Pesquisar este blog

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

USP: Educação não é caso de polícia!

Segurança sim! PM não!

A Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) declara-se indignada com a repressão policial absolutamente injustificável e desproporcional a que assistimos na madrugada desta terça-feira (8/11) no interior da Universidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, convida todo o movimento estudantil brasileiro a apoiar a greve estudantil deliberada em massiva assembleia. É essa resposta contundente dos estudantes, somada a uma enorme campanha democrática, que poderá ser capaz de alcançar a retirada dos processos dos estudantes presos e a revogação do convênio USP-PM.
Para pôr fim a uma ocupação de estudantes e levar 73 deles presos, foram mobilizados mais de 400 policiais da tropa de choque, dezenas de outros da cavalaria, caminhões e até dois helicópteros. Em um espetáculo deprimente, a USP amanheceu literalmente sitiada.
O episódio desmascara, portanto, o discurso falacioso do reitor João Grandino Rodas de que a presença da PM no campus visa tão somente a garantir a segurança da comunidade universitária. Definitivamente, fica claro que a PM está a serviço, na verdade, de uma política de controle de estudantes, funcionários e professores pela via da força.
Convém lembrar que Rodas sequer tem a legitimidade de ter sido eleito pela comunidade em eleições livres. 3º colocado na eleição, esse senhor foi indicado arbitrariamente pelo governo do estado de São Paulo. Com a presença da PM no campus fecha-se, portanto, um ciclo do fim completo da autonomia universitária da USP. O governo do PSDB apadrinha o reitor por cima da vontade da comunidade e, agora, controla um aparato armado para impor seus projetos.
A luta do movimento estudantil conquistou a libertação dos 73 presos durante a noite. A ANEL esteve engajada nessa luta e ofereceu, junto com a CSP-CONLUTAS, todos os meios que estavam a seu alcance para defender esses lutadores. E seguirá empenhada em mobilizar uma ampla campanha democrática pelo arquivamento dos processos.
É hora, agora, de construir a greve estudantil – decidida por uma grande assembleia, na qual ficou clara a disposição dos estudantes em unificar o movimento na defesa do direito de lutar e pelo fim do convênio USP-PM. Na assembleia os estudantes decidiram, ainda, defender um programa alternativo para a segurança no campus da universidade, para exigir medidas que realmente ataquem essa questão, ao invés da falácia em torno à proposta de militarização da USP.
Em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, mas também autônoma e guardiã do livre pensar, a ANEL chama os estudantes de todo o Brasil a cercarem de solidariedade essa luta.

É GREVE! Estudantes da USP decidem em grande Assembléia Geral

Após a brutal repressão aos que lutavam pelo fim do convênio USP-PM, os estudantes responderam aprovando greve em uma massiva assembleia que contou com a presença de mais de 2500 estudantes.
A prisão dos 73 alunos comoveu uma ampla parcela de seus colegas que, nesta assembleia, deram uma grande demonstração de unidade e disposição de luta contra a repressão. Além de iniciar a greve imediatamente, os estudantes decidiram defender uma pauta cujas principais reivindicações são:
Pela retirada dos processos administrativos e criminais movidos contra estudantes, funcionários e professores

Pelo fim do convênio USP-PM

Um programa alternativo de segurança no campus, sem PM, que contemple ampla iluminação da Cidade Universitária, poda das árvores, abertura dos portões para aumentar a circulação de pessoas e abertura imediata de concurso público para uma nova guarda universitária preventiva – com destacamento feminino especializado em agressões às mulheres.
Além disso ficou definido um calendário que prevê um grande ato na próxima quinta-feira (10/11), com concentração no Largo de São Francisco, em frente a
Faculdade de Direito. Essa é a unidade de origem do reitor João Grandino Rodas, cuja congregação recentemente o declarou persona non grata naquele instituto.
A ANEL faz um chamado a todas as entidades do movimento social, parlamentares e intelectuais que se colocam contra a repressão aos lutadores para comparecer ao ato e lhe imprimir o caráter de uma grande frente democrática pelo direito à luta.
Estendemos esse chamado também à UNE, no sentido de buscar a unidade de todos os estudantes pela retirada dos processos dos 73 alunos presos.
Reafirmamos o compromisso de nossa entidade com a luta dos estudantes da USP, que deve ser a luta, hoje, de todos os estudantes brasileiros!
Saudações Estudantis!
Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre!
www.anelonline.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário