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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Estudantes da UEG divulgam "Carta aberta" à comunidade

"CARTA ABERTA", escrita pelos universitários dos cursos de Economia, História, Farmácia e Enfermagem da UEG (Universidade Estadual de Goiás - Unidade Universitária de Itumbiara). A carta é fruto da manifestação dos alunos que irá acontecer no dia 30 de novembro (hoje) em praça pública. Os motivos do manifesto partem da demora de mais de 10 anos na construção do campus da UEG na cidade de Itumbiara, desvio de verbas das obras, falta de laboratório para os cursos da área da saúde, liberdade e emancipação intelectual dos universitários que atualmente estão nas dependências de um colégio militar através de um acordo feito pelo governo estadual, fechamento do curso de História com a alegação de falta de demanda, entre outros motivos. Peço a solidariedade dos companheiros que ainda acreditam na luta!! Divulguem!!

CARTA ABERTA Á COMUNIDADE
Nós universitários da UEG, sentimos a necessidade de manifestar o desejo de ver concretizado de fato a nossa presença na sede da instituição em fevereiro de 2012. Procurando dar crédito a mais uma promessa, pedimos a garantia da Universidade em funcionamento na sede própria, no início do próximo ano.
Considerando que ficamos com a agenda lotada de datas previstas para a inauguração desta ao longo deste ano, demarcando assim falsas expectativas para a nossa entrada no prédio que representa nossa sede. Manifestamos em favor da Universidade Pública em nossa cidade, que esta se faça presente na comunidade, que esta saia do anonimato, divulgando seus trabalhos, suas pesquisas, suas atividades acadêmicas, suas infinitas possibilidades. Não estamos propondo nenhuma afronta, apenas queremos ter o direito de cursar nossos cursos com a dignidade de qualquer universitário deste país. Nossa manifestação é o reflexo da necessidade de compartilhar angústias, idéias, necessidades...
Com o simples intento de DIALOGAR, TROCAR IDEIAS, COMPARTILHAR AÇÕES!
Queremos ter a garantia de que iremos para uma sede que nos abrigue e que nos dê o suporte necessário para conhecimentos acadêmicos, oportunizando-nos a competência profissional. Manifestamos porque queremos acreditar na conclusão imediata das obras do campus da UEG/Itumbiara e por sua entrega, o quanto antes, para toda a sociedade itumbiarense. A MANIFESTAÇÃO é um desejo coletivo dos estudantes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara.
Autoridades locais, lideranças, empresários, imprensa local, pedimos à todos o apoio necessário a nossa dignidade universitária. Não estamos contentes com as condições que vivemos por falta de um espaço acadêmico adequado.
Essa MANIFESTAÇÃO retrata a NECESSIDADE EMERGENCIAL para exercício pleno da cidadania acadêmica!

UNIVERSITÁRIOS DA UEG – UNIDADE DE ITUMBIARA EM SEDE PRÓPRIA EM 2012! SERÁ MESMO DESTA VEZ???

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Repressão nas Universidades dos EUA: O Silêncio dos Reitores

Eles já não são realmente educadores, pesquisadores ou cidadãos de suas comunidades. São agentes contratados pelos painéis de governança corporatizados.


Por Roland Greene [23.11.2011 11h45]
Tradução e nota introdutória de Idelber Avelar

Nota da Fórum: o mundo universitário estadunidense foi sacudido nas duas últimas semanas por duas sequências de acontecimentos que abalaram fortemente a credibilidade de seus administradores. Num dos principais programas universitários de futebol americano, o da Penn State, foi revelado um esquema de pedofilia de mais de quinze anos de duração. O antigo coordenador defensivo, Jerry Sandusky, foi preso pelo abuso de oito garotos. O técnico, Joe Paterno, uma lenda viva comparável ao que era Telê Santana no Brasil, foi demitido depois de 61 anos na instituição. Por outro lado, as imagens de uma série de intervenções policiais violentas, especialmente nos campi da Universidade da Califórnia em Berkeley e em Davis, rodaram o mundo e revelaram a cumplicidade dos administradores universitários com o aparato repressivo. O texto abaixo, de autoria do Prof. Roland Greene e traduzido em primeira mão pela Fórum, faz uma análise dos acontecimentos recentes.
O Silêncio dos Reitores
As imagens da universidade-empresa nesta semana acabaram sendo indeléveis. Depois de vistas, não há como esquecê-las.
Como todo mundo, tenho refletido sobre os acontecimentos em Penn State, Berkeley e Davis que sacudiram o ensino superior dos EUA. Todos sabem dos problemas nesses lugares e em outros: o declínio contínuo do investimento público nas universidades de ponta, a evacuação moral dessas instituições em favor do negócio e dos esportes; o desaparecimento de um futuro para o projeto de uma sociedade responsável e de jovens instruídos; e os ataques injustificáveis a professores e estudantes que se manifestavam no “Ocupar” Berkeley, Davis e outros campi em protesto contra a cumplicidade de suas universidades no saqueio às classes trabalhadoras e médias.
O que acontecerá agora? Não tenho ideias melhores que as de qualquer outra pessoa, mas suponho que há uma lição a se retirar do que estamos vendo, e é o descrédito da classe de administradores profissionais no ensino superior. Um vídeo, feito hoje [19/11], na Universidade da Califórnia em Davis, conta a história.
Em primeiro lugar, o contexto é a chocante demonstração de violência esta semana por um membro da polícia do campus de Davis, lançando spray de pimenta sobre manifestantes estudantis pacíficos – gesto que foi depoisdefendido pelo chefe da polícia. Alguns dias antes, houve a não menos espantosa reação de um policial de Berkeley a uma manifestação basicamente pacífica de professores e estudantes, na qual (entre outros acontecimentos), a diretora do Centro Townsend de Ciências Humanas, a Professora Celeste Langan, foi arrastada pelos cabelos, jogada no chão e presa.
Há muitas questões aqui, incluindo-se o caráter paramilitar das táticas policiais que têm começado a parecer normais até mesmo nos campi universitários. James Fallows observa que “isto é o que acontece quando não se pode responsabilizar uma autoridade que já perdeu qualquer senso de vínculo humano com uma população sujeitada”. Eu gostaria de tecer algumas observações sobre uma versão acadêmica desta impossibilidade de responsabilização [unaccountability].
Neste vídeo, a administradora da Universidade da Califórnia em Davis, Linda Katehi, caminha entre um grande grupo de estudantes que a confrontam silenciosamente com o olhar e de braços dados. Qualquer educador pegaria o microfone e tentaria, pelo menos, tratar das agudas diferenças de valores que são palpáveis até mesmo num vídeo. Mas Katehi não faz nada além de caminhar até o seu carro com um semblante congelado.
O ar distante de Katehi, e especialmente o seu silêncio, é das coisas mais terroríficas que já vi nestas várias semanas de tumulto. O silêncio dos manifestantes é uma declaração; o de Katehi é uma renúncia.
Assim como o administrador de Berkeley, Robert Birgeneau, que esperou quatro dias para ver os vídeos das manifestações em seu campus, Katehi é responsável pelos malfeitos da polícia do campus face a um protesto pacífico. Eles estavam obrigados a avisar seus policiais acerca dos limites no uso de força, não só em geral, mas também à luz dos acontecimentos recentes que pressagiavam protestos vívidos em todos os campi. Suspeito que Katehi renunciará sob pressão dentro de uma semana, mais ou menos, depois que ela demita o policial que aparece no vídeo e o seu chefe de polícia, Annette Spicuzza.
Katehi, Birgeneau e o antigo Reitor de Penn State, Graham Spanier (assim como o Reitor da Universidade da Califórnia, Mark Yudof), têm pelo menos uma coisa em comum: eles pertencem à classe de administradores profissionais que tomaram conta das universidades públicas (e muitas das privadas) nos EUA nos últimos vinte anos.
Para além do que tenham sido no começo de suas carreiras (na maioria dos casos, professores altamente destacados), eles já não são realmente educadores, pesquisadores ou cidadãos de suas comunidades. São agentes contratados pelos painéis de governança corporatizados, que se mudam de uma universidade a outra em busca de um graal de ambição. Não é raro que Reitores e administradores tenham tido cargos sênior em três, quatro ou cinco instituições. Até onde sei, os quatro líderes mencionados acima já tiveram, entre eles, papéis administrativos em 14 universidades nos EUA e no Canadá. Já tendo estado em todos os lugares, essas pessoas não pertencem, em outro sentido, a lugar nenhum. Elas foram contratadas por algumas coisas nas quais são especialistas: levantar fundos, cultivar contatos externos, inventar nomes para fortunas declinantes e refazer as “marcas registradas” de seus campi.
Presos a interesses de negócios que dominam os painéis de governo das universidades e encharcados da sabedoria convencional do establishment da educação superior, esses administradores profissionais estão desprovidos de um vínculo com o trabalho cotidiano de suas instituições que lhes permitisse produzir, como propõe Cathy Davidson, um “Discurso de Gettysburg” que enfrentasse os desafios morais deste momento. O professor mais inexperiente desses campi estaria melhor preparado para essa tarefa. A falta de responsabilização e de vínculo dos policiais, apontada por Fallows – que poderíamos também estender ao escândalo esportivo em Penn State—começa no topo dessas instituições.
O movimento “Ocupar” terá seus sucessos na sociedade em geral, mas nos campi americanos ele pode ter um resultado salutar: mostrar aos painéis de governo que esses administradores itinerantes não podem ser responsáveis pelo futuro de nossas instituições. Eles podem até saber governar um campus no dia-a-dia, mas quando algum acontecimento imprevisto altera profundamente a vida de uma universidade, eles não têm a capacidade de responder da mesma forma que qualquer professor normal responderia, com cuidado e decência. A primeira resposta é o silêncio – logo seguido de declarações apressadas que tentam obscurecer e contemporizar.
O silêncio não é estratégico ou racional, até mesmo de um ponto de vista legal. Creio que se trata de estupefação ante um mundo que se descarrilha de seus planos e programas. É a crise cognitiva da universidade empresa—e suspeito que veremos mais exemplos nos próximos meses.
Universidades como Penn State, Berkeley e Davis têm legiões de professores brilhantes, apaixonados, que merecem liderança melhor do que a que estas figuras fornecem. Cada um desses campi possui pelo menos meia dúzia de líderes docentes—e todo mundo lá sabe quem são eles—que poderiam servir como Reitores ou administradores agora.
É hora dos acionistas interromperem este aspecto da universidade empresa em favor de lideranças autóctones, locais—e, talvez, sob um tipo diferente de líder, outros elementos da transformação da universidade em empresa sejam questionados (por exemplo: por que a crise de orçamento em Berkeley e em muitos outros lugares não encoraja os administradores a reduzir ou mesmo cancelar os programas esportivos, eu não entendo. A gritaria seria inédita, mas também o seria a conversa gerada acerca das prioridades de uma universidade).
O silêncio dos Reitores ante o crime e a injustiça revela a falência de um modelo de liderança empresarial no qual se afundaram muitas universidades. Será que alguns vídeos poderão ajudar a mudar isso?
Original aqui.

A Sarmento - In memoriam ROM

Nesta segunda-feira dia 28/11 fez um ano que perdemos nosso colega querido Prof. Sarmento. O DCHL/UESB/Jequié, em homenagem póstuma, rememora a lembrança do colega com o texto a ele dedicado pelo prof. Marcos Aurélio.

No princípio era o bit. O universo veio depois com meia dúzia de palavras, digitadas num teclado nervoso touch screen: delicadeza, perspicácia, requinte, brilho, amplitude e consistência...

A semântica do mundo surge de um ignoto processador, materializa-se em tela, numa freqüência compreensível de afetos, do sistema binário eu-você.

Dedos velozes respondem a impulsos e freqüências sistólicas. Toques e caracteres resultam da força suave de falanges, que pressionam a mola do mundo. Em LCD, no cristal líquido de uma lágrima, a criação “texto da vida” resistindo no palimpsesto de luz e sombra, na tela de um computador desligado.

Sombras de uma imagem que se esvaiu, deixando a sensação ambígua, por vezes de fim, por vezes de reset.

A imagem desligada produz na retina um sentimento estranho do zero, mas do zero como potência, de fim/começo. Quando o seu texto de vida saiu da tela, retornando ao barro de silício, movendo-se entre cabos e conexões de volta ao tal processador ignoto, tudo ficou suspenso.

Contudo, um rasto de luz de sua grandeza digitada sempre iluminará um canto de sala, produzindo outras escritas da vida. Nessa sala do mundo, sua janela se fechou, mas outras, entristecidas e saudosas, ainda contemplarão numa tela de luz e sombra, seu nome/uni-verso, escrito em redondilha maior: Manoel Soares de Sarmento.

Do colega e amigo Marcos Aurélio dos Santos Souza

Haiti deixado à sua "sorte"

A crise econômica e a redução do orçamento para a cooperação internacional é a justificativa que dezenas de organizações humanitárias dão para a fuga de fundos para amenizar os problemas que afligem o Haiti.

Esta situação coincide com o momento em que mais necessário se faz o aporte de recursos, quando a nação caribenha está susceptível à conversão do cólera numa doença endêmica.
Desde outubro de 2010 a epidemia começou a se espalhar, atingindo mortalmente mais de seis mil pessoas e outras 500 000, cifras equivalentes a cinco por cento da população nacional.
A origem da epidemia foi atribuída a contaminação provocada por uma equipe de uma base nepalesa da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), que usava uma área perto do rio Artibonite, um afluente importante do Haiti e utilizado por milhares de pessoas para lavar roupa, beber, pesca ou natação, para defecar.
O Instituto para Justiça e Democracia no Haiti, denuncia a ONU pela falta de responsabilidade de não ter realizado exames médicos rigorosos dos seus soldados antes de enviar a missão para a ilha.

Sinal de alarme

Paul Farmer, enviado especial da ONU no Haiti e fundador da Partners in Health, afirmou que os cubanos foram os que deram o alarme inicial sobre o surto, ajudando a mobilizar as autoridades de saúde e reduzir o número de mortes.
O coordenador humanitário da ONU no Haiti disse que a ajuda internacional é insuficiente para enfrentar a epidemia, que despertou no país um debate interno sobre a possibilidade de adiar as eleições presidenciais e legislativas de 28 de novembro.
O médico francês Gerard Chevallier, que trabalha com o Ministério da Saúde haitiano, disse que os números oficiais "subestimam" a quantidade real e fazem relatórios equivocados e que "existem áreas onde as pessoas estão morrendo e ninguém sabe", disse ele.

Condições insalubres em acampamentos

Atualmente, existem cerca de 580.000 pessoas nos vários acampamentos para as vítimas do terremoto ocorrido em janeiro de 2010, em condições insalubres, devido à falta de higiene.
Em cada campo há uma média de 112 pessoas que se beneficiam de um banheiro único e apenas 18 por cento destes lugares têm onde se lavar as mãos e o rosto, de acordo com a Rede do Haiti para os Direitos Humanos. A organização humanitária garante que apenas 48 por cento dos deslocados têm acesso à água potável segura.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MARIGHELLA SEGUNDO JORGE AMADO

AQUI INSCREVO SEU NOME DE BAIANO…
Seu nome ressoou, pela primeira vez, no brilho da inteligência invulgar e na graça de moleque nascido nas ruas da Bahia, quando, estudante de Engenharia, redigiu em versos uma prova de matemática.
Comentou-se na cidade a inspiração e a verve do acadêmico. Talento e informalidade marcaram para sempre seu perfil belo e másculo, sua face pura.
Líder estudantil, ainda adolescente foi tomado preso, cumpriu dez anos de prisão, entre as grades passou a juventude. Não perdeu o ânimo nem o riso, não se fez amargo. Sabia rir como pouca gente no mundo soube fazê-lo, riso franco, sadio, confiante.
Fraterno amigo, desde os dias de primeira juventude, na Bahia; depois, num longo quotidiano de esperança e desespero, no comício, no jornal, debruçado sobre os livros e sobre a vida, em meio ao povo ou nas bancadas da Câmara dos Deputados. Na chata solenidade legislativa, repontada no deputado ativo e responsável o espírito de moleque baiano, do estudante da Escola Politécnica. Subia a tribuna, punha em pânico os parlamentares. Juntos escrevemos vários discursos, lidos por outros. Num deles, enorme, passamos em revista todos os problemas do país. Pronunciado com extrema dignidade por Claudino José da Silva, único deputado negro da Assembléia Constituinte de 1946, durou quatro horas. As palavras eram pedras e raios; o tempo passava, o discurso prosseguia, eterno. Mesmo os mais reacionários ouviram em silêncio, não tiveram coragem de abandonar a sala.
Dentro dele a ternura a ira. Conhecia de perto a miséria e a opressão mas conhecia também a força e a capacidade de resistência do povo. De quando em vez releio seus poemas, sabiam que ele foi poeta? Ternura e ira em seus poemas simples, claros, brasileiros. Sendo homem de ação mais que um teórico, a poesia marcou cada instante de sua vida. Tudo nele era sincero, digno e puro.
Se errou, o fez na busca de acertar. Em certa tribuna ilegal eu o vi chorar, como um menino órfão, quando o ídolo ruiu, rotos os pés de barro. Eu estava vazio por dentro, pois soubera antes e lhe contara; não acreditou. Ao ter a prova, ficou siderado, durante certo tempo perdeu a graça e o riso; no meio do povo os recuperou. Manteve até o fim o bom humor e a pureza; amadureceu sem deixar de ser o estudante adolescente: mestiço de sangue negro e sangue italiano, como Dorival Caymmi, mistura de primeira.
Morreu numa emboscada. Deixou mulher, irmãos e filho, deixou inúmeros amigos, um povo a quem amou desesperadamente e a todos legou uma ação de invencível juventude, de inabalável confiança na vida e no humanismo. Retiro da maldição e do silêncio e aqui inscrevo seu nome de baiano: Carlos Marighella.
(Bahia de Todos os Santos–27ª. Edição–1977–Jorge Amado)

Aula de matemática para governadores... e demais políticos

Problemas a serem resolvidos: 
Problema nº1
Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?
Resposta: 200 alunos dia.
Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por mês?
Resposta: 4.400 alunos por mês.
Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?
R: R$ 160,00 reais diários
Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?
R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2
O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?
Resposta: aproximadamente 0,27 mensais
(vixe, valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...

Problema nº3
Um professor de padrão de vida simples,solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:
Sindicato: R$ 12,00 reais
Aluguel: R$ 350,00reais ( pra não viver confortável)
Agua/energia elétrica: R$ 100,00 reais (usando o mínimo)
Acesso à internet: R$ 60,00 reais
Telefone: R$ 30,00 reais (com restrições de ligações)
Instituto de previdência: R$ 150,00 reais
Cesta básica: R$500,00 reais
Transporte: sem dinheiro
Roupas: promocionais

Quanto um professor gasta em um mês?
Total das despesas: R$ 1.202,00

Qual o saldo mensal de um professor?
Saldo mensal: R$ 1.187,00 - 1.202 = -15 reais, passando necessidades.

Agora eu lhe pergunto:
- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?
- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.
- Quanto vale o trabalho de um professor?
- Isso é bom para o aluno?
- Isso é bom para a educação pública do Brasil?
 
Agora vejam a pérola que o senhor governador de Santa Catarina falou e que a maioria dos demais políticos repetem a esmo: "Quem quiser dar aula, faça isso por gosto, e não pelo salário. Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado".
Depois dessa aula, façamos uma campanha pelo bem de uma política séria e ética:
QUE GOVERNADORES E DEMAIS POLÍTICOS CARREIRISTAS (VEREADORES DEPUTADOS ESTADUAIS E FEDERAIS  E MINISTROS) ABRAM MÃO DE SEU SALÁRIO - E DE PRIVILÉGIOS CORRESPONDENTES - E PASSE A GOVERNAR POR AMOR!
Domínio público, passível de reprodução - em parte ou por completo (preferencialmente completo) - por qualquer meio.

As universidades inovadoras a serviço do “Brasil potencia”

por Biro (IFCH) e Flávia (IE) da Unicamp
A universidade, tal qual a gente conhece hoje no Brasil, é um resultado histórico dos interesses da classe dominante em manter-se apropriada do conhecimento e da técnica socialmente produzidos, para fim último de manter sua dominação de classe. Os objetivos fundamentais da universidade burguesa são, separar abruptamente o trabalho manual do trabalho intelectual, transformando os “centros de estudo e pesquisa” em “prisões do saber”; produzir novas técnicas para aperfeiçoar a produção e realização da mercadoria; aperfeiçoar os instrumentos de dominação de classe.
Esse processo tem em seu cerne a contradição de unir a inovação tecnológica com a precarização e semi-escravidão do trabalho, a fim de extrair mais-valia a todo o custo e manter a dinâmica nefasta da acumulação capitalista. Não à toa a inovação vem sendo usada como sinônimo de desenvolvimento pelo governo e pela academia, sendo a terceirização uma das mais importantes inovações das grandes transnacionais a partir dos anos 1980. Entretanto a aparente contradição no fato de que os “pólos de excelência”, como USP e UNICAMP que estão ambas entre as 100 e as 300 melhores universidades do mundo, respectivamente, serem também projetos que terceirizam e semi-escravizam a força de trabalho na limpeza, alimentação, segurança e construção, acaba por revelar, em verdade, não uma contradição, mas duas facetas de um mesmo projeto de universidade burguês que se combinam para ligar-se à “emergência” de um “Brasil potência”. Ou seja, incorporam-se não apenas como parte da maquina pensante deste projeto de país, mas também aplica sobre si mesma suas inovações, entregando-se de corpo e alma ao país da terceirização e do trabalho precarizado.
No capitalismo, entende-se quanto “desenvolvimento” o aprimoramento da técnica dos meios necessários para extração de mais valia da força de trabalho, atendendo a sua necessidade doentia de acumulação de capital. Na etapa do capitalismo imperialista em que vivemos, onde é supremo o capital monopolista, subjugando os demais, os interesses de acumulação do grande capital transnacional são prioridade. Desta maneira este busca na periferia - países semi-coloniais, colônias e dependentes - desenvolver também um novo nicho de valorização e de exploração da produção de mercadoria, apropriando-se do conhecimento das universidades e investindo nestas para mantê-las sob seus interesses - sendo o Brasil, neste processo, um exemplo emblemático, por meio da USP e UNICAMP.
Nesses países atrasados, tal como no Brasil, a universidade revela-se estruturalmente elitista e excludente, desenvolvida pela burguesia para atender os interesses do grande capital internacional e de uma burguesia nacional dependente. Para este fim as universidades brasileiras dedicam-se a produção de inovações e tecnologias e a formação de mão de obra barata e especializada. A subordinação das universidades, quanto centros de concentração e exclusão do conhecimento a serviço do capital, desdobra-se de maneiras distintas a depender dos interesses das frações burguesas que se projetam neste jogo, dando origem a projetos específicos de universidade burguesa para interesses específicos do capital.
O conceito de inovação (em resumo, tudo o que é novo ou significativamente aperfeiçoado para a empresa, um produto ou um processo produtivo, que se estende inclusive aos serviços) passa pela necessidade constante das empresas de valorização do capital em meio ao processo de concorrência cada vez mais intenso com o desenvolvimento do capital monopolista. Este processo dinâmico é endógeno e fundamental ao capitalismo, gerando uma mutação permanente das empresas e instituições, que culmina na concentração do capital e no aprofundamento das assimetrias entre as empresas. A inovação, que tem papel central nesse processo é, segundo Schumpeter, um economista burguês, o “impulso fundamental que inicia e mantém o movimento da máquina capitalista”, isso é “revoluciona a estrutura econômica a partir de dentro, incessantemente destruindo a velha e incessantemente criando uma nova – num fenômeno de ‘destruição criadora’.” Esta teorização burguesa, afogada na ideologia desta mesma classe, que hoje é amplamente difundida e reproduzida na academia com investimentos do governo (como, por exemplo, do BNDES), ilustra a necessidade intrínseca do capital de manter-se constantemente se apropriando da técnica e do conhecimento para renovar e aumentar sua capacidade de acumulação.
Nas universidades a “inovação” tem se tornado a “bola da vez” com inúmeros trabalhos acadêmicos que a legitimam e a difundem ideologicamente, um importante pilar para a reprodução do capital. Esta relação se dá via desenvolvimento de patentes nas universidades as quais são vendidas para empresas. Este atrelamento fornece um ultra-barateamento para o desenvolvimento tecnológico das multinacionais (P&D – Pesquisa e Desenvolvimento, mais barato devido o aproveitamento e investimento em laboratórios de grandes universidades públicas e particulares) e transforma o potencial de produção de conhecimento especializado e de alto nível em grandes chamarizes para investimentos no país. Este negócio leva a um atrelamento intelectual da produção de conhecimento do ponto de vista das universidades públicas, subjugando as diversas linhas de pesquisa às necessidades do mercado: um desvio limpo de dinheiro público para a iniciativa privada.
A UNICAMP é a única universidade no país a oferecer disciplinas na pós-graduação no Instituto de Geociências (1) que tratam exclusivamente da temática da inovação tecnológico-científica. Seu Instituto de Economia é referência nessa área, cujo Núcleo de Estudos em Economia Industrial e Tecnologia – NEIT (2) teve inclusive um dos seus docentes, Prof. Laplane, indicado nesse ano para o cargo de diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (3), cujo ministro, Mercadante (PT), defendeu mestrado no IE orientado pelo próprio Laplane.
Também a UNICAMP é um grande pólo de desenvolvimento de patentes que, por meio de sua agência de inovação (INOVA UNICAMP) e de sua incubadora de empresas de base tecnológica (InCAMP), “estimulam e apóiam a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas e a Unicamp voltadas para a atividade de pesquisa e desenvolvimento para a geração de produtos e processos inovadores” (4). A UNICAMP é central no desenvolvimento e na manutenção dos pólos tecnológicos da RMC (5) envolvendo desde grandes e médias empresas de capital nacional até grandes transnacionais que, atraídas pelo potencial de produção tecnológica e de exploração da mão de obra altamente qualificada e barata que sai desta universidade, se instalam na região (Bosch, Motorola, Medley, Dell, Petrobrás, CPFL, entre outras).
Ao contrário do que se poderia imaginar esse processo não é particular da UNICAMP ou USP, mas está ligado a um projeto nacional de estímulo à indústria e financiamento a projetos de inovação.  Os projetos Brasil MAIOR (programa de Dilma para incentivo à competitividade da indústria nacional frente a concorrência externa, lê-se chinesa) e INOVA Brasil (6) (projeto de financiamento à inovação também em parceria com universidades) são bons exemplos disso. Estas iniciativas têm como objetivo estreito alavancar o “desenvolvimento” do Brasil. Este é propagandeado pelo governo e pela mídia burguesa como sinônimo de um passo rumo a um “Brasil potência” e a um país “sem miséria”. No entanto, o que se revela por trás dessa visão ideológica da inovação é o Brasil da semi-escravidão no trabalho terceirizado, da escravidão nas indústrias têxteis da Zara e da Renner, das condições deploráveis de habitação e saúde pública e de uma educação pública sucateada, precarizada além de dependente do capital privado nos casos das grandes universidades públicas, a fim de manter o caráter excludente, elitista destas últimas. Esse é o país da ameaça inflacionária e do super-endividamento da população através do crédito fácil e salário-mínimo miserável, país que hoje, num contexto de crise estrutural do capital, fará seus trabalhadores pagarem pela crise em defesa do capital privado e imperialista. Este é o verdadeiro projeto de país que surge das entranhas das universidades burguesas brasileiras, ao qual seu conhecimento está diretamente associado.
Para acessar à matéria por completo, clicar CEPHS 

domingo, 27 de novembro de 2011

Enade reprova 46 instituições de ensino na Bahia

E isso sem dizer que são nessas instituições que os governos aportam recursos públicos e usam para sucatear a universidade publica. Está na hora da reprovação desses governos, inclusive do Ministro da Educação.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), divulgou nesta quinta-feira (17) que 46 instituições de ensino superior da Bahia foram reprovadas na avaliação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), realizado em 2010. Todas são privadas.

De acordo com o Inep, o resultado é baseado em indicadores de cursos de faculdades, universidades e centros universitários. A análise levou em consideração pontos como condições de ensino, instalações físicas, projeto pedagógico e ao resultado dos alunos no Enade. Os reprovados no Índice Geral de Cursos (IGC) e Conceito Preliminar de Curso (CPC), que avaliam a instituição e os cursos, respectivamente, podem ter a atividade suspensa.

A pontuação vai e 1 a 5. A média considerada regular é 3. As instituições que obtiveram notas abaixo de 3 têm o ensino considerado ruim, segundo instituição. Na Bahia, todas as 46 unidades de ensino superior reprovadas tiveram nota 2. Em todo o estado, nenhuma instituição alcançou a pontuação 5.

As universidades públicas foram as que tiveram melhor resultado. Com pontuação 4, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e A Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) se destacaram. A Universidade Federal da Santa Cruz (Uesc), as Estaduais da Bahia (Uneb), de Feira de Santana (UEFS) e do sudoeste do estado (Uesb), alcançaram nota 3. (G1)

Confira as Instituições de Ensino Superior reprovadas na Bahia:

- ÁREA1 - FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
- CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE ILHÉUS
- CENTRO UNIVERSITÁRIO DA BAHIA
- ESCOLA DE ENGENHARIA DE AGRIMENSURA
- ESCOLA DE NEGÓCIOS DO ESTADO DA BAHIA - ENEB
- FACULDADE ADVENTISTA DE FISIOTERAPIA
- FACULDADE CASTRO ALVES
- FACULDADE CATÓLICA DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DA BAHIA
- FACULDADE CIDADE DO SALVADOR
- FACULDADE DE ARTES, CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS
- FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA ALBERT EINSTEIN
- FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS
- FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
- FACULDADE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PIEMONTE DA CHAPADA
- FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
- FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DE VITÓRIA DA CONQUISTA
- FACULDADE DELTA
- FACULDADE DO DESCOBRIMENTO
- FACULDADE DO SUL
- FACULDADE DO SUL DA BAHIA
- FACULDADE DOM PEDRO II
- FACULDADE EVANGÉLICA DE SALVADOR
- FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE
- FACULDADE INTEGRADA EUCLIDES FERNANDES
- FACULDADE METROPOLITANA DE CAMAÇARI
- FACULDADE NOBRE DE FEIRA DE SANTANA
- FACULDADE PITÁGORAS DE TEIXEIRA DE FREITAS
- FACULDADE REGIONAL DA BAHIA
- FACULDADE REGIONAL DE ALAGOINHAS
- FACULDADE REGIONAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CANDEIAS
- FACULDADE SANTÍSSIMO SACRAMENTO
- FACULDADE SANTO AGOSTINHO
- FACULDADE SANTO ANTONIO
- FACULDADE SÃO CAMILO
- FACULDADE SÃO FRANCISCO DE JUAZEIRO
- FACULDADE SÃO SALVADOR
- FACULDADE SÃO TOMAZ DE AQUINO
- FACULDADE UNIME DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
- FACULDADE VASCO DA GAMA
- FACULDADE ZACARIAS DE GÓES
- FACULDADES INTEGRADAS IPITANGA
- INSTITUTO BAIANO DE ENSINO SUPERIOR
- INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR UNYAHNA DE BARREIRAS
- INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR UNYAHNA DE SALVADOR
- INSTITUTO SALVADOR DE ENSINO E CULTURA
- INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO SUL DA BAHIA

JOSÉ SERA: PERSONA NON GRATA

Assembleia dos estudantes do Instituto de Economia, Unicamp, propõe à Congregação desse Instituto que o ex-governador de São Paulo e seu ex-docente seja considerado PERSONA NON GRATA.

Leia a a carta dos estudantes: 
A assembleia dos estudantes do Instituto de Economia da UNICAMP, realizada no dia 17/11/2011, deliberou que o ex-governador José Serra fosse declarado persona non grata deste Instituto. Alguns dos motivos para tal declaração são expostos no texto subseqüente que foi redigido a partir de outra deliberação da supracitada assembleia.

Serra e as universidades paulistas

Importante conquista para a comunidade universitária como um todo, USP, UNESP e UNICAMP gozam de autonomia universitária desde 1989. Financeiramente a autonomia se dá via um repasse direto de 9,57% do ICMS arrecadado no estado de São Paulo, o que permitiu evitar a política de “pires na mão” do modelo anterior, que sofria sobressaltos de toda ordem já que os recursos eram repassados sob demanda.
Antes de mais nada, é preciso relembrar o que se passou antes da posse de José Serra no governo de São Paulo: o ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo (do PFL), vetou no último dia útil de seu mandato (29 de dezembro de 2006) o aumento de repasse de verba para as três universidades públicas paulistas (USP, UNICAMP e UNESP) e também para o Centro Paula Souza (responsável pelas faculdades tecnológicas e escolas técnicas). Este aumento tinha sido aprovado pela Assembleia Legislativa depois de pelo menos oito meses de negociação. O repasse previsto seria de 10,43% do ICMS, mas com o veto ficou em 9,57%, uma diferença de cerca de R$ 500 milhões. Segundo declaração1, o ex-governador Cláudio Lembo consultou José Serra antes de tomar a medida afirmando, além disso, que não faltava dinheiro para as universidades públicas e que o problema é a má administração da verba.
As grandes decisões de interesse comum para distribuição e utilização desse repasse é feita pelo Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (CRUESP), que é sempre presidido por um dos três reitores em forma de rodízio.
Em 2007, em seu primeiro mês de mandato como governador do estado José Serra criou a Secretaria do Ensino Superior, a qual vinculou as três universidades paulistas. Além disso, nomeou José Aristodemo Pinotti o qual, por decreto, passou a ser o novo presidente do CRUESP, com poderes acima dos reitores das universidades. Seguindo desta ação autoritária e centralizadora houve o contingenciamento de parte dos repasses às universidades (só no primeiro mês, a USP teve uma perda de R$11,5 milhões, a UNESP recebeu apenas R$ 2,4 milhões de R$ 12,7 milhões e a UNICAMP recebeu R$ 5,5 milhões a menos).
Neste contexto houve uma das greves mais cansativas nas universidades públicas paulistas, com ocupação da reitoria da USP e longo embate até que o governo estadual retrocedesse e alterasse o decreto, devolvendo às universidades parte da autonomia que lhes é de direito.
O pacote privatista cindia pesquisa e ensino, sediava a pesquisa em ilhas, associando-a a empresas, substituía o ensino presencial por telecursos e submetia o todo a critérios empresariais.
Resultou em greves por todo o Estado, na primeira ocupação da reitoria da USP (maio-junho, 2007) e na demissão do secretário Pinotti.
O governo, porém, não desistiu. Passou a priorizar a liquidação do movimento que obstou o primeiro carro-chefe da campanha de Serra à Presidência. Fez a reitoria nomear um investigador de polícia como diretor de segurança da USP no final do ano de 2007.
Em 2009, durante o período de negociação de pauta unificada, onde são discutidas as correções salariais para as três universidades, José Serra atuou de forma autoritária novamente, enviando a tropa de choque da PM ao campus, a fim de “garantir o livre acesso” à universidade.
Em janeiro de 2010, José Serra recebeu, em suas mãos, a lista tríplice da USP com os nomes dos três canditados à reitoria que angariaram mais votos dentro da universidade – por tradição e bom senso, sempre foi nomeado o candidato mais votado como reitor tanto na USP, UNESP quanto na UNICAMP. O que sucedeu foi que o candidato mais votado foi preterido em favor de João Grandino Rodas, que deixou a diretoria da Faculdade de Direito da USP (FDUSP) para assumir a Reitoria.
Recentemente, dia 29 de setembro de 2011, a Congregação da Faculdade de Direito da USP (da qual fazem parte alunos, funcionários e professores) decidiu, de forma unânime, considerar o reitor da USP, João Grandino Rodas, “persona non grata” na escola. Além disso, a mesma decidiu ainda encaminhar ao Ministério Público uma lista de medidas tomadas por Rodas, ex-diretor da faculdade, que julga merecedoras de atenção, entre elas gasto com os boletins com críticas pessoais à faculdade, o fechamento da biblioteca da São Francisco, último ato da gestão de Rodas na unidade, a assinatura de um contrato de gaveta para batizar uma sala de aula com o nome do banqueiro Pedro Conde e a transferência para o gabinete da reitoria de dois tapetes orientais doados pela Fundação Arcadas à direção da faculdade. Além disso, Rodas tem passado de autoritarismo por ter autorizado a entrada da Polícia Militar no campus Butantã da USP em 9 de junho de 2009 para reprimir uma manifestação de funcionários e estudantes e em 2007 por ter chamado a tropa de choque da Polícia Militar para acabar com uma ocupação simbólica da Faculdade de Direito, organizada por movimentos sociais.
Tendo este resgate histórico em vista, consta que José Serra não só foi contra, de diversas formas e repetidas vezes, a respeitada linha de pensamento heterodoxo do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, na qual ele mesmo lecionou como parte do corpo docente de 1979 a 1983, como também atuou contra, tanto por omissão quanto deliberadamente, o desenvolvimento institucional desta mesma Casa quanto das Universidades Públicas Paulistas como um todo.
Sendo assim, consideramo-nos obrigados a declarar José Serra como persona non grata desta Casa e encaminhamos, cordial e respeitosamente, o pedido para que seja discutida e avaliada a declaração do mesmo como persona non grata pela Congregação desta Casa.

A Copa (não) é nossa

Charge: zuandonageral.blogspot.com
25/11/2011 14:39,  Por Adital
Para bem funcionar, um país precisa de regras. Se carece de leis e de quem zele por elas, vale a anarquia. O Brasil possui mais leis que população. Em princípio, nenhuma delas pode contrariar a lei maior – a Constituição. Só em princípio. Na prática, e na Copa, a teoria é outra.
Diante do megaevento da bola, tudo se enrola. A legislação corre o risco de ser escanteada e, se acontecer, empresas associadas à Fifa ficarão isentas de pagar impostos.
A lei da responsabilidade fiscal, que limita o endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas à Copa e às Olimpíadas. Como enfatiza o professor Carlos Vainer, especialista em planejamento urbano, um município poderá se endividar para construir um estádio. Não para efetuar obras de saneamento…
A Fifa é um cassino. Num cassino, muitos jogam, poucos ganham. Quem jamais perde é o dono do cassino. Assim funciona a Fifa, que se interessa mais por lucro que por esporte. Por isso desembarcou no Brasil com a sua tropa de choque para obrigar o governo a esquecer leis e costumes.
A Fifa quer proibir, durante a Copa, a comercialização de qualquer produto num raio de 2 km em torno dos estádios. Excetos mercadorias vendidas pelas empresas associadas a ela. Fica entendido: comércio local, portas fechadas. Camelôs e ambulantes, polícia neles!
Abram alas á Fifa! Cerca de 170 mil pessoas serão removidas de suas moradias para que se construam os estádios. E quem garante que serão devidamente indenizadas?
A Fifa quer o povão longe da Copa. Ele que se contente em acompanhá-la pela TV. Entrar nos estádios será privilégio da elite, dos estrangeiros e dos que tiverem cacife para comprar ingressos em mãos de cambistas. Aliás, boa parte dos ingressos será vendida antecipadamente na Europa.
A Fifa quer impedir o direito à meia-entrada. Estudantes e idosos, fora! E nada de entrar nos estádios com as empadas da vovó ou a merenda dietética recomendada por seu médico. Até água será proibido.
Todos serão revistados na entrada. Só uma empresa de fastfood poderá vender seus produtos nos estádios. E a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios, que vigora hoje no Brasil, será quebrada em prol da marca de uma cerveja made in USA.
Comenta o prestigioso jornal Le Monde Diplomatique: “A recepção de um megaevento esportivo como esse autoriza também megaviolação de direitos, mega endividamento público e mega irregularidades.”
A Fifa quer, simplesmente, suspender, durante a Copa, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e do Código de Defesa do Consumidor. Todas essas propostas ilegais estão contidas no Projeto de lei 2.330/2011, que se encontra no Congresso. Caso não seja aprovado, o Planalto poderá efetivá-las via medidas provisórias.
Se você fizer uma camiseta com os dizeres “Copa 2014”,cuidado. A Fifa já solicitou ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro de mais de mil itens, entre os quais o numeral “2014”.
(Não) durmam com um barulho deste: a Fifa quer instituir tribunais de exceção durante a Copa. Sanções relacionadas à venda de produtos, uso de ingressos e publicidade. No projeto de lei acima citado, o artigo 37 permite criar juizados especiais, varas, turmas e câmaras especializadas para causas vinculadas aos eventos. Uma Justiça paralela!
Na África do Sul, foram criados 56 Tribunais Especiais da Copa. O furto de uma máquina fotográfica mereceu 15 anos de prisão! E mais: se houver danos ou prejuízo à Fifa, a culpa e o ônus são da União. Ou seja, o Estado brasileiro passa a ser o fiador da FIFA em seus negócios particulares.
É hora de as torcidas organizadas e os movimentos sociais porem a bola no chão e chutar em gol. Pressionar o Congresso e impedir a aprovação da lei que deixa a legislação brasileira no banco de reservas. Caso contrário, o torcedor brasileiro vai ter que se resignar a torcer pela TV.
[Frei Betto é escritor, autor de "A arte de semear estrelas”(Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org- twitter:@freibetto].

Associação Colombiana de Estudantes Universitários faz denúncia internacional


Noviembre 25 de 2011 |

Denuncia publica-Urgente.                             
Queremos denunciar y alertar ante la comunidad nacional e internacional, los graves hechos que hasta ahora han ocurrido en la ciudad de Bogotá, en el marco de la movilización continental por el derecho a la educación:
1.       Siendo la 1:15 de la tarde, mientras los y las estudiantes de la Universidad Pedagógica Nacional  y de la universidad Minuto de Dios se movilizaban, la fuerza disponible inicia un ataque contra los estudiantes, como siempre de manera desproporcional.

2.       La fuerza publica desplego su ataque hasta no dejar totalmente disuelta la movilización, impidiendo así que los marchantes llegaran a la plaza de bolívar.

3.       Luego de dispersada la movilización los agentes de la policía son retenidos arbitrariamente 30 estudiantes, 16 de la UPN y 14 de la UNIMINUTO. Algunos de estos estudiantes son: CRISTIAN HUESO, NELSON AGUILAR, YOLIMA SANTAMARIA, FABIAN MAHECHA (estudiante universidad Grancolombia) Y CRISTIAN BELLON.

4.       10 estudiantes fueron heridos, entre ellos 3 de gravedad; uno de ellos, estudiante de la UNIMINUTO,  presenta graves quemaduras en su rostro a causa del impacto de un gas lacrimógeno.

5.       A las 2:20 de la tarde se reportan extraños actos de la policía en la carrera 5 con calle 29, donde manifiestan testigos que la policía se encuentra introduciendo botellas, papas explosivas, entre otros elementos para inculpar a los estudiantes detenidos el día de hoy. (montajes)

Resaltamos estos graves hechos de represión, que una vez mas demuestran el verdadero papel de la presencia de la policía nacional en las movilizaciones, hostigamientos, represión, ultrajes y restricción del derecho a la protesta, SOLICITAMOS se rechacen y condenen este tipo de situaciones, además de EXIGIR una vez mas se respete la integridad de las y los estudiantes que en estos momentos se encuentran detenidos y se de su inmediata libertad.

POR LA VIDA Y CONTRA LA BRUTALIDAD POLICIAL, LUCHEMOS JUNTOS POR EL DESMONTE DEL ESMAD.
Secretaria Nacional de Derechos Humanos-ACEU.


Secretaria de Comunicaciones
Asociacion Colombiana de
Estudiantes Universitarios