Nesta segunda-feira dia 28/11 fez um ano que perdemos nosso colega querido Prof. Sarmento. O DCHL/UESB/Jequié, em homenagem póstuma, rememora a lembrança do colega com o texto a ele dedicado pelo prof. Marcos Aurélio.
No princípio era o bit. O universo veio depois com meia dúzia de palavras, digitadas num teclado nervoso touch screen: delicadeza, perspicácia, requinte, brilho, amplitude e consistência...
A semântica do mundo surge de um ignoto processador, materializa-se em tela, numa freqüência compreensível de afetos, do sistema binário eu-você.
Dedos velozes respondem a impulsos e freqüências sistólicas. Toques e caracteres resultam da força suave de falanges, que pressionam a mola do mundo. Em LCD, no cristal líquido de uma lágrima, a criação “texto da vida” resistindo no palimpsesto de luz e sombra, na tela de um computador desligado.
Sombras de uma imagem que se esvaiu, deixando a sensação ambígua, por vezes de fim, por vezes de reset.
A imagem desligada produz na retina um sentimento estranho do zero, mas do zero como potência, de fim/começo. Quando o seu texto de vida saiu da tela, retornando ao barro de silício, movendo-se entre cabos e conexões de volta ao tal processador ignoto, tudo ficou suspenso.
Contudo, um rasto de luz de sua grandeza digitada sempre iluminará um canto de sala, produzindo outras escritas da vida. Nessa sala do mundo, sua janela se fechou, mas outras, entristecidas e saudosas, ainda contemplarão numa tela de luz e sombra, seu nome/uni-verso, escrito em redondilha maior: Manoel Soares de Sarmento.
Do colega e amigo Marcos Aurélio dos Santos Souza
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