo. As concepções teóricas sobre o universo produtivo. Processos de produção: processo de valorização e processo de trabalho. Controle e gestão do processo de trabalho. Luta de classes na produção. Teorias sobre a afirmação e recusa da “centralidade do trabalho”. As novas formas de exploração do trabalho: trabalho imaterial, trabalho informal, precário e informacional. Trabalho e emancipação social.
 
GT 7 – Gênero, raça e sexualidade no capitalismo contemporâneo
Reflexão sobre as relações de gênero, raça e sexualidade e o papel destas na reprodução do capitalismo. Análise da articulação entre exploração e opressão e as configurações das divisões social, sexual e racial do trabalho na atualidade. Discussão sobre a consubstancialidade/interseccionalidade das relações sociais e a teoria marxista. Debate sobre política, marxismo e os movimentos feministas, negro e LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
 
GT 8 – Educação, capitalismo e socialismo
As relações do sistema educacional com o capitalismo da perspectiva marxista: formação da força de trabalho; educação e classes sociais; ideologia e processo educacional; política educacional. Análise marxista da educação no Brasil e na América Latina. Os aparelhos culturais do capitalismo (universidades, centros de pesquisa). Os centros culturais criados pelo movimento socialista. Análise das experiências educacionais realizadas nas revoluções socialistas do século XX. A teoria marxista e a educação.
 
GT 9 - Cultura, capitalismo e socialismo
Capitalismo e produção cultural: as novas tendências; as artes plásticas, a literatura e a indústria cultural. Análise marxista da cultura no Brasil e na América Latina. Cultura e socialismo: os movimentos culturais nas revoluções do século XX. O marxismo e a produção cultural.
 
GT 10 – O socialismo na atualidade
Análise marxista das revoluções do século XX. A herança comunista e socialista dos séculos XIX e XX e o socialismo do século XXI. Marxismo e socialismo. A questão da renovação do socialismo. Teoria da transição ao socialismo. Trabalhadores e transição socialista. Trunfos e obstáculos para a reconstrução do movimento socialista no século XXI. Socialismo e ecologia.
 
MODALIDADES PARA INSCRIÇÃO DE TRABALHOS
 
Comunicações
A Comunicação pode ser a apresentação de resultados preliminares de pesquisa em curso ou a apresentação de resultados de uma pesquisa já concluída. (Um mero projeto de pesquisa não atende os requisitos de uma comunicação.) O texto a ser submetido deverá conter entre quinze e vinte mil caracteres (contando título, espaços, notas e bibliografia), em Times new roman 12. As propostas de trabalho que ultrapassarem esse limite não serão consideradas. Do texto, deverão constar: nome do evento, o título do trabalho, o nome do(s) autor (es) e a sua(s) condição(ões) (professor, pós-graduando ou pesquisador independente) e o GT a que se destina. O texto do trabalho deve definir claramente o tema que será examinado, apresentar as suas teses e argumentos bem como explicitar o debate (teórico, historiográfico ou político) no qual o trabalho se insere. A comunicação será publicada nos Anais do evento. Alguns trabalhos poderão, posteriormente, ser selecionados para publicação nos livros organizados pelo Cemarx ou nas revistas associadas ao centro. Em tais casos, o autor deverá fazer uma revisão do texto apresentado e poderá dar-lhe um desenvolvimento maior. Importante! Os textos devem seguir as normas de citação e para referências bibliográficas que se encontram no site do Cemarx. Custo da inscrição: R$ 50,00 – se o pagamento for feito até o dia 21 de maio de 2015.
 
Mesas-redondas
As mesas-redondas são propostas encaminhadas por Grupos, Núcleos ou Centros de Pesquisa, bem como por Associações Científicas ou Culturais. Uma Mesa-redonda é composta por um conjunto de no mínimo três e no máximo quatro palestras. Para uma mesa redonda, exigem-se trabalhos mais desenvolvidos e mais maduros que aqueles apresentados como comunicação. Apenas um número reduzido de mesas redondas será aceito. O Coordenador da Mesa deverá enviar, em sua proposta, título da mesa e um resumo em que conste uma breve justificativa do tema a ser abordado. Após submeter a proposta e sua própria palestra, o Coordenador deverá indicar nome completo e CPF dos(as) demais integrantes, os(as) quais, por sua vez, irão submeter suas palestras em formulário próprio. As palestras dos participantes da Mesa-redonda deverão ser formatadas de acordo com o estabelecido no item anterior em relação às comunicações. Cabe à instituição proponente ou aos integrantes da Mesa obter os recursos necessários à participação no evento. Custo da inscrição por componente da Mesa: R$ 50,00 – se o pagamento for feito até o dia 21 de maio de 2015.
 
Pôsteres
O VIII Colóquio Internacional Marx Engels está aberto à participação de estudantes de graduação, que poderão apresentar trabalhos de pesquisa de Iniciação Científica ou de Conclusão de Curso cujos temas se enquadrem em um dos Grupos Temáticos do colóquio. O resumo do trabalho deverá conter de três a cinco mil caracteres (contando título, espaço, notas e bibliografia) em Times new roman 12. Do texto, deverão constar o título do trabalho, o título do evento, o nome do(a) autor(a) e o curso de graduação no qual ele(a) está ou esteve matriculado. O texto deve apresentar o tema da pesquisa e as suas principais ideias e informações. Veja no site do Cemarx as instruções para confecção do pôster. Custo da inscrição: R$ 30,00 – se o pagamento for feito até o dia 21 de maio de 2015.
 
Ouvintes
O colóquio disponibiliza também a inscrição, na modalidade de ouvinte, para todos(as) que queiram certificado de participação e material oferecido pelo evento. Custo da inscrição: R$ 20,00 – se o pagamento for feito até o dia 21 de maio de 2015.
 
Formulário de Inscrição
As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponibilizado em http://www.ifch.unicamp.br/formulario_cemarx/instrucoes.php. Em caso de dúvidas, o email para contato é cemarx@unicamp.br .
 
Datas importantes
Abertura das inscrições de trabalhos
21 de novembro 2014
Encerramento das inscrições de trabalhos
21 de fevereiro de 2015
Divulgação da lista de trabalhos aceitos e início do prazo para pagamento com desconto da inscrição no Colóquio
21 de abril 2015
Encerramento do prazo para pagamento com desconto da inscrição no Colóquio
21 de maio de 2015
Realização do evento
14 a 17 de julho 2015
 
DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS
As inscrições encerram-se no dia 21 de fevereiro de 2015. Os trabalhos aceitos serão divulgados na página do Cemarx e as cartas de aceite serão enviadas por email em abril de 2015.
Os resultados serão divulgados ao menos três meses antes do início do evento para que todos tenham tempo de solicitar financiamento às agências de fomento e universidades, uma vez que o Cemarx não pode financiar os participantes do evento.
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Armando Boito Júnior
Professor do Departamento de Ciência Política - Unicamp
Fone: (55) (11) 2935-4431

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A Armadilha da Meritocracia


Jair Pinheiro*

 A preocupação com avaliar processos e produtos se generalizou. Não se discute mais a avaliação (às vezes se encena discuti-la para reiterar mais do mesmo), apenas seus aspectos, digamos, laterais relativos à Regulamentação e ao sistema de avaliação, entendido como composição do órgão avaliador, sua relação (autonomia e subordinação) com as instâncias da instituição onde ocorre a avaliação e, quanto ao objeto avaliado, instrumento de coleta de dados, itens a serem avaliados, relação entre eles, escala de pontuação e, com base nisso, atribuição de mérito e prestígio em forma pecuniária, posição institucional, honrarias etc.

 Tal sistema visa aferir o mérito. Do ponto de vista ideológico, tornou-se impossível discordar (pelo menos publicamente) da meritocracia, pois equivaleria a estimular a indolência em prejuízo do trabalho duro e responsável. Entretanto, a unanimidade em favor da meritocracia oculta duas armadilhas que lhe são inerentes, já detectadas por Weber no começo do século XX.

 A primeira armadilha é a uniformização da vida social, ou seja, a reprodução em todos os campos particulares de uma tipologia específica de um desses campos, com o óbvio prejuízo para a riqueza da diversidade cultural e os diferentes modus operandi para tratar das questões sociais afetas a esferas distintas, o que Weber expõe resignadamente da seguinte forma: “A concepção que o americano tem do professor que o enfrenta é: ele me vende seu conhecimento e seus métodos em troca do dinheiro do meu pai, tal como o verdureiro vende repolhos à minha mãe. Eis tudo”[i].

A resignação deste autor reside no fato de que ele detecta a tendência, mas não a explora; aposta na prevalência da figura típica ideal do professor vocacionado.

 A segunda armadilha consiste no fato de que um sistema de avaliação, tal como qualquer outro sistema administrativo, opera com base em critérios burocráticos que, quanto mais aperfeiçoados na forma e ampliados na aplicação, tendencialmente gera uma aristocracia burocrática com poder de determinar o conteúdo das operações que realiza e, por essa via, o critério de reconhecimento na área em que opera e o acesso aos recursos que administra. Como é sabido, para o campo propriamente político Weber propõe a democracia parlamentar como remédio para o burocratismo[ii]. O mal-estar na democracia parece indicar que o remédio não tem funcionado.

Estes efeitos não são contingentes, mas necessários; porque a lógica interna da meritocracia é a da univocidade, que determina tanto os critérios de avaliação quanto as premissas e os procedimentos do sistema de avaliação. Por outras palavras, se não é impossível, no mínimo é muito difícil avaliar um conjunto heterogêneo de indivíduos e/ou atividades com vistas a aferir mérito sem um critério comum e, ao mesmo tempo, exprimir o resultado dessa avaliação em termos inequívocos, se tal critério não for traduzido em um quantum, uma régua comum, por assim dizer. Quantum que não encontra outra base material comum a toda atividade, onde se apoiar, se não o tempo de trabalho; daí a adoção geral do conceito de produtividade, que nada mais é que o quociente da relação produção/horas trabalhadas de um indivíduo, um departamento, uma unidade de produção etc.; abstraídas todas as demais condições.

Não por acaso, vivemos a experiência da aceleração do tempo como nunca antes na história, “tudo que era sólido e estável se desmancha no ar”[iii] antes que possa se estabelecer, crescer e frutificar, pois é preciso abrir espaço para o produto da nova estação. Recentemente[iv], fomos informados de que o Brasil passou de 24º lugar para 13º em ranking de pesquisa, desde 1994, com destaque para as áreas de medicina e de ciências agrárias. Cabe a pergunta: quanto dessas pesquisas colaborou para melhorar a assistência médica no país e a produção do alimento que chega à mesa do brasileiro (não a que é exportada)? A resposta para essa questão poderia ser um indicador de avaliação de pesquisa.

 O impacto negativo desse sistema de avaliação científica baseado na produtividade vem sendo acusado por vários pesquisadores no Brasil e no exterior, embora não tenha merecido ainda a atenção necessária das agências de fomento e dos programas de pós-graduação. Cito dois exemplos ilustrativos de crítica a esse estado de coisas: “Peter Higgs, o físico britânico que deu nome ao Bóson de Higgs não acredita que a universidade o empregaria no sistema acadêmico atual porque ele não seria considerado suficientemente “produtivo””. O professor emérito na Edinburgh University, (...), publicou menos de 10 artigos após seu trabalho inovador, que identificou o mecanismo pelo qual material subatômico adquire massa, publicado em 1964. Ele duvida que progresso similar pudesse ser realizado na cultura acadêmica atual, por causa das expectativas de que acadêmicos colaborem e mantenham alto número de artigos. Ele diz: “É difícil imaginar o quanto eu teria de paz e tranquilidade no tipo de ambiente atual para fazer o que fiz em 1964”.[v]

Os signatários da San Francisco Declaration on Research Assessment, após algumas observações críticas sobre o sistema vigente, sugerem alguns critérios de avaliação, dos quais destaco três:

“Recomendação Geral”

1. Não usar métricas baseadas nos journals, tais como as do Journal Impact Factors, como uma medida equivalente da qualidade de indivíduos, para avaliar contribuições de um cientista individual, ou contratação, promoção e decisões de financiamento.

Para Agências de Fomento

2. Ser explícita quanto aos critérios usados para avaliar a produtividade científica dos requerentes de concessão e, claro, especialmente, para pesquisadores iniciantes, que o conteúdo científico de um artigo é muito mais importante do que a métrica ou a identidade do journal no qual foi publicado.

3. Para os propósitos de avaliação de pesquisa, considerar o valor e o impacto de todos os resultados (incluindo banco de dados e software), além das publicações, considerar também o alcance das medidas de impacto, incluindo indicadores qualitativos do impacto da pesquisa, tal como influência em políticas e na prática[vi]”.

Da crítica de Higgs e das recomendações dos signatários da San Francisco Declaration on Research Assessment, pode-se extrair pelo menos duas indicações para areflexão: 1) a incompatibilidade em alto grau entre o critério de produtividade e as exigências da produção científica e 2) a variedade de resultados da pesquisa científica a ser avaliada. Essas indicações levam à conclusão de que falar de mérito, no singular, alimenta a lógica da univocidade, acima mencionada, impedindo a percepção e a devida consideração da pluralidade e diversidade do que ocorre no campo da produção científica e cultural. Talvez seja o caso de passar-se a falar de méritos, no plural, e de produção como resultado, não de produtividade como quociente da relação produção/horas trabalhadas; aliás, mesmo ali onde o conceito se aplica adequadamente, a empresa, é hora de discutir a distribuição dos seus benefícios.

* Professor do Depto. de Ciências Políticas e Econômicas da FFC/UNESP/Marília e pesquisador do NEILS – Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais e do grupo de pesquisa CPMT – Cultura e Política do Mundo do Trabalho.


[i] Ciência como vocação. In: Gerth, H. H. e Mills, c Wright (org.). Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro Editora Guanabara, 1979, p. 176-177.
[ii] Veja-se Parlamento e governo numa Alemanha reordenada. Petrópolis, RJ: Vozes,
[iii] Frase extraída d’O Manifesto Comunista, de Marx e Engels.
[iv] Folha de São Paulo de 01/11/14
[v] Disponível em: http://www.theguardian.com/science/2013/dec/06/peter-higgs-boson-academic-system

I Seminário Ideologias, Movimentos Sociais e Poder Político

NEILS: QUASE 20 ANOS

O Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS) completará 20 anos em 2015!


Para refletir sobre esta longa trajetória o Núcleo propõe a realização do I Seminário Ideologias, Movimentos Sociais e Poder Político – 20 anos do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS), que ocorrerá de 27 a 29 de novembro de 2014, na PUC-SP.

Desde o início, as pesquisas realizadas pelos membros do NEILS centram-se nas relações entre lutas sociais e poder político, com ênfase na dimensão ideológica. Este foco permite cruzar uma grande variedade de temas sem que estes percam sua especificidade. Diversas pesquisas se voltam para questões nacionais, ou seja, problemas que surgem nos complexos processos de constituição de todos os membros de uma formação social como participantes de uma comunidade de cidadãos cuja soberania se expressa no Estado nacional. Pesquisas em andamento ou já concluídas (ou mesmo publicadas) incidem sobre a “mística paulista” às vésperas da abolição, passam pela influência do nacionalismo sobre políticas estatais nos anos 50 e desembocam nas indagações acerca da eventual presença da ideologia nacional em lutas sociais encerradas ou em curso.

Outro fecundo ponto de intersecção se encontra nas influências que, por um lado, o processo de transnacionalização do capitalismo e, por outro, a chamada reestruturação produtiva, exercem sobre as sempre cambiantes relações entre o público e o privado. Eis um terreno propício para se estudar, por exemplo, as organizações que se apresentam como públicas e não estatais; ou as relações entre a produção submetida, dentro da fábrica, ao just-in-time e, no entorno, o caos urbano. Como subestimar a importância dessas questões para o exame dos aparatos de estruturação do poder político nos planos nacional, regional e local? Enfim, como o referido processo de transnacionalização afeta os Estados nacionais, em especial nas formações sociais dependentes?

Cada item mencionado, em maior ou menor conexão com os demais, continua a motivar pesquisas e, inclusive, publicações regulares por parte dos membros deste Núcleo. Uma das principais expressões dos trabalhos do NEILS, centrados em pesquisas que se desdobram em estudos aprofundados e atividades de extensão, é a revista Lutas Sociais, que lançará seu número 32 no Seminário do NEILS! Participem!

Prof. Dr. Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida
Coordenador do NEILS

Fonte: NEILS
 
No evento, serão lançados livros e revistas. Destaque para a

REVISTA LUTAS SOCIAIS 32

 

domingo, 9 de novembro de 2014

Com método cubano de educação, Unesco declara Bolívia um país livre do analfabetismo

Governo Evo Morales aplicou o método “Sim, eu posso” desenvolvido por Cuba e que já havia sido usado com sucesso na Venezuela


01/08/2014

O vice-ministro da Educação alternativa da Bolívia, Noel Aguirre, declarou na última terça-feira (29) que a Unesco aceitou o relatório enviado pelo governo que aponta que o país está livre do analfabetismo.

“Podemos dizer orgulhosamente que o Estado Plurinacional é um estado livre do analfabetismo”, declarou.

De acordo com Aguirre, o país tem nesse momento um índice de 3,8% de analfabetos, abaixo dos 4% que a ONU declara que um país precisa ter para erradicar o analfabetismo. O ministro apontou que o objetivo do governo é chegar até a população “residual”,  com mais de 60 anos.

Nascido em Cuba, o método “yo si puedo” (sim, eu posso) começou a ser exportado para outras nações a partir de 1999 e já foi utilizado na alfabetização de milhões de pessoas pelo mundo e foi utilizado pelo governo Morales.

O método busca entender as necessidades dos alunos e  todas as peculiaridades do local ultilizando recursos audiovisuais e combinações entre números e letras. Além disso,  tem a vantagem de poder ser durar pouco mais de três meses e de poder ser impantado em locais com pouco estrutura.

No Brasil, o método é aplicado pelo MST em diversos estados, e foi importado pelo governo Lula em 2010.

sábado, 8 de novembro de 2014

Quanto custa a inteligencia artifical para entrar na universidade?

Título original: ¿Cuánto le queda a la inteligencia artificial para entrar en la universidad?


Publicado: 5 nov 2014

En Japón, la inteligencia artificial ya obtiene mejores resultados que un alumno promedio en los exámenes y se acerca cada vez más al ingreso en la universidad, objetivo que, según esperan sus promotores, se conseguirá en 2021.

Este año, en la sección de inglés de la prueba de acceso a la universidad de Japón, el software de inteligencia artificial ha obtenido mejores resultados que el alumno promedio de la escuela secundaria, informa 'The Wall Street Journal'.

En comparación con el año pasado, el software To-Robo casi duplica sus resultados en la prueba con preguntas de elección múltiple, lo cual lo acerca al objetivo fijado por los creadores del proyecto iniciado en 2011: entrar en la Universidad de Tokio, el centro de enseñanza superior más prestigioso de Japón, en 2021.

"El resultado promedio en la sección de inglés en la prueba de acceso estandarizada era de 93,1 puntos sobre 200, pero la inteligencia artificial obtuvo 95", ha informado el representante del Grupo de Laboratorios de Ciencia y Tecnología Clave de NTT (Instituto de Tecnología Nipón), que desarrolla el proyecto junto con el Instituto Nacional de Informática. El año pasado solo obtuvo 52 puntos.

Mientras que To-Roboo ha mejorado en los ejercicios en los que hay que completar conversaciones, estructurar oraciones y entender el contexto de diálogos, todavía es necesario mejorar su capacidad de comprensión de las conversaciones más complejas y a la hora de distinguir las emociones de los hablantes.

Fonte: Actualidad

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

SOLIDARIEDADE AO PROFESSOR MIGUEL CHAIA E PROPOSTA DE DEBATE SOBRE OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ACADÊMICA

É com imensa preocupação que avaliamos o descredenciamento parcial de sete professores do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP, especialmente do professor Miguel Chaia que, por meio de carta que terminou por se tornar pública, detalhou sua importante produção cultural no período recente.

O professor Chaia realiza, há mais de três décadas, importantíssimas atividades de docência, pesquisa e extensão, construindo uma história intelectual que se confunde com a da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP, inclusive com o referido Programa de Pós-Graduação. Suas atividades de pesquisador, contribuindo decisivamente para a formação de inúmeros cientistas, alguns dos quais atuam no PEPGCS; o brilhantismo com que contribui para que a EDUC seja uma editora universitária plural, criativa e de imenso prestígio; a qualidade dos textos que escreve; suas intervenções em diversas atividades culturais fora da PUC-SP, mas que também engrandecem esta universidade; tudo isso expressa uma produtividade (para usarmos o refrão do momento) que não é necessariamente menor do que a publicação de três artigos anuais em revistas Qualis A1 ou A2, ao menos no campo das Ciências Sociais.

Não somos, em hipótese alguma, favoráveis à condescendência com quem não leva a sério o trabalho acadêmico. Mas a irrelevância das realizações do professor Miguel Chaia para os critérios de avaliação que se impõem não o desqualifica. Ao contrário, depõe contra estes critérios, expressando o quanto são contraproducentes ao se transformarem nos únicos ou predominantemente adotados.

Tais critérios, quando apresentados como o suprassumo da meritocracia, contribuem para ocultar o contrário do que alardeiam: a competição desenfreada em um ambiente que, dada a extrema escassez de recursos, necessariamente produzirá “perdedores”, indivíduos ou instituições, por melhor que seja a produção cultural, incluindo-se aí as mencionadas atividades de pesquisa, docência e extensão. Não por acaso, em diversas universidades, muitos dos que aderem a este fundamentalismo do quantitativo já expressam desinteresse pela publicação de livros e orientação de pesquisas de iniciação científica.

O que ocorre com o professor Miguel Chaia, a quem prestamos solidariedade, só é um fato isolado devido à saudável coragem que teve para se rebelar contra a
distorção que o atingiu. Até neste caso ele se demonstra altamente produtivo.

Eis um ótimo alerta para a necessidade urgente de uma discussão democrática
e séria sobre a adoção de parâmetros rigorosos e pluralistas de avalição no
mundo acadêmico brasileiro.

São Paulo, 02 de novembro de 2014.

Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (NEILS)··.

sábado, 1 de novembro de 2014

Revista História & Luta de Classes: chamada para publicação

A Revista História & Luta de Classes, fruto do trabalho coletivo de seus associados, se encontra já com 18 números publicados, mantendo rigorosamente sua periodicidade semestral. A edição de número 18, com o dossiê Cultura e Projeto Social foi lançada em setembro de 2014 e o número 19, com o dossiê Crítica Historiográfica, está em fase de preparação e será lançado em março de 2015, antecedendo ao dossiê Exploração e Opressões, cuja chamada que agora divulgamos, para publicação em setembro de 2015 O período para encaminhamento de proposições de artigos e resenhas é até 31 de março de 2015, de acordo com as Normas da revista abaixo indicadas. Este número será coordenado pelos professores David Rehem, Gelsom Rozentino e Igor Santos Gomes. A revista também recebe, em fluxo contínuo, proposições de artigos e resenhas sobre temas livres, além da temática estabelecida no dossiê. Neste caso, a data de sua publicação se dará de acordo com o fluxo de artigos recebidos pela revista.

O dossiê Exploração e Opressões propõe agregar artigos sobre temas como racismo, sexismo, trabalho escravo nos séculos XX e XXI, dentre outros temas correlatos. Também serão bem vindas análises que discutam a perspectiva mais ampla da relação entre exploração e opressão no capitalismo. Os artigos podem ser de cunho teórico e/ou metodológico ou que apresentem polêmicas com abordagens em curso, bem como as contribuições históricas sobre o assunto e suas diversas leituras na produção historiográfica. Espera-se que os trabalhos tragam contribuições a partir da pesquisa para o campo da historiografia marxista, seja ela sustentada pelos clássicos ou a partir de leituras contemporâneas sobre os temas sugeridos. Solicitamos colaboração para a difusão desta chamada, pedindo que seja repassada a seus contatos e a possíveis interessados na proposição e artigos e resenhas.

Chamada para artigos e normas, clique Revista História & Luta de Classes

Para acessar a versão integral das primeiras 16 edições de História & Luta de Classes e aos resumos, sumários, capa e apresentação dos números 17 e 18, visite a página eletrônica da Revista.