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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Brasil: facetas de uma ditadura velada



Foto extraída do site do Coletivo Desentorpecendo a Razão — DAR

Professores da USP denunciam prisão e flagrante policial forjado
publicado em 28 de junho de 2014

Nós Somos Fábio Hideki Harano,  dos professores da USP signatários do texto, via e-mail.


Por que as pessoas protestam?


Depois de junho de 2013 uma onda de protestos incomoda os porta-vozes das classes endinheiradas na imprensa. Desde a invocação do direito de ir e vir em São Paulo (sic) até a aceitação do protesto (desde que sem vandalismo!), a grande imprensa elenca vários argumentos contra as liberdades democráticas dos manifestantes.
 
Obviamente, as pessoas comuns protestam porque não podem formar lobbies no Congresso; porque não frequentam as altas rodas em que as políticas reais são conchavadas; porque não acompanham políticos em jatinhos carregados de drogas. As pessoas protestam quando não são indiferentes.

Fabio Hideki Harano é um jovem solidário. Ele foi a atos em defesa da causa negra sem ser negro. Ele acompanhou a marcha da maconha sem ser usuário. Ele foi ao ato do dia 23 de junho sem condenar black blocs, pichadores e outras formas de indignação da juventude. Quem conhece o Fábio sabe que ele é também pacífico.

Fábio pertence ao movimento estudantil da USP e para ele escreveu análises muito ponderadas. Fábio não carregava explosivos quando foi preso nas escadarias do Metrô. Ele só ia para casa.

Fabio não pertence a nenhuma associação criminosa como a Polícia o acusa. Ele é aluno e funcionário da USP. E está em greve, exercendo um direito constitucional. O Padre Julio Lancelotti, que o acompanhava, viu que o flagrante policial foi forjado.

Os policiais, os juízes do Tribunal de Justiça que lhe determinaram prisão preventiva, o Governador da Opus Dei e seu secretário e os membros da imprensa que tratam de seu caso com “neutralidade” apenas reforçam a nossa Democracia Racionada. Fabio é uma vítima dela.

Se Fábio Hideki Harano e o professor Celso Lusvarghi não forem soltos; se não forem retiradas todas as falsas acusações contra eles, ninguém poderá dormir tranquilo. Se Fabio foi preso à luz do dia só por ser um militante político de esquerda, não é preciso perguntar o que a Democracia Racionada guarda para os jovens presos à noite nas quebradas da vida.

Todos nós somos hoje Fábio Hideki Harano. A injustiça que pesa sobre ele pesa sobre nós.

Nós Somos Fábio Hideki Harano.

Assinam os Professores da USP:

Jorge Grespan – Jorge Luiz Souto Maior – Lincoln Secco – Luiz Renato Martins – Marcos Silva – Ricardo Musse – Vladimir Safatle

Fonte: Viomundo

HistedBa e Museu Pedagógico organizam e lançam novo número da Revista HistedBR

Novo número da Revista HISTEDBR On-line é organizado e lançado pelo HISTEDBA e equipe do Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, que participam do Histedbr. A publicação é o resultado de uma interlocução regional e nacional com o debate acerca dos problemas sociais e políticos do Brasil, no intuito de entendê-los e contribuir com as demandas da realidade educacional. No seu conjunto de textos, busca aproximam o leitor de diferentes temáticas que procuram relacionar estudos no campo do conhecimento sobre História, Sociedade e Educação. Reúne artigos de pesquisadores da região Nordeste, Sudeste, Centro-oeste e Sul do Brasil, além da participação especial de uma pesquisadora do Centro Interdisciplinario de Investigacións Feministas e de Estudos de Xénero (CIFEX), USC-ES. Ao todo, vinte e cinco artigos que compõem este número estão ordenados por assunto pela variedade de temáticas.
Assim, a REVISTA HISTEDBR on line convida a todos a realizar uma leitura sobre essa pluralidade de temas. O conteúdo por completo pode ser acessado através do link  Revista HitedBr - Março/2014A seguir, o Sumário do v. 14, n. 55 (2014): Revista HISTEDBR - março/2014

Editorial

Artigos

MEDIOS, NUEVOS MEDIOS TECNOLÓGICOS DE LA COMUNICACIÓN Y DE LA INFORMACIÓN Y NUEVAS IDENTIDADES DE GÉNERO

Rita Mª Radl Philipp         

PRODUÇÃO CIENTÍFICA E PRODUÇÃO/REPRODUÇÃO CAPITALISTA NO ATUAL CONTEXTO LATINO-AMERICANO

José Rubens Mascarenhas de Almeida 

ESTADO E “CONVERSÃO” DEMOCRÁTICA: LEGADOS DA NOVA REPÚBLICA PARA AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS DOS ANOS 1990

Antonia Almeida Silva

CLASSE, CULTURA E EXPERIÊNCIA NA OBRA DE E.P.THOMPSON: CONTRIBUIÇÕES PARA A PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Lia Tiriba, Célia Regina Vendramini

CULTURA, EDUCAÇÃO, DOMINAÇÃO: GRAMSCI, THOMPSON, WILLIAMS

Angela Maria Souza Martins,  Lúcia Maria Wanderley Neves

HISTÓRIA, MEMÓRIA E GERAÇÃO: REMISSÃO INICIAL A UMA DISCUSSÃO POLÍTICO-EDUCACIONAL

Lívia Diana Rocha Magalhães     

A HISTORIOGRAFIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA, O PERÍODO POMBALINO E O DIRETÓRIO DE 1757

Alberto Damasceno          

A COMPANHIA DE JESUS E OS USOS DA MEMÓRIA: FÉ, ENSINO E DOMINAÇÃO NO BRASIL COLONIAL

Ana Palmira B. S. Casimiro, Camila Nunes Duarte Silveira, Maria Cleidiana Oliveira de Almeida, Luciana Canário Mendes

INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS EM PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVI: UNIVERSIDADE DE COIMBRA E UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Célio Juvenal Costa, Sezinando Luiz Menezes, Luciana de Araújo Nascimento, Cintia Mara Bogo Bortolossi

A EDUCAÇÃO NA REVISTA A DEFESA NACIONAL: 1913-1945

José Antonio Miranda Sepulveda

POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL – A RECREAÇÃO (1889- 1961)

Elza Margarida de Mendonça Peixoto, Maria de Fátima Rodrigues Pereira

TRAJETÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL E EXPECTATIVAS SOCIAIS DOS ESTUDANTES BRASILEIROS: 1960-1980

Ruy H. de Araújo Medeiros, Sérgio Eduardo M. Castanho

A CONSUMAÇÃO DO GOLPE E O MOVIMENTO ESTUDANTIL BAIANO CONTRA A DITADURA

José Alves Dias       

A INTERIORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO DE SANTA CATARINA: A IDEIA DE UNIVERSIDADE COMO DISCURSO DE DESENVOLVIMENTO

Leticia Carneiro Aguiar

“MINHA MÃE ME ENTREGOU NAS MÃOS DO PROFESSOR PARA FAZER DE MIM O QUE QUISESSE E PUDESSE”: MEMÓRIAS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR EM ANGOLA

Washington Santos Nascimento

A CENTRALIDADE DO TRABALHO NA DETERMINAÇÃO DA MOBILIDADE TERRITORIAL DOS TRABALHADORES

Ana Elizabeth Santos Alves, Miriam Cléa Coelho Almeida

DIMENSÕES HISTÓRICAS DA ESCOLARIZAÇÃO NO MEIO RURAL E URBANO BRASILEIRO: um estudo nos municípios de Araguari, Uberlândia e Patos de Minas

Astrogildo Fernandes Silva Júnior,  José Josberto Montenegro Sousa

A EDUCAÇÃO NO ESPAÇO RURAL E A LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO

Cláudio Félix dos Santos

A PRÁTICA DOS EXAMES FINAIS DE UMA ESCOLA ISOLADA RURAL DE NOVO HAMBURGO/RS (1953-1971)

José Edimar de Souza, Luciane Sgarbi Santos Grazziotin   

AS IMPLICAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NAS ESCOLAS NO CAMPO NO ESTADO DE SÃO PAULO A PARTIR DO FINAL DA DÉCADA DE 1980

Jaqueline Daniela Basso, Luiz Bezerra Neto

EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E OBRIGATÓRIA: notas controversas sobre vagas em creche

José Claudinei Lombardi 

CONCEPÇÕES LUTERANAS DE EDUCAÇÃO E INFÂNCIA EM UMA CRECHE COMUNITÁRIA      

Virginia Georg Schindhelm, Dayse Martins Hora

TV ESCOLA: MÚLTIPLAS RELAÇÕES, CONTRADIÇÕES E RESISTÊNCIAS

Danielle Xabregas Pamplona Nogueira,            Raquel de Almeida Moraes

TRAJETÓRIAS DE EXCLUSÃO: UM ESTUDO SOBRE JOVENS E ADULTOS EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Mônica Pereira,       Ester Buffa

REVISTA NOVA ESCOLA E EDUCAÇÃO FÍSICA (1986 – 1997): FASE DA ADESÃO À EDUCAÇÃO PELO MOVIMENTO

Fabio Luis Santos Nunes 

Documento

O “MANIFESTO NEOLIBERAL” QUE ANUNCIOU AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS IMPLANTADAS PELOS GOVERNOS DE MARGARET THATCHER (1979-1990)

Amarilio Ferreira Jr., Mariluce Bittar

AS MULHERES E O TRABALHO DOMÉSTICO NO LIVRO “ECONOMIA DOMÉSTICA”

Daniela Márcia Neri Sampaio, Robson Oliveira Costa Júnior, Ana Elizabeth Santos Alves

Resenha

DISCUSSÕES TEÓRICAS ACERCA DA PRÁTICA EDUCATIVA NO CAMPO

Urânia T. Amaral, Tânia Maria Rodrigues da Rocha

Resumo

MEMÓRIA E IMAGENS DA BAHIA NO DOCUMENTÁRIO DE ALEXANDRE ROBATTO FILHO

Ana Luisa de Castro Coimbra

A TROCA DE SÃO BENEDITO POR NOSSA SENHORA DE LOURDES NA CIDADE DE ENCRUZILHADA-BA: UMA “MEMÓRIA SUBTERRÂNEA”           

Fabíola Pereira de Araújo-Mello

terça-feira, 24 de junho de 2014

sábado, 21 de junho de 2014

X JORNADAS NACIONALES - VII LATINOAMERICANAS

“CONSTRUYENDO LA HISTORIA DESDE EL PROTAGONISMO DE LOS PUEBLOS

 

GRUPO DE TRABAJO HACER LA HISTORIA conjuntamente con  UNIVERSIDAD NACIONAL DE LA RIOJA

 

Sede Universidad Nacional de La Rioja, provincia de La Rioja, Argentina

 

23 y 24 de octubre de 2014

 

Convocatoria. Primera Circular

     

            Decíamos en la convocatoria a las IX Jornadas que realizamos en la Universidad Nacional del Sur (Bahía Blanca, Argentina) en octubre de 2010:

“Para que otra sociedad sea posible es necesario que los pueblos construyan poder para hacer políticas acordes a sus intereses y no a los intereses de los sectores de poder financiero”. “El problema del poder popular es un tema recurrente en nuestras Jornadas. Por eso nos interesa analizar los procesos de América Latina, el Caribe y Argentina en particular  través de la investigación en todas las áreas de las ciencias y con todas las formas de expresión para indagar cómo los pueblos van construyendo poder en sus respectivos territorios y los obstáculos que encuentran”.

Estas X Jornadas Nacionales VII Latinoamericanas  del Grupo de Trabajo Hacer la Historia constituyen una continuación de ejes temáticos desarrollados en las anteriores. Nos proponemos conjuntamente con la Universidad Nacional de La Rioja profundizar en la incidencia política del conocimiento de los procesos históricos del presente que trascienda los muros académicos. Para ello decidimos incorporar en estas Jornadas formas de trabajo que permitan un mayor dinamismo y compromiso de todos los participantes tanto de los expositores invitados como de los asistentes, estudiantes, docentes, profesionales, técnicos, artistas y público interesado.

Con estos objetivos buscamos apoyar y fortalecer el compromiso de la Universidad Pública en la resolución de los problemas del pueblo y en la defensa de sus intereses frente a los sectores de poder económico concentrado.

H la H no es un espacio solamente para historiadores. Para hacer la historia que necesitamos los pueblos debemos concurrir con aportes de todas las áreas de conocimiento y abrir las posibilidades de creatividad. Por esto participan en la organización y con aportes académicos distintos Departamentos y Facultades de esta Universidad Nacional de la Rioja.

Coincidimos en dar la batalla de las ideas con amplitud desde distintos marcos teóricos y puntos de vista pero con una coincidencia: preocupados en el presente de nuestras sociedades dentro de su proyección histórica, que lleva adentro procesos pasados pero de donde salen proyecciones hacia el futuro. Ese trabajo de búsqueda requiere conocer y valorar los aportes creativos más diversos y los de todas las ciencias a la vez que receptar los intereses y necesidades de los pueblos  generando una trama que permita  descubrir los mejores caminos para ir haciendo sociedades cada vez mejores, más humanas, más solidarias y justas.

Queda en evidencia que no somos neutrales sino que buscamos que el conocimiento y el crecimiento de la conciencia sean puestos al servicio de protagonizar la historia hacia nuevas sociedades. Por eso mismo no aceptamos el discusionismo ni el cientificismo, ni el tratamiento panfletario. En cambio buscamos abrir debates donde la exposición de diversas ideas esté en función de los objetivos compartidos. Queremos superar las barreras que suelen existir entre las diversas ciencias en la formación  de los nuevos docentes e investigadores,  para que lleguen al campo de su actividad profesional con capacidad para asumir compromisos conscientes con el pueblo al que pertenecen.

Estamos en ese camino desde hace 20 años en que realizamos la Primera Jornada en la Universidad Nacional de Rosario. Desde el entusiasmo que nos produce aportar al necesario compromiso de la educación pública con las causas de los pueblos los invitamos a ser protagonistas de las X Jornadas del Grupo de Trabajo Hacer la Historia  conjuntamente con la Universidad Nacional de La Rioja portadora de una rica experiencia de democracia institucional en el marco de los grandes intereses nacionales.

 

 

EJES TEMÁTICOS GENERALES

 

PANEL 1

La crisis global del imperialismo y el nacimiento de nuevas formas de sociedades. Desafíos y dificultades en el proceso histórico del presente de los pueblos de América Latina y  el Caribe.

·        Estrategias del poder económico/financiero y los proyectos populares en marcha en Venezuela, Ecuador, Bolivia. (el presente con proyección histórica). Formas de democracia y de estado.

·        Caracterización del poder económico/financiero y sus proyectos políticos en Argentina. Correlación de las fuerzas en pugna. Herramientas y contenidos de la lucha política y social en Argentina: el proyecto nacional y popular.

·        Perspectivas y experiencias de unidad político /cultural  en A.L y el Caribe.

  PANEL 2

  La batalla de las ideas: aclarando conceptos.

 

·        La memoria colectiva y del conocimiento científico  de la historia. Prejuicios, errores, falacias, obstáculos y deformaciones. Historia, ideología  y política en la educación sistemática y no sistemática, La comunicación de masas y la formación / de-formación de la conciencia popular. Los intelectuales del poder financiero y los intelectuales del campo popular.

·        Qué universidad necesitan los pueblos. Políticas de formación de docentes, de profesionales y de investigadores para la profundización de un proyecto nacional en camino  de construcción de poder popular. Gestión pública y privada. La universidad y políticas de extensión. Universidad y organizaciones de masas. Ciencia y política. Arte y política.

 

 

 FORMA DE TRABAJO

Plenario de Apertura: se expondrá la trayectoria de las Jornadas de Hacer la Historia inscriptas en el proceso histórico Argentino y Latinoamericano desde comienzos de los noventa a la actualidad, deteniéndonos en  los objetivos de esta Jornada en particular. Las autoridades de la  Universidad Nacional de La Rioja presentarán sus objetivos al participar como co-auspiciante en estas Jornadas en el marco de su reciente experiencia de democracia institucional.

Paneles 1 y 2 Los Ejes Temáticos Generales serán desarrollados por expositores calificados invitados por el Comité Académico [*] en sendos PANELES. Dichos contenidos serán luego debatidos en Talleres por los participantes y asistentes inscriptos.

Talleres de debate y profundización de los contenidos expuestos en cada uno de los Paneles. La cantidad de Talleres dependerá de la cantidad de inscriptos. Cada taller contará con un facilitador cuya función será estimular la participación de todos y establecer un método de discusión contando con una guía con los subtemas y ejes para ordenar la presentación  y posibilitar la elaboración de aportes que cada Taller llevará al Plenario de cierre.

Plenario de cierre se leerán las conclusiones de los Talleres y se presentará una evaluación de los organizadores. Se adelantará la manera como los documentos de las jornadas (incluidas las conclusiones y aportes de los talleres) serán impresos y difundidos.  

 

Cronograma

Jueves 23 de octubre

8 a 9 hs Inscripciones y acreditaciones

9 a 10 hs Plenario de apertura

 

10,00 a 13.30 hs PANEL 1.

13.30 a 15 hs pausa

15 a 18hs Talleres

18 a 19 hs Reunión de facilitadores

20 hs. Actividad social /cultural  optativa

 

Viernes 24  de octubre

9 a 12 hs PANEL 2

12 a 13.30 hs pausa

13.30 a 16.30 hs Talleres

16.30 a 19.30 hs Plenario de cierre

20 hs. Actividad social /cultural  optativa

 

Sábado 25 de octubre

Actividad optativa (si fuera posible): excursión con geógrafos, historiadores y paleontólogos para dar a conocer aspectos de la región

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Irma Antognazzi – Directora del Grupo de Trabajo Hacer la Historia

 

Rodolfo Ruiz Carrizo – Decano del Depto de Humanidades. UnLaR

 

Junio  2014.



[*] En la Segunda Circular se presentará la lista de expositores y de auspiciantes así como orientaciones acerca de formas y fechas de inscripción y de participación, formas de alojamiento y demás datos para los interesados.

Mídia: até The Economist fustiga domínio da Globo

Revista britânica aponta absurda concentração de audiência no Brasil e insinua: Dilma poderia adotar uma “Lei de Meios” semelhante à da Argentina

Por Inês Castilho
Publicado em 18 de junho de 2014

Uma amiga poetisa do Rio de Janeiro expressou há alguns dias, em visita a São Paulo, quão espantoso é para ela, há anos sem tevê, ver todo mundo: o pobre, o rico e o remediado, analfabeto ou letrado, sentar-se diariamente diante do televisor para assistir ao jornal e/ou novela (e esticar o assunto em conversa com amigos). Não menos que 91 milhões de almas, 45% dos brasileiros, sintoniza na Globo todo dia, todo santo dia. Assustador, observou.

Até The Economist sabe, como mostra em reportagem (edição de 07.06), mas nós fingimos não perceber o poder que o Brasil confere às Organizações Globo. E olhe que a revista inglesa, conservadora, nem entrou nos detalhes sórdidos da sonegação fiscal do Grupo, nem na parte do leão de publicidade oficial que recebe do governo. Falou, isso sim, que muita gente no país começa a inquietar-se com tanto poder concentrado nas mãos de tão poucos. (A consciência vem em ondas, parece.)

“É o tipo de audiência que, nos Estados Unidos, pode ser alcançada apenas uma vez por ano, e somente pela rede que venceu a competição pelos direitos de transmissão do campeonato de futebol americano Super Bowl”, diz a revista em “Globo Domination”. Sua principal concorrente, a Record, não tem mais que 13% da audiência. Já a principal rede dos Estados Unidos, a CBS, alcança não mais que 12% nos picos, e as concorrentes, uma média de 8%. Isso parece mais democracia.

A concentração de poder, claro, vem junto com a concentração de dinheiro. A família Marinho é a mais bilionária entre os 65 bilionários brasileiros, aponta ranking da Forbes de 2014. Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho, os três irmãos, juntos, têm fortuna estimada em US$ 28,9 bilhões. “É a maior companhia de mídia da América Latina, com receitas que alcançaram 14,6 bilhões de reais ($6.3 bilhões) em 2013, valor que cresceu impressionantemente na última década”.

E então, finalmente, chega ao ponto. Lembrando que na Argentina o poder do Grupo Clarín está sendo reduzido para no máximo 35% de audiência, como determinou a recente Lei de Meios, e o México tenta reduzir o peso da Televisa, a revista põe o dedo na ferida: “Mas o governo brasileiro é mais dócil com os donos da mídia.”

A matéria lembra ainda que há hoje no Brasil número maior de celulares que de habitantes, e a média de tempo dos brasileiros on line nas redes sociais, em abril, era de 12,5 horas semanais. E prevê: pela primeira vez um concorrente ameaça as Organizações, em publicidade e audiência. “Cada vez mais, a disputa pelo mercado publicitário será entre dois Gs: Globo e Google.”

The Economist já desenhou. Resta agora à presidente Dilma Roussef e seu secretário de comunicação, Thomas Traumann, encarar a realidade gritante. Especialmente depois das vaias transmitidas com fervor à vastíssima audiência da família Marinho e repercutida com sangue os olhos pela mídia corporativa, justo aqueles que, num jogo perverso, são sempre reverenciados pela publicidade governamental.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Universidades estaduais da Bahia: o silêncio dos inocentes


Milton Pinheiro, 20/06/2014

Li o artigo do deputado Emiliano José, publicado neste jornal, em 16/06, sobre a presença das universidades federais na Bahia, como promotoras de um conjunto de ações jamais vistas entre nós. Tal ação, partindo da Ufba e agora das novas universidades, para ele, será um marco no desenvolvimento da educação, passando a ideia de que tudo isso ocorria pela primeira vez.

Compreendo que, pelo teor do texto, e pela louvação ao governo da república, o autor está se referindo ao ensino federal. No entanto, gostaria de fazer um registro histórico: o ensino superior estadual é responsável, apesar do pífio investimento do governo do estado da Bahia, por uma longa jornada de integração regional e desenvolvimento local, atendendo com seus cursos e projetos especiais a todas as regiões administrativas da Bahia. Embora seja evidente que temos feito isso com grandes dificuldades em virtude da histórica falta de prioridade dos governos.

As universidades estaduais da Bahia encontram-se em todas as regiões em que o deputado insiste em não ver ou calar-se sobre suas ações. A quem interessa o silêncio sobre as políticas públicas desenvolvidas por elas, através do enorme esforço de sua comunidade? Por que silenciar diante da saga social, pedagógica e científica desenvolvida pelas universidades estaduais? Que, com tão parco orçamento, tem aprofundado e desenvolvido o conhecimento para colocá-lo a serviço da população da Bahia?

Saiba mais


 
Vale lembrar, também, que o texto silencia sobre o papel das estaduais no gigantesco processo de formação de professores para a rede básica. Além disso, talvez, para alguns, não seja importante o desenvolvimento de tecnologias e estratégias de alfabetização que há dezenas de anos as estaduais desenvolvem para erradicar o analfabetismo e o seu papel na pesquisa agroalimentar, socioeconômica, pedagógica e na área das ciências humanas.

Todavia, um detalhe faz-se importante para refletir sobre o texto: numa parte da região onde se instalou a Univasf, já existem dois campi da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Juazeiro e Senhor do Bonfim. Quando da instalação da UFRB no recôncavo, já existia o campus da Uneb em Santo Antônio de Jesus com amplo atendimento por demanda de ensino superior. A Uefs, em Feira de Santana, com sua presença longeva, irradia conhecimento e pesquisa para grande extensão da Bahia.

Na área da Universidade do Sul da Bahia, já existe a Uesc que tem respondido às questões da lavoura do cacau e os campi da Uneb, em Teixeira de Freitas e Eunápolis. No oeste baiano é tradicional a presença da Uneb (Barreiras) na região que deverá ter a Ufob. No sudoeste da Bahia, onde se levanta a proposta de implantar uma federal, existe a Uesb com uma forte presença de pesquisa na área da zootecnia e outras áreas do conhecimento.

E agora a campanha pela Universidade Federal do Nordeste da Bahia, numa região onde a Uneb tem trabalhado de forma perene com a sua histórica presença nas cidades de Alagoinhas, Serrinha, Conceição do Coité, Euclides da Cunha e Paulo Afonso, região que contou, assim como outras, com a presença do inovador programa especial, Rede Uneb-2000.

Certamente a memória e história da saga de Canudos e de Antonio Conselheiro, não será descoberta agora, ela é produto de uma vasta pesquisa histórica que a Uneb e seu parque de Canudos desenvolvem há muito tempo, resgatando o papel seminal daquele processo histórico brasileiro. É justa a preocupação com o ensino superior federal na Bahia, melhor ainda se ela viesse acompanhada de condições de funcionamento.

No entanto, entrar no mérito dessa questão silenciando sobre o papel das estaduais, ou colocando as federais em detrimento delas, é no mínimo retirar do livro da história o papel da comunidade acadêmica que construiu essa jornada de luta social. É, ainda, uma política danosa do ponto de vista do planejamento público integrado. A não ser que a política do governo estadual, aliado do deputado, seja de substituir o papel histórico das estaduais e isso, talvez, esteja sendo confirmado no silêncio dos inocentes.

Fonte: A Tarde

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Harvey: A universidade como espaço de luta

Publicado em 09/06/2014

especial com David Harvey.

Philip Stalhandske, do jornal sueco Lundagård, entrevistou David Harvey durante sua recente visita à Universidade de Lund. Um Harvey decepcionado pela falta de um movimento estudantil radical: “Acho que os estudantes têm que se auto-organizar”.
David Harvey descreve o segundo volume d’O capital de Karl Marx como “o livro mais chato que já escrito”. Sua obra teórica, uma introdução um pouco mais interessante, começou com uma reflexão sobre os aspectos contraditórios do capitalismo, cujo resultado é o livro Dezessete contradições e o fim do capitalismo (Boitempo, no prelo).
Depois de um dia no qual apresentou seu livro em um auditório lotado e fez parte da banca de uma tese, Lundagård se reúne com um David Harvey ligeiramente cansado no Grand Hotel de Lund.

O senhor afirmou em sua apresentação que “os estudantes endividados não protestam”. Por que pensa dessa forma e quem o senhor acredita que se beneficia disso?

Bem, trata-se de uma afirmação geral, não tenho provas empíricas. Mas é certo que os donos de moradias que estão endividados se mostram politicamente ativos, seguindo um rumo mais reacionário. Acredito que é bastante notável que parte do aumento das matrículas, que provocou no início a indignação estudantil e sua reação (na Grã-Bretanha), não tenha gerado um movimento estudantil durável. Minha conclusão, que tem muito de conjectura e muito de bem informada, é que o endividamento que está dominando o corpo estudantil tem sido, para começar, aceito, e que ao mesmo tempo é algo que vai manter as pessoas em uma situação de servas de suas dívidas durante uma considerável parte de sua vida.

O senhor pensa então que esse endividamento criou ou criará um corpo estudantil mais reacionário?

Não sei se criará um corpo estudantil mais reacionário. Desde já, não desencadeou o grau de ativismo que eu esperava que fosse produzido. Do mesmo modo, na Grã-Bretanha, a imposição das taxas de matrícula não geraram uma campanha a longo prazo de ampla agitação em prol da suspensão dessas taxas. Penso que, se neste caso tivesse havido uma agitação massiva, teria sido muito difícil para o Partido Trabalhista não ter dado seu respaldo à abolição das taxas. Acredito, de novo, que faz parte dessa aquiescência a aceitação da mercantilização da educação superior, à qual eu acredito que deveria se ter resistido com mais contundência.

O senhor mencionou a importância de fazer a informação chegar e de que “poderia ser que tivéssemos um movimento em nossas mãos” se essa informação tivesse uma ampla difusão. Qual deveria ser o método para isso e a quem ela deveria se dirigir?

Acho que os próprios estudantes têm que se auto-organizar e há sinais disso – pequenos grupos de estudantes que tentam reiteradamente gerar um movimento. Mas minha impressão é de que enfrentam uma enorme indiferença por parte da grande massa do corpo estudantil. 

Mas a informação bastará ou existe uma “necessidade”, se é que esta é a palavra correta, de se empurrar ainda mais a população antes de se formar um movimento?

Há certas condições necessárias para que um movimento surja. Uma condição necessária, que eu acredito que a liderança de esquerda não cumpre, consiste em uma certa visão das alternativas. Muita gente perguntará: “Onde está a alternativa?” e “Que tipo de visão o senhor tem?”. Agora, oferecer alguma visão de algum tipo é um requisito prévio muito importante para qualquer movimento, mas isso não garante um movimento.
Minha visão dos processos de mudança social é de que precisa de mudanças simultâneas em muitas dimensões – entre elas, de nossas concepções mentais do mundo. E nossas concepções mentais do mundo se viram encurraladas pela forma como a atividade de oposição se estruturou. Se você quer denunciar a discriminação, tem que mostrar o prejuízo e a intencionalidade. A política de vitimização não é uma boa política de solidariedade. As vítimas podem se apresentar e pode ser que algumas contem um dramalhão qualquer que baste para conseguir compensações ou remédios. Mas não se faz nada para a grande massa da população, de modo que a história do dramalhão se converte na principal forma de política ou o remédio de alguns males.
O que me parece que a esquerda não entende é que ela está sendo encurralada nessa classe de oposição – o que, de fato, a torna bastante impotente quando se fala de movimentos solidários de massas. Há uma luta por encontrar formas de expressar uma oposição massiva a um sistema que formulou uma política na qual as únicas possibilidades consistem nesse tipo de política do vitimismo, o que não levará a nenhuma mudança radical. Uma vez que entendamos a sofisticação do encurralamento neoliberal dessa maneira, temos que aprender formas de transpô-lo, mas não acredito que tenhamos aprendido isso até este momento.

O contra-argumento mais comum por parte da esquerda em relação ao tipo de política que o senhor defende é que essa solidariedade humanitária é comumente destinada aos homens brancos.

Acredito que haja sólidas razões para sermos antirracistas e levarmos muito a sério as políticas de gênero. A dificuldade está no fato de que se você não presta atenção ao modo como o “motor econômico” do capitalismo atinge as pessoas, está perdendo boa parte do que é mais importante. Por exemplo, pode ser que haja quatro ou seis milhões de pessoas nos Estados Unidos que perderam suas casas, e um montante desproporcional das mesmas é imigrante, ou de comunidades afro-americanas, ou mulheres. Mas o impulso real que levou ao crack não pode ser explicado analisando raça e gênero. Suas repercussões se infiltraram na raça e no gênero, mas suas origens não.

Quais são as possibilidades das universidades enquanto espaços de luta?

Há pessoas que às vezes me dizem: “Você está aí metido no mundo acadêmico” ou “você precisa ir a uma siderúrgica”, ou algo parecido. Bem, da mesma maneira que em uma siderúrgica você precisa de trabalhadores do ferro que possam operar equipamentos, também precisa de gente que mantenha espaços abertos dentro da universidade para esse tipo de produção contra-hegemônica. E isso requer muito esforço, muito trabalho e muito compromisso.

domingo, 15 de junho de 2014

Fifa vai lucrar bilhões com a Copa e levará todo dinheiro para Suíça

A Copa 2014, que acontece no Brasil entre 12 de junho e 13 de julho, baterá todos os recordes financeiros da história do futebol e será a Copa mais lucrativa de todos os tempos, pelo menos para a Fifa: a previsão da entidade é arrecadar cerca de US$ 15 bilhões, sem pagar nenhum centavo de impostos ao Brasil, já que o Governo lhe concedeu 100% de isenção fiscal. Depois, levará todo o dinheiro para a Suíça.

Por outro lado, esta Copa será também a mais cara: o último balanço oficial do Governo Federal é de que foram gastos R$ 25,8 bilhões para realizar o torneio. Porém, ao contrário do que havia sido assegurado ao povo brasileiro quando o país foi escolhido para ser a sede do mundial, em 2007, 83,6% do total dinheiro saiu dos cofres públicos (União, estados e municípios). Se essa quantia fosse investida em moradias, por exemplo, seria possível construir mais de 500 mil casas ou apartamentos pelo programa Minha Casa, Minha Vida, ou ainda 430 hospitais de última geração.

Corrupção “padrão Fifa”

Fundada em 1904, em Paris, pelas associações de futebol da França, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Espanha, Suécia e Suíça, a Fifa tinha como objetivo original desenvolver o futebol, organizar competições internacionais e estabelecer as regras para a prática do esporte mais popular do mundo.

Passados 110 anos, a Federação Internacional de Futebol Associado é hoje conhecida por ser uma das entidades mais corruptas do mundo e por ter transformado o futebol num grande negócio, que movimenta bilhões de dólares anualmente de maneira, no mínimo, suspeita.

De fato, no ano passado, a Fifa obteve o maior faturamento de sua história, arrecadando US$ 1,386 bilhão (R$ 3,2 bilhões) e lucrando US$ 720 milhões (R$ 1,63 bilhão), 20% a mais que em 2012.

Nessa conta, evidentemente, não estão inclusos os ganhos advindos das negociatas envolvendo a entidade e seus cartolas. E não são poucas.

Recentemente, o presidente da Confederação Centro e Norte-Americana de Futebol (Concacaf), Jack Warner, acusou dois membros do Comitê Executivo da Fifa de terem recebido US$ 20 milhões para votar no Catar como sede da Copa 2022. O próprio Warner recebeu US$ 1,2 milhão de uma empresa de Mohamed Bin Hammam, coordenador da campanha do Catar para sediar o mundial, pouco depois de o país ter sido escolhido.

Denúncia semelhante foi feita pelo jornalista escocês Andrew Jennings, em seu livro Jogo Sujo, o Mundo Secreto da Fifa (2006). Segundo ele, durante o processo de escolha do país que sediaria a Copa de 2006, “a candidata Alemanha tinha tradição no futebol, mas não contava com votos importantes de países da África. Até que um magnata da TV alemã, Leo Kirch, entrou no jogo. Ele tem várias estações de TV esportiva e ganharia uma fortuna com contratos de direito de transmissão da Copa em seu país. Ele então vendeu contratos com Tailândia, Trindad e Tobago e alguns países africanos para transmissão de jogos do Bayern de Munique contra a seleção de Malta. O dinheiro foi para as federações que, assim, votaram na Alemanha”.

Sobre a escolha do Brasil como sede da Copa 2014, o jornalista afirma que uma empresa de Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF) vai ter participação no lucro obtido pela Copa. Teixeira, aliás, é figurinha carimbada em casos de corrupção envolvendo o futebol. Em 2011, David Triesman, ex-presidente da Associação de Futebol da Inglaterra, acusou quatro membros do Comitê Executivo da Fifa, incluindo o então presidente da CBF, de ter conduta imprópria durante a campanha dos países para sediar a Copa de 2018, vencida pela Rússia.

Em abril do ano passado, o Ministério Público da Suíça divulgou um relatório no qual João Havelange, presidente da Fifa de 1974 a 1998, e Ricardo Teixeira são acusados de receber propina da agência de marketing esportivo ISL, contratada pela Fifa para vender os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006.

Segundo o documento, Teixeira recebeu da ISL 12,7 milhões de francos suíços entre 1992 e 1997, e Havelange 1,5 milhão, em 1997. Os promotores afirmam que a Fifa sabia do esquema: “A conclusão de que a Fifa tinha conhecimento dos pagamentos de subornos a pessoas dentro dos seus órgãos não é questionada”, disse o relatório. “Com a constante alimentação financeira que ocorreu ao longo de vários anos, os serviços não só de João Havelange, mas também de Ricardo Teixeira, foram comprados”, concluíram os promotores.

Havelange renunciou ao cargo de presidente de honra da Fifa em abril do ano passado, após as denúncias, e Ricardo Teixeira deixou o comando da CBF em 2012, sendo substituído por outro ladrão, José Maria Marin. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol ainda responde processo por ter participado de 27 negociatas envolvendo lavagem de dinheiro, tráfico de divisas e fraude fiscal, além de ter usado recursos da CBF para financiar campanhas eleitorais de políticos aliados.

A corrupção no futebol é algo tão generalizado que os próprios cartolas já não se constrangem em admitir sua existência, como prova a declaração de Joana Havelange, filha de Teixeira e neta de João Havelange, que afirmou numa rede social: “Não vou torcer contra, até porque o que tinha que ser gasto, roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes”. Joana é diretora do Comitê Organizador Local da Copa 2014 e responsável pelas áreas de marketing, eventos, compras, recursos humanos, responsabilidade social, protocolo e planejamento do mundial.

“A máfia é amadora comparada à Fifa”

Em seu livro, Andrew Jennings relata outros casos de eleições compradas, manipulação de resultados de jogos e negociatas para a escolha de países-sede da Copa do Mundo: “São negócios que fariam corar a máfia italiana”.

“A Fifa está roubando a paixão das pessoas. O futebol é uma paixão, e a paixão cega. Esses crápulas que dirigem a Fifa enriquecem às custas do dinheiro da paixão. Todo o sistema das grandes confederações do esporte está contaminado. A corrupção está lá”, denuncia Jennings. E continua: “Blatter (presidente da Fifa) vende a imagem de ser um amante do futebol, um homem que dorme e acorda pensando em como melhorar e desenvolver o esporte. Mas ele é um parasita. Um sanguessuga grudado na jugular do futebol. Um homem de negócio que usa o esporte para se autopromover e ganhar dinheiro. O melhor que ele poderia fazer pelo futebol é deixá-lo, ir embora”.

Jennings explica como os atuais cartolas da Fifa mantêm a entidade sob seu controle: “A Fifa dá, no mínimo, US$ 250 mil por ano para cada país investir em futebol. Na Europa esse dinheiro é irrelevante. Mas pense no Congo, Mauritânia, Tailândia. Esse dinheiro nunca é auditado. Blatter diz que é eleito de maneira democrática. Não há nada que mereça ser chamado de democracia na Fifa. Em uma democracia existe discordância, oposição. Na Fifa, não. O que vemos na Fifa são os pequenos ratos agradecendo ao rato-chefe pelo estilo de vida de magnatas que levam”. E conclui: “Por mais de 30 anos, eu investiguei máfias, corrupção policial, corrupção política e crime organizado. Eles são amadores comparados com o que se faz na Fifa”.

Não bastasse, para proteger os lucros das empresas que patrocinam essa roubalheira, a Fifa exigiu que o Governo brasileiro reprima qualquer tentativa de comercializar produtos que não tenham sua autorização oficial. Resultado: milhares de trabalhadores informais, que pensavam em faturar alguns trocados durante o mundial, estão proibidos de trabalhar durante a Copa em seu próprio país.

Com todo esse dinheiro sujo, a Fifa compra o silêncio e a cumplicidade de governos, tribunais, imprensa burguesa, dirigentes de clubes e até de ex-jogadores.  Só não compra a consciência dos trabalhadores e da juventude que vão às ruas e organizam greves por aumento dos salários e pela melhoria das condições de vida do povo.

Heron Barroso e Redação.

Fonte: A Verdade, 14 Jun 2014.