Você pode discordar das ideias de um deles –ou das de todos eles–, mas a
escolha dos quatro nomes fundamentais para a compreensão do mundo
atual, feita por Stephen Trombley em "50 Pensadores que Formaram o Mundo Moderno", é difícil de questionar. Dos 50, o autor destaca Marx, Darwin, Freud e Einstein.
Karl Marx
(1818-1883) apresentou uma análise original dos conflitos de classes ao
longo da história. A teoria marxista deu origem a revoluções em todos
os cantos do planeta, alterou fronteiras e, mesmo depois da Guerra Fria,
continua a inspirar debates.
No século 19, a humanidade estava confiante de que a razão e a ciência eram capazes de dominar a natureza até que Sigmund Freud (1856-1939) mostrou que não dominávamos nem mesmo nossos próprios pensamentos.
"A Interpretação dos Sonhos"
apresentou uma instância da mente que era ignorada: o inconsciente. O
pressuposto foi o estopim de uma revolução teórica que permeou o debate
sobre o comportamento humano no século 20.
Charles Darwin (1809-1882) revolucionou a biologia ao publicar "Sobre a
Origem das Espécies Através da Seleção Natural ou a Preservação de Raças
Favorecidas na Luta pela Vida", ou simplesmente "A Origem das Espécies", como a obra ficou conhecida.
Com tiragem inicial de 1.250 exemplares, "o livro que abalou o mundo",
considerado um dos mais importantes da história, dava ao mundo a teoria
da evolução. O estudo do naturalista apontava para um lento processo de
seleção natural e de descendência, por meio de inúmeras mutações e
adaptações graduais.
Albert Einstein (1879-1955), premiado com o Nobel de Física em 1921, foi
o responsável pela Relatividade. A teoria expunha que a mecânica
newtoniana, sólida explicação dos fenômenos físicos, não podia ser
aplicada a todos os fenômenos do Universo.
A era dos 'gigantes filosóficos' terminou
"Por que motivo o passado teve mais nomes importantes entre os
pensadores?", questiona Trombley. O autor responde fundamentado no
ensaio "O Futuro da Filosofia', de John Searle, "temos mais filósofos
bem treinados que em qualquer outra época e eles estão ocupados
resolvendo problemas filosóficos".
Segundo Searle, aproximadamente 90% dos problemas deixados pelos gregos
da Antiguidade permanecem conosco. "E ainda não encontramos um modo
científico, linguístico ou matemático de responder a eles".
"Talvez tenhamos mais equipamentos militares do que inimigos", diz
Trombley, "Pode ser que tenhamos mais filósofos que problemas".
Fonte: Folha de S.Paulo, 27/02/2014
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