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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Em Brasília, centro político nevrálgico do pais,10.000 professores numa greve de 45 dias, a mais longa paralisação do Brasil em 2012. Segundo os trabalhadores na educação, o governo do DF se recusa a negociar e professores decidem manter greve, mesmo com decisão da justiça que manda 80% voltar ao trabalho.

1º de maio, um confronto com o Estado repressivo


Foto: correiocidadania.com.br

POR WALDEMAR ROSSI*
SEXTA, 27 DE ABRIL DE 2012

No século 19 (anos 1800), a classe operária européia e estadunidense era brutalmente reprimida pela polícia porque reivindicava jornada de trabalho de 8 horas diárias – contra as 12, 15 ou até 18 horas de trabalho nas fábricas. Em pleno século 21, essa repressão continua sendo praticada pelos Estados capitalistas, agora estendidas aos trabalhadores pelo mundo inteiro. As greves e manifestações populares massivas são brutalmente reprimidas na Europa, África, Ásia e Américas, revelando que os Estados burgueses estão cada vez mais a serviço dos interesses do capital, desprezando os mais elementares direitos dos povos. Se não bastasse garantir pela força de leis injustas - portanto ilegítimas - o crescimento da exploração sobre os trabalhadores, ainda colocam todo seu aparato policial e militar para sufocar justos movimentos de contestação contra o desrespeito aos seus direitos inalienáveis. Manifestantes vêm sendo agredidos, presos e assassinados em vários cantos do mundo. A repressão se dá na mesma proporção em que avançam os ataques e a eliminação dos direitos trabalhistas e populares. No mundo do século 21, a barbárie vai sendo implantada ocupando o lugar da justiça e da verdadeira democracia.
No Brasil, as coisas não são diferentes. Apenas se revelam em suas particularidades próprias. A ambição desmedida pela concentração das terras por grandes empresas que visam o agronegócio exportador e a produção do etanol vem ocasionando invasões das áreas indígenas e quilombolas; os jagunços, verdadeiras quadrilhas de bandidos, continuam dizimando as principais lideranças indigenistas, como foi o caso do cacique guarani-Kaiowá, Marco Veron, no Mato Grosso do Sul, assassinado diante de seus filhos. Nos últimos anos, foram constatados 248 assassinatos de indígenas. Quantos ainda são desconhecidos por este Brasil afora? E, o que é rigorosamente absurdo, 423 indígenas estão presos nas cadeias brasileiras, pelo crime de defender suas terras e vidas, enquanto os criminosos e seus mandantes, os empresários, continuam impunes. A Justiça e a Polícia Federal nada ou quase nada fazem para, realmente, investigar, julgar e punir os criminosos. A demarcação das terras indígenas, assim como dos quilombolas (também reprimidos e assassinados), continua letra morta na nossa Constituição.
Comprometido com a FIFA e o COI em garantir as obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas em nosso país, o governo brasileiro, além de bancar a construção desses “elefantes brancos” com dinheiro do orçamento público federal, vai promovendo remoções de milhares de famílias pobres obrigando-as a deixar suas moradias, sem qualquer garantia oficial, sem destino certo. Tudo isto para garantir melhores condições aos turistas que aqui possivelmente desembarcarão, à custa de piores condições de moradia e de vida para o povo. Quando as famílias prejudicadas pelas remoções protestam, governantes colocam suas polícias com todo seu arsenal repressivo para “garantir a ordem” dos interesses das grandes construtoras, financiadoras das campanhas eleitorais dos partidos políticos, governadores, senadores e deputados. A truculência das polícias estaduais e municipais vem ocorrendo com freqüência sobre milhares de famílias que habitam em terrenos devolutos (propriedade do Estado) e que deveriam ser usadas prioritariamente para sua função social, como manda a Constituição brasileira. Fatos como o da expulsão de Pinheirinhos, em São José dos Campos – SP, se dão com freqüência e tal brutalidade que vêm merecendo a condenação até mesmo de setores da mídia burguesa.
A repressão do Estado vem se fazendo presente contra os operários da construção civil que se unem e lutam contra as precárias condições de alojamento, de alimentação e de trabalho, nas obras das barragens que estão sendo construídas na Amazônia. Além das truculentas polícias estaduais, a presidente Dilma colocou a Força Nacional de Segurança para reprimir grevistas (*). A violência oficial vai além e se estende para os habitantes das áreas que serão inundadas expulsando milhares de famílias que ali residem e trabalham há dezenas de anos.
Não se pode ignorar que os responsáveis por tantos crimes são, além dos exploradores das terras urbanas e rurais, os membros dos Três Poderes do Estado, tanto em nível federal, quanto estadual e municipal. Juízes vêm concedendo ordens de despejo em total desrespeito às leis e à própria Constituição, ordenando o uso da força para garantir suas “sentenças”; ministros de instâncias superiores da Justiça são acusados de favorecimento ao capital; presidentes da República se mancomunam com os exploradores e agem como se fossem donos absolutos do país, traindo o povo e a nação; governadores e prefeitos seguem o mesmo caminho; Congresso Nacional e Assembléias Legislativas legislam contra os interesses do povo, em favor das grandes empresas.
A insatisfação pelo caos reinante vem gerando reações de parcelas significativas de trabalhadores do campo e da cidade. É neste clima de insatisfações e de revoltas que celebraremos o 1º de Maio de 2012. As manifestações de caráter classista estarão, em todo o país, denunciando tanta falcatrua e tantos crimes, num amplo movimento de retomada, ainda que modesto, do seu protagonismo em busca de profundas mudanças nas políticas públicas e em defesa dos direitos populares.

(*) A Força Nacional de Segurança é obra do “operário presidente” Luiz Inácio Lula da Silva. Foi criada por decreto-lei no ano de 2005, quando uma unidade motorizada (ou montada) do Exército, sediada na cidade de Campinas (SP), foi transformada em unidade de infantaria para atuar em “defesa da ordem interna”. Isto é, Lula colocou o Exército para reprimir trabalhadores.

*Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

Mini história da educação no Brasil

Para refletir sobre a Educação!

sábado, 28 de abril de 2012

A Greve dos professores do Estado da Bahia continua


Lançamento de "O método histórico de Karl Marx"


"O método histórico de Karl Marx" é um texto de Paul Lafargue traduzido pela primeira vez para o português. Trata-se de uma polêmica contra as concepções burguesas de justiça, bondade, alma e Deus e também contra os preconceitos dos "socialistas" e anarquistas. Uma polêmica na qual Lafargue defende o socialismo científico e o método materialista, histórico e dialético de Marx.
Logo em sua introdução Lafargue esgrima com clareza e simplicidade:
«Por aproximadamente meio século, Marx propôs um novo método de interpretação da História, o qual ele e Engels aplicaram em seus estudos. É compreensível que os historiadores, os sociólogos e os filósofos, temendo que o pensador comunista 'corrompesse suas consciências', fazendo-os perder os favores que recebiam da burguesia, resolvessem ignorá-lo. Mas é estranho que alguns socialistas hesitem em usar tal método, por temor de, possivelmente, chegar a conclusões que comprometam suas idéias burguesas, pelas quais são prisioneiros pela ignorância.»
Longe de criar um manual sistemático e estático passível de ser aplicado a qualquer situação e tempo histórico, o método de Marx possui características dialéticas e isto dificulta sua apreensão para aqueles "socialistas" de academia que não o buscam utilizar para interagir de forma revolucionária com o movimento da luta de classes.
Por fim acrescentaríamos que esta obra de Lafargue se insere com toda legitimidade na lista já composta pelas obras: «Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico», de Engels e pelo «O papel do indivíduo na História», de Plekanov, na lista dos clássicos marxistas a serem mais do que lidos, estudados.

Governo Federal desmascara Governadores e mostra que há dinheiro para pagar os 22%


Educação: União repassa recurso extra do Fundeb.

O ajuste da Complementação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) foi divulgado. A Portaria 437/2012 do Ministério da Educação (MEC), publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira, 23 de abril, define o crédito para os dez Estados contemplados.
O ajuste anual se refere à apuração da receita disponibilizada pelos Estados ao Fundeb no exercício anterior com a arrecadação efetivada. A medida atinge Municípios e Estados que receberam os recursos da complementação da União ao Fundo. Em 2011 foram: Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Pela análise da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o ajuste difere dos anos anteriores por acarretar a realização de créditos nas contas do Fundeb, o que beneficia 1.923 Municípios, no montante de mais de R$ 1,1 bilhão.
O Rio Grande do Norte, apesar de ter recursos a receber referente a 2011, não consta na lista dos beneficiados com recursos federais em 2012. Contudo, o crédito a receber decorrente do ajuste é de R$ 27,7 milhões.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, ressalta que o crédito estendido a todos os Estados deve-se ao fato de a União ter retirado do montante da complementação ao Fundeb 10% para o piso salarial, cerca de R$ 866 milhões – medida que atende a Lei 11.738/2008. Como o recurso não foi utilizado para assistência financeira ao piso, o governo federal tem a obrigação de repassá-los, agora, por ocasião do ajuste, de forma a cumprir com o dispositivo constitucional que criou o Fundeb.
Entenda o ajuste
De acordo com os dados publicados pelo MEC, a receita total de Estados e Municípios no Fundeb em 2011 superou a previsão, que era de R$ 88 bilhões, e chegou a R$ 90,8 bilhões.
Com os novos dados, o MEC teve de refazer o cálculo do montante de recursos do Fundeb, dos valores aluno/ano e complementação da União. Com o aumento da receita, a complementação ao Fundo, que foi de R$ 8,8 bilhões em 2011, ficou abaixo dos 10% do total da arrecadação de Estados e Municípios previstos pela Lei do Fundeb.
A CNM alerta ainda aos gestores municipais e estaduais que tomem conhecimentos dos lançamentos a crédito em suas contas, e reorganizem o planejamento da área da Educação.

Metade dos brasileiros não terminou o ensino fundamental, diz IBGE


A matéria não se propõe a determinar as causas que levaram às estatísticas, mas que os números sejam comparados e refletidos com as condições materiais em que estão envolvidos os agentes sociais do processo (professores e alunos) e o próprio sistema educacional, voltado para a privatização da educação. Portanto, não se trata de mera coincidência a luta por uma educação para além do mercado, tal qual leva a cabo os governos municipais, estaduais e federal no Brasil. 

Segundo o Censo 2010, 966 mil
crianças  estão 
fora da escola
 (Foto: Reprodução/Globo Nordeste)
Segundo Censo 2010, quase 1 milhão de crianças estava fora da escola.

Número de estudantes com superior completo cresceu 80% em uma década.


Dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, naquele ano, metade da população brasileira com 10 anos ou mais de idade não tinha instrução ou tinha o ensino fundamental incompleto. Segundo o instituto, o número de pessoas nessa condição era de 65,1% em 2000, e caiu para 50,2% dez anos depois.
Por outro lado, no mesmo período o número de brasileiros que terminou o ensino superior cresceu 80%. Em 2010, 7,9% da população tinha esse grau de instrução, contra 4,4% em 2000.
A região Nordeste é a que tem o nível mais baixo de instrução: 59,1% da população com o fundamental incompleto e 4,7% com superior completo. No outro extremo, 44,8% dos habitantes do Sudeste tinham cursado apenas parte do fundamental, quanto 10% tinha nível superior.
O Censo 2010 do IBGE mostrou também que 966 mil crianças e adolescentes de entre 6 a 14 anos não estavam matriculados na escola, o que representa 3,3% da população nessa faixa etária. Já entre os jovens de 15 a 17 anos, o número foi bem maior: 16,7%. Apesar de a porcentagem de exclusão escolar ter caído (em 2000, o índice era 22,6%), o número ainda está longe da meta do governo de ter, até 2022, 98% de todas as crianças e jovens de 6 a 17 anos na escola.
Fonte: G1, em São Paulo

sexta-feira, 27 de abril de 2012

MP move ação que exige pagamento do piso nacional aos professores do Piauí


Foto: ncst.org.br

Sexta-feira, 20 de Abril de 2012 - 12:34h
Os promotores de Justiça Fernando Ferreira dos Santos, Leida Maria Oliveira Diniz e Maria Esther Ferraz de Carvalho assinaram juntos ação civil pública contra o Estado do Piauí, requerendo determinação judicial para que seja cumprida a Lei do Piso Nacional do Magistério, que estabelece o pagamento de R$ 1.451 aos docentes. Os professores da rede pública estadual de ensino estão em greve há 50 dias.
O Ministério Público considera que a educação, como processo de desenvolvimento do potencial humano, "é um direito público irrenunciável, requisito para promoção da dignidade das pessoas. O governo deve garantir o acesso pleno e igualitário ao ensino público, alocando os recursos necessários, sobretudo para a educação fundamental".
A promotora Leida Diniz, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e da Juventude ressalta que a legislação federal promove a existência de condições adequadas de trabalho, além da implementação do piso salarial profissional nacional.
"A legislação brasileira avançou no sentido de propiciar a melhoria da qualidade do ensino, estabelecendo como diretrizes a serem adotadas nos estatutos e planos de carreira do Magistério Público a valorização profissional, dispondo entre outras condições a formação continuada e atualização do professor, tempo reservado para estudos, planejamento e avaliação no regime de trabalho, processo de evolução na carreira que valorizem a titulação e o bom desempenho", afirmou a promotora acrescentando que deve ser "conferida prioridade absoluta à proteção de crianças e adolescentes".
Os promotores de Justiça argumentam ainda que a análise do movimento grevista não deve se limitar à ausência dos professores nas salas de aula, e considerar a ineficiência dos poderes públicos, que gera deficiências no sistema educacional, não permite que as escolas possuam a estrutura e os recursosadequados e prejudica a qualidade do ensino.
"Impossível atirar sobre os professores o déficit da educação básica. O descumprimento da lei do piso dos professores significa grave retrocesso social e a destinação de uma escola pública apenas para os pobres, significativamente deteriorada, e de qualidadeinferior, apenas para uma classe: justamente as crianças e adolescentes marginalizadas e excluídas econômica e socialmente", apontam os representantes do Ministério Público.
O Supremo Tribunal Federal confirmou a constitucionalidade da Lei do Piso Nacional do Magistério em outubro de 2011. Segundo o voto do relator, não é possível presumir falta de recursos para o pagamento do piso. "Em especial, eventuais insuficiências poderão ser supridas por recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e pela União, cujas consideráveis receitas incluem recursos das contribuições sociais destinadas à educação." A própria lei estabelece mecanismos para a complementação. O ente federativo que não tiver disponibilidade orçamentária deve remeter solicitação fundamentada ao Ministério da Educação, com planilha de custos que comprove a necessidade.
Além do pagamento do piso nacional aos professores da rede estadual, o Ministério Público requereu também que o Estado do Piauí preste contas em relação aos recursos do Fundeb, com especificação de receitas e despesas. (SINTE-PI, 20/04/12)
Fonte: CNTE 

SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES

25/abr/2012 . 10:20
Israel Nunes*
professor.israelnunes@gmail.com

O pronunciamento judicial nada diz em relação à legitimidade dos interesses defendidos pelos trabalhadores.

Um meio muito comum ultimamente de tentar esgotar politicamente as lutas dos trabalhadores em prol de melhores condições de vida é a judicialização do conflito. Isso tem ocorrido com bancários, policiais militares, operários da construção civil e, recentemente, com os professores. 
Trabalhadores da iniciativa privada ou do setor público têm as suas reivindicações ocultadas por uma disputa judicial que desloca o centro do conflito das reivindicações objetivas para uma discussão sobre a legalidade ou não da greve, ou para ações em que se discute a posse, como no caso dos interditos proibitórios ajuizados na Justiça do Trabalho ou comum.
Esta tática, de judicializar o conflito, além de tentar deslocar o cerne da questão, passa a ideia para a opinião pública de que as reivindicações serão apreciadas por um órgão “imparcial”: o Poder Judiciário.
Ledo engano. O pronunciamento judicial nada diz em relação à legitimidade dos interesses defendidos pelos trabalhadores, mas sim, e de maneira duvidosa às vezes, sobre aspectos relativos à legitimidade das formas de luta. Ou seja: do ponto de vista do conteúdo, a discussão não será sepultada, embora do ponto de vista da forma a greve ou o piquete possam ser sepultados.
E o aumento de cerca de 22% que os professores pretendem é absolutamente injusto. Porque é pouco.
Muitos países com economia pífia diante da nossa têm níveis de escolaridade mais elevados do que o Brasil. Em muitas outras nações o professor é um profissional mais valorizado do que é no Brasil. É uma situação vergonhosa. É humilhante, melhor dizendo. Humilhante para os brasileiros, humilhante para o Brasil, humilhante para os professores.
É, induvidosamente, uma necessidade inadiável vincular pelo menos 10% do PIB para a educação pública.
A transformação social que os governos progressistas do ex-presidente Lula e da presidenta(e) Dilma tanto almejam passa, de maneira indiscutível, pela valorização dos profissionais da educação. No âmbito do Estado da Bahia, a coisa não é diferente, visto que temos um Governador de um partido ligado aos interesses dos trabalhadores.
É uma questão do Estado Brasileiro e que deve ser tratada desse modo. A construção da cidadania e da noção de soberania popular, se é que ainda se pode falar de soberania no plano internacional, depende da construção de um povo educado, visto que a educação possui um caráter nitidamente emancipatório. O professor desempenha esse papel crucial. Com o perdão do exagero: se o matarmos de fome, a quem recorreremos?
Ao Poder Judiciário? Talvez, para declarar a ilegalidade da morte por inanição, quem sabe…
Devemos ser razoáveis e aproveitar a oportunidade para corrigir logo esse erro histórico, concedendo de imediato 22% aos professores estaduais e destinando 10% do PIB nacional para a educação.
* Professor e procurador federal.
Fonte: Pimenta

Indicativo de Greve na Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista


Os professores da rede municipal de ensino de Vitória da Conquista votaram o indicativo de greve na assembleia desta quarta-feira, 25, ocorrida no Salão Arquidiocesano Dom Climério, conforme programação da Primeira Semana Municipal em Defesa e Promoção da Educação Pública.
A categoria está indignada com o fato de a prefeitura municipal descumprir a Lei nº 1762/2011, do Estatuto do Magistério. Lei que a própria administração instituiu em 30 de junho de 2011. Também, pelos gestores estarem tentando impedir a mobilização da categoria. Estes acionaram o Ministério Público para embarreirar a realização Primeira Semana Municipal, evento proposto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e que vem debatendo a melhoria da educação.
Para o professor Marivan Pereira, da Escola Municipal Edvanda Maria Teixeira, o movimento dos professores é extremamente necessário. “Nós estamos dispostos a cumprir todo o cronograma proposto pelo sindicato. Isso vai ser enriquecedor para o professor. Acho que o indicativo de greve foi votado em um momento oportuno. Eu, por exemplo, já perdi muitos benefícios e, como comentei na assembleia, o que mais a categoria deverá perder para tomar uma providência?”
A aprovação, ou não, da greve deverá ocorrer na próxima assembleia, agendada para sexta-feira, 04, um dia após a reunião de negociação do SIMMP com o governo, na qual será discutida a jornada de trabalho do magistério municipal. Os docentes requerem o cumprimento integral da Lei do Piso Salarial Nacional, que estabelece 2/3, no máximo, para interação com os alunos e 1/3 para estudos e planejamento.
Após a assembleia, ainda pela manhã, os profissionais da educação se dirigiram para a porta da prefeitura, onde realizaram uma manifestação.

Vereadores votam contra audiência pública

Ainda nesta quarta-feira, no turno vespertino, os educadores participaram de uma discussão acerca do investimento dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação. A proposta era que o debate acontecesse em uma Audiência Pública. No entanto, os vereadores da Bancada de Situação, unanimemente, votaram contra o requerimento feito pelo vereador Arlindo Rebouças, Presidente da Comissão de Educação da Câmara.
“Estou pasma ante a truculência do Governo, ‘nunca antes na historia desse município’ um requerimento de um vereador para uma audiência pública tinha sido rejeitado. Acredito que o Prefeito fez muita pressão para coibir as nossas atividades. Nós já havíamos negociado, anteriormente, com os vereadores Arlindo e Alexandre, pessoas muito comprometidas e que, historicamente, mantiveram uma boa relação comigo. Acredito que a câmara tem boas intenções, mas, vacilaram nessa questão”, destacou a presidente do SIMMP, Geanne Oliveira.
 O sindicato havia convidado a Secretaria Municipal de Educação, os vereadores Alexandre Pereira e Arlindo Rebouças e representantes da Associação dos Docentes Universitários (ADUSB), do LUTE e da UESB para participarem da audiência. O professor Márcio Freudenthal também foi convocado a fazer parte da mesa, representando a base.
Durante o encontro, o vereador Arlindo Rebouças solicitou do SIMMP o envio de uma denúncia sobre o descumprimento da lei pela prefeitura, que deverá ser encaminhada para a Comissão de Educação da Câmara.
Fonte: Simmp

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Representante da DIREC-20 suporta indignação de professores do Estado


Praofessora Silvanei: "Este é o governo do terror".

Depois de declararem em assembleia a permanência da greve e de desferirem críticas corrosivas ao governo Wagner e a todos os deputados baianos, os professores grevistas fizeram uma breve manifestação pública nas ruas centrais, com apitaços e palavras de ordem, e se dirigiram à Direc-20, que foi literalmente ocupada.
Lá, no auditório, “conversaram” com o diretor regional de educação, Ricardo Costa, que teve de enfrentar uma enxurrada de perguntas – algumas delicadas, outras nem tanto – dos grevistas, muitos dos quais estavam contrariados com a decisão do governo de cortar os salários dos professores que aderiram à paralisação e reclamavam do que consideraram uma “prática de terror” contra os diretores escolares.
Para acessar à entrevista por completo, clicar Blog do Fábio Sena

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Na hora do "vamos ver" é que a verdade emerge


A lógica mercantil na Educação



Por: Daniel Toscano López*
CiudadCCS, 22/04/12

La educación no sólo en Chile, sino en América latina y en el mundo está adoptando hoy en día procedimientos y formas de organización provenientes tanto de prácticas burocráticas como de los principios del mercado. En el caso de Colombia y en varios países, tales prácticas y principios se concretan en un discurso de “gestión de la calidad” y en la pretensión de un sistema de aseguramiento de la misma.
La superimposición narrativa del dispositivo de gestión de la calidad ha terminado por hacer creer ingenuamente que por el hecho de reducir los procesos educativos a estadísticas, estándares, gráficas y registros, y por efectuar el ritual burocrático de llenar formatos y aplicar exámenes, la realidad educativa está bien intervenida. No obstante, de toda esta hiperinflación se rescata la sensación de control y seguridad. Tal dispositivo no natural.
Hace creer que con la reforma que pretende introducir a través de leyes, como en el caso colombiano la Ley 30 de Educación Superior del año 1992, las comunidades educativas avanzan hacia el progreso.
En Colombia el núcleo del debate educativo gira alrededor de la reforma a la Ley 30, cuya idea es inyectar dinero de las empresas privadas a la universidad tanto pública como privada en un gesto de apoyo a los deficitarios recursos del Estado. Percibo en esto una suerte de paradoja que no se puede dejar de lado:
Si el ánimo de lucro de las empresas privadas entra a llenar los vacíos de una educación que todavía tiene serios problemas de calidad, pues siguiendo la lógica de la acreditación, menos de la mitad de universidades colombianas están acreditadas, ¿Cómo es que la falta de calidad se convierte en un argumento esgrimido para que lo mercantil entre en lo educativo? No se supone que el mismo sistema que asegura la calidad debe fomentarla, en vez de hacerla cada vez más deficitaria.
Pues, mientras siga estándolo, siempre estará abierta la puerta para que más capital privado entre a asegurarla. Si hay falta de calidad es porque el sistema mismo no ha podido “asegurar la calidad”, esa misma calidad que es el resorte principal que conduce al desarrollo económico, social y cultural de un país.
El discurso empresarial de la calidad es portador de una “buena nueva”: parece contener la alquimia que transformará los procesos pedagógicos, investigativos, académicos, lúdicos y didácticos en exitosos. Se presenta como la fórmula mágica que sacará a la educación del terreno fangoso en que se encuentra; sin embargo, cuando la experiencia pedagógica y el hecho educativo se agrupan en datos estadísticos y en registros casi notariales, procedimientos más de la economía y la burocracia política, entonces la educación se convierte en una mercancía más, que debe ser exhibida ante la vitrina de la sociedad de consumo.
Así, el ámbito de la educación se convierte en un escaparate en donde se venden los valores del mercado. Al igual que cualquier producto que uno encuentra en el supermercado, la educación pasa a ser un objeto etiquetado con el rótulo de “calidad” que se vende al mejor postor.
Naturalmente que la calidad es un bien encomiable y deseable que se debe perseguir, no obstante, cuando la voz del discurso de la calidad educativa es la de un modelo económico de corte neoliberal éste se erige en un saber de vanguardia que en nombre de un modelo verdadero de certificación pretende filtrar, jerarquizar y ordenar el escenario de la vida escolar marcando con sus ritmos nuestras tareas, desde las más triviales hasta las más sublimes.
Con el discurso y “sistema de aseguramiento de la calidad” se enmascara lo particular, local, disperso y discontinuo que vertebra lo humano de las universidades y colegios, se refuerzan los mecanismos de vigilancia y control, proliferan medidas preventivas, cautelares y sancionatorias. Es un precio alto para la sociedad en general en el afán de asegurar y controlar de un modo artificial lo que debería darse de un modo natural y menos excluyente y desigual para todos.
El caso de Chile no es menos dramático que el colombiano. También encontramos efectos de la invasión de la lógica del mercado sobre lo educativo, tal como lo advierte el pensador francés Christian Laval. Él, refiriéndose a la educación y, particularmente, a los nefastos efectos que conlleva subsumir ésta a la lógica administrativa, comenta: “la escuela y la universidad deben convertirse en cuasi empresas que funcionen según el propio modelo de las marcas privadas y se sometan a la exigencia del máximo rendimiento” (Laval, 2004: 42).
El agobiante endeudamiento de las familias chilenas en su lucha por el acceso a una educación que se supone de calidad. El también esfuerzo por parte de las universidades que tienen que ajustarse a estándares y condiciones de calidad que terminan por convertirlas en lo que sospechosamente desvela el adagio “dime de qué presumes y te diré de qué careces”.
Los encomiables propósitos de promover la investigación, la capacitación y cualificación de los maestros, la mejora en la cobertura educativa, la equidad en el acceso y la oportunidad real de educarse naufragarán siempre si no se ve a la educación como un proceso y sí como un producto inmediato.
La escuela y la educación no son una empresa, y la calidad es un concepto tan equívoco y tan escaso en la realidad educativa de Chile, de Colombia y de tantos otros países hermanos que hay que pensarlo con detenimiento. Lo importante es que la calidad no puede darse como algo dado y evidente.
Hay que ver si calidad tiene que ver también con la calidad de vida de las personas, con la calidad del conocimiento en términos de aprender a ser críticos, con la calidad del trato entre maestro y alumno, con la calidad de seres humanos respetuosos de las diferencias y no como un simple rótulo que se llena de acuerdo al interés o estrategia política del momento.
(*) Magíster en Filosofía y en Estudios Políticos Investigador del Instituto Pensar de la Pontificia Universidad Javeriana, Bogotá.

http://www.aporrea.org/educacion/a142278.html

Megaeventos e violação de Direitos Humanos no Brasil



O povo brasileiro, como todos os povos do mundo, pratica e ama os esportes. Talvez mais que outros povos do mundo, os brasileiros têm grande paixão pelo futebol. Como também amam suas cidades e recebem com grande hospitalidade e alegria aqueles que, de todas as partes do mundo, vêm nos visitar e conhecer nossa riqueza cultural, nossa música, nosso patrimônio histórico, nossa extraordinária diversidade ambiental, nossas alegrias e também nossas mazelas – a maior das quais é a dramática injustiça social e ambiental que constitui lamentável marca da história e da realidade atual deste imenso país.
Um Dossiê sobre a Copa do Mundo 2014, que será sediada por 12 cidades brasileiras (Manaus, Cuiabá, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre), e sobre as Olimpíadas 2016, que se realizarão na cidade do Rio de Janeiro, deveria ter como tema central a prática do esporte, das relações pacíficas, culturais e esportivas entre todos os povos do planeta Terra. Deveria falar de nossa alegria de termos sido escolhidos para sediar estes dois grandes eventos.
Mas não é disso que trata este Dossiê. Preparado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa e das Olimpíadas, ele fala do lado obscuro destes megaeventos. Ele fala de dezenas de milhares de pessoas (170 mil, segundo estimativas conservadoras), cujo direito à moradia está sendo violado ou ameaçado. Ele fala de milhões de cidadãos a quem o direito à informação e à participação nos processos decisórios tem sido atropelado pelas autoridades constituídas, assim como por entidades privadas (Comitê Olímpico Internacional, Comitê Olímpico Brasileiro, comitês organizadores locais dos eventos) e grandes corporações, a quem os governos vêm delegando responsabilidades públicas. Ele fala de desrespeito sistemático à legislação e aos direitos ambientais, aos direitos trabalhistas e ao direito ao trabalho.
Acesse seu conteúdo por completo clicando aqui: Dossiê da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa.

História, Presente, Perspectivas: a esquerda na América Latina

A ESQUERDA NA AMÉRICA LATINA
História, Presente, Perspectivas
Simpósio Internacional
Universidade de São Paulo – FFLCH – Departamento de História
11, 12 e 13 de setembro de 2012 (9 às 22 horas)

Programação

3ª. feira 11 de setembro

ABERTURA: Emília Viotti da Costa
09:00 h. (AH): DO PETISMO AO LULISMO: O PT ONTEM E HOJE: André Singer – Lincoln Secco – Tales Ab´Sáber – Cyro Garcia
09:00 h. (AG): ESQUERDA, DITADURAS E DIREITOS HUMANOS: Pedro Pomar – Jorge Souto Maior – Olgária Matos – Sergio Adorno
09:00 h. (CPJ): INTELECTUAIS E MARXISMO NA AMÉRICA LATINA: Bernardo Ricupero – Lidiane Soares Rodrigues – Marcos Napolitano – Maurício Cardoso
14:00 h. (AH): O COMUNISMO NA HISTÓRIA DO BRASIL: Milton Pinheiro – Apoena Cosenza – Frederico Falcão – Marly Vianna
14:00 h. (AG): CHINA E A AMÉRICA LATINA: Wilson N. Barbosa – Marcos Cordeiro Pires – Luis Antonio Paulino – Vladimir Milton Pomar
14:00 h. (CPJ): CUBA: PASSADO E PRESENTE DA REVOLUÇÃO: Luiz E. Simões de Souza – Joana Salém – Silvia Miskulin – José R. Máo Jr.
17:00 h. (AH): RECURSOS NATURAIS, ENERGIA E INTEGRAÇÃO CONTINENTAL: Ildo Sauer – Ariovaldo U. de Oliveira – Mónica Arroyo – Raimundo Rodrigues Pereira
17:00 h. (AG): PROGRAMAS SOCIAIS COMPENSATÓRIOS: SAÍDA DA POBREZA?: Ruy Braga – Eduardo Januario – Maria Cristina Cacciamali – Fúlvia Rosenberg
17:00 h. (CPJ):  PERU, EQUADOR, BOLÍVIA: INDIANISMO E COSMOVISÃO ANDINA: Vivian Urquidi – Enrique Amayo – Tadeu Breda – Mónica Bruckmann
17:00 h. (RXCP): LÍNGUAS E LITERATURAS: DISCURSOS DE RESISTÊNCIA: Elvira Narvaja de Arnoux – Graciela Foglia – Adrián Fanjul – Pablo Gasparini
19:30 h. (AH): A LUTA DOS ESTUDANTES NA AMÉRICA LATINA: Clara Saraiva – Alejandro Lipcovich – Lucia Sioli – Mario Costa
19:30 h. (AG): AMÉRICA LATINA NA GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL: André Martin – Leonel Itaussu A. Mello – Rodrigo Medina Zagni – Manoel Fernandes
19:30 h. (CPJ): O COMUNISMO NA AMÉRICA LATINA: Antonio C. Mazzeo – Marcos Del Roio – Victor Vigneron – Kennedy Ferreira

4ª. feira 12 de setembro

09:00 h. (AH): VENEZUELA E A REVOLUÇÃO BOLIVARIANA: Rafael Duarte Villa – Gilberto Maringoni – Flávio Benedito – Flavio Mendes
09:00 h. (AG): REDES SOCIAIS, AÇÃO DIGITAL E ATIVISMO POLÍTICO: Sergio Amadeu – Raphael Tsavkko – Rodrigo Vianna – Luiz Carlos Azenha
09:00 h. (CPJ): BOLÍVIA: DA ASSEMBLÉIA POPULAR A EVO MORALES: Everaldo Andrade – Diego Siqueira – Cristian Henkel – Igor Ojeda
14:00 h. (AH): O MARXISMO NA AMÉRICA LATINA: Michael Löwy – Osvaldo Coggiola – Luiz Bernardo Pericás – Carlos Guilherme Mota
14:00 h. (AG): MÉXICO: DE ZAPATA AO ZAPATISMO: Waldo Lao Sánchez – Igor Fuser – Jorge Grespan – Azucena Jaso
14:00 h. (CPJ): EDITORAS DE ESQUERDA NA AMÉRICA LATINA: Marisa Midori – Flamarion Maués – Rogerio Chaves  – Sandra Reimão
14:00 h. (RXCP): CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UMA PERSPECTIVA DE ESQUERDA: Renato Dagnino – Carlos Sanches – Ciro Teixeira Correa – Marcos Barbosa de Oliveira
17:00 h. (AH): O ANARQUISMO NA AMÉRICA LATINA: Edson Passetti – Marcos A. Silva – Ricardo Rugai – Margareth Rago
17:00 h. (AG): A ESQUERDA E O POPULISMO: Maria Helena Capelato – Maria Ligia Prado – Antonio Rago – Fernando Sarti Ferreira
17:00 h. (CPJ): COLÔMBIA: DA “VIOLÊNCIA” À GUERRA SEM FIM: Antonio Carlos R. de Moraes – Yuri Martins Fontes – Ana Carolina Ramos – Pietro Lora Alarcón
17:00 h. (RXCP): SOCIALISMO E ANTIIMPERIALISMO NA AMÉRICA LATINA: Vitor Schincariol – Carlos César Almendra – Fabio Luis – Alexandre Hecker
19:30 h. (AH): O MARXISMO NO BRASIL: Paulo Arantes – Dainis Karepovs – Armando Boito – Ricardo Musse
19:30 h. (AG): LUTA ARMADA NO BRASIL: UM BALANÇO: Carlos Eugênio Clemente – João Quartim de Moraes – Ivan Seixas – Antonio R. Espinosa
19:30 h. (CPJ): FEMINISMO E SOCIALISMO NA AMÉRICA LATINA: Fernanda Estima – Cecília Toledo – Sara Albieri – Janete Luzia Leite

5ª. feira 13 de setembro

09:00 h. (AH): PIQUETEIROS, FÁBRICAS OCUPADAS, SUJEITOS E MÉTODOS DE LUTA: Néstor Pitrola – Josiane Lombardi – Atenágoras Teixeira Lopes – Rodrigo Ricupero
09:00 h. (AG):  A ESQUERDA E O MEIO-AMBIENTE: Francisco del Moral Hernández – Mauricio Waldman – Ana Paula Salviatti – Gilson Dantas
09:00 h. (CPJ): SOCIALISMO E SOCIAL-DEMOCRACIA NA AMÉRICA LATINA: Adalberto Coutinho – Gonzalo Rojas – Lúcio Flavio de Almeida – Claudio Batalha
14:00 h. (AH): A LUTA PELA TERRA NA AMÉRICA LATINA: Gilmar Mauro – Zilda Iokoi – Horacio Martins de Carvalho – Valeria De Marcos
14:00 h. (AG): A FRENTE DE ESQUERDA NA ARGENTINA (E O BRASIL): Luis Mauro S. Magalhães – Pablo Rieznik – Valério Arcary – João Batista Araújo “Babá”
14:00 h. (CPJ): AMÉRICA LATINA: IMUNE À CRISE?: José Menezes Gomes – Plínio de Arruda Sampaio Jr. – Leda Paulani – Ramón Peña Castro
17:00 h. (AH): A CLASSE OPERÁRIA NA HISTÓRIA LATINO-AMERICANA: Ricardo Antunes – Agnaldo dos Santos – Sean Purdy – Mauro Iasi
17:00 h. (AG): ESQUERDA, IGREJAS, DIVERSIDADE SEXUAL E HOMOFOBIA: Laerte – Horacio Gutiérrez – Jean Wyllys – Maria Fernanda Pinto
17:00 h. (CPJ): DILEMAS DA UNIVERSIDADE NA AMÉRICA LATINA: Gladys Beatriz Barreyro – Afrânio Catani – César Minto – João Flavio Moreira
17:00 h. (RXCP): PARAGUAI: DA TRÍPLICE ALIANÇA A ITAIPU: Cristiana Vasconcelos – Dorival Gonçalves – Brás Batista Vaz – Filipe Canavese
19:30 h. (AH): AMÉRICA LATINA, A CRISE MUNDIAL E A ESQUERDA: Plínio de Arruda Sampaio – Jorge Altamira – Ricardo Canese – Valter Pomar
19:30 h. (AG): DROGAS, NARCOTRÁFICO E CAPITALISMO NA AMÉRICA LATINA: Henrique Carneiro – Julio Delmanto – Rosana Schwartz – José Arbex
19:30 h. (CPJ): A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NO SÉCULO XXI: Fernando Torres Londoño – Lucelmo Lacerda – Valéria Melki Busin – Jung Mo Sung
AH: Anfiteatro de História / AG: Anfiteatro de Geografia/ CPJ: Sala Caio Prado Júnior / RXCP: Sala Reinaldo Carneiro Pessoa
Inscrições On-Line: www.esquerdaamlatina.fflch.usp.br    
Apoio: GMarx – NEPHE – CEMOP - Mouro     
Entrada Franca   Serão fornecidos certificados de freqüência
Comissão Organizadora: Lincoln Secco – Osvaldo Coggiola – Rodrigo Ricupero – Jorge Grespan – Marcos A. Silva – Francisco Alambert
Co-Organização: PROLAM (Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina) - USP

Quanto vale o seu diploma?

Quanto vale um professor? A resposta a essa pergunta vai depender de outra: A QUEM ela é feita? Se a um japonês, a resposta será que o professor, que a educação, que a escola, são de um valor incalculável, já que foi através do investimento maciço na formação intelectual de seu povo, depois de 1945 que, seu país, destroçado pela II Guerra Mundial, atingido por duas bombas atômicas, duas décadas depois já era uma potência econômica, sendo hoje a 2ª maior economia do globo. Se feita a um sul-coreano, a resposta será a mesma, quase se seguindo a mesma história se direcionada aos moradores da Suíça, da França, do Canadá, da Bélgica, Holanda ou de qualquer país hoje dito civilizado. Mas e se a pergunta for feita a alguém no Brasil? Sim, e para nós, brasileiros, quanto vale a educação, quanto vale um professor, uma escola, um diploma?
A resposta? Depende de quando e a quem ela seja feita. Se a um político, por exemplo, a resposta irá variar de acordo o tempo. Se antes ou depois de sua eleição... Pois antes de eleito, a educação (e suas duas irmãs gêmeas a saúde e a segurança pública) são, para o candidato a um cargo eletivo, “a mola mestra que move o mundo, nada havendo ou de fato vindo a ser senão por ela, com ela, através dela. Ela, a educação, é a sua diretriz de vida, por ela matando, por ela morrendo, já que a educação é sua pátria e ele seu combatente mais fiel”. Mas assim como a lua cheia faz do homem de mau coração, um animalesco lobisomem, a besta fera que no mau político hiberna ou habita, é libertada aos primeiros raios de luz da “vida nova”, a de parlamentar, uma vez vitorioso nas urnas. As promessas são esquecidas, tudo pode ou há de se aguardar um pouco mais, muito mais, quando o assunto é a educação, a escola, os alunos, os professores, seus salários, seus planos de carreira, suas vidas, o povo.
500 anos depois de Cabral, a mando do Rei d. Manoel, o venturoso, ter aqui chegado, as estratégias de dominação social pouco mudaram. Na verdade, basicamente mudaram de mãos. Antes eram os lusitanos que nos exploravam, agora somos explorados por irmãos de pátria. É certo que não se vendem mais negros nos mercados de escravos, que os indígenas não são mais caçados como feras, em suas matas, é certo e indubitável que o trabalho imposto cedeu lugar ao salário digno (Ops, eu disse digno? Desculpem, ato falho). Mas se o chicote real foi aposentado, hoje ele assume outras feições, o que ao dono da casa grande é muito cômodo. As senzalas podem até não existirem mais, mas os senhores se multiplicaram e também seu capatazes, ambos continuando igualmente cínicos e cruéis. Hoje a casa grande... é o Estado.
Dizer que a educação liberta, que a educação edifica, constrói, que ela faz do homem imperfeito um ser melhor, um liberto libertador, é um discurso que já usei. Usei, não uso mais. Hoje falo da educação, da escola, com muito cuidado, zelo, ponderação. Hoje penso que a dita educação de qualidade que defendemos como edificadora, como construtora de seres humanos fieis à ideia de plena LIBERDADE, de JUSTIÇA SOCIAL, em si, não garante a quem à receba, a titulação meritória de “homem bom” ou “do bem”. Proponho um exercício simples: Examinem a formação dos nossos algozes, os ocupantes dos cargos públicos, do legislativo, chegando ao executivo, passando pelo judiciário. No último caso, o diploma jurídico é um pré requisito básico, não o sendo nos outros dois. Mesmo assim, o titulo de Doutor não filtrou de muitos a corrupção inata, não lhe retificou o desvio de caráter. Não raro, vemos e ouvimos, contrariados, a réus de toga, a juízes envolvidos com o crime. Nos outros dois casos, das Câmaras municipais aos cargos de alto escalão, está se tornando cada vez mais rara a presença de um não diplomado, embora muitos assim ainda existam. Tem se tornado mesmo muito comum nos cargos públicos eletivos, a presença dos mais diversos diplomados: são médicos, engenheiros, advogados, professores... Sobre esses últimos, aqui me detenho. Se temos tantos educadores em nossos cargos políticos, por que a educação em nosso país ainda vai tão mal? Por que a luta por condições positivas de trabalho, de uma educação de melhor qualidade, de um salário (verdadeiramente) digno, tem, desde sempre, de ser exatamente isso: uma luta, uma batalha sem fim? Falar aos nossos governantes da necessidade de uma educação de qualidade? Da importância do saber, do bom aprendizado, da escola como um portal para um mundo melhor, da educação como um direito do cidadão, um DEVER do Estado? Mas... para que tanto verbo, tanto latim? De tudo isso ELES já sabem. E nos mostraram saber de tudo isso, nas suas campanhas eleitorais. Sabiam, sabem, mas uma vez eleitos, comodamente de tudo isso se “esquecem”. A industria da seca não é a única fonte de votos. A ignorância também elege, também mantém no poder. Isso já é algo tão claro, TÃO CLARO E CERTO, que nem merece mais tantas linhas a respeito.
Mas insisto: quanto vale um professor e seu diploma? Ao mal aluno, nada vale. Pois para ele, o professor é o entrave às suas eternas manhãs ou tardes de ócio destrutivo ou de horas e horas e horas... de futebol. Ao senhor de engenho, dono do capital, que precisa de mão obra barata para colher sua safra ou para simplesmente vender os seus produtos? Pouco vale, pois a este o trabalhador precisa ter apenas mãos para plantar, colher e boca para vender ou cobrar. Diploma? Diploma para quê? Ao traficante, o diploma e o professor são sua ruína, da mesma maneira que à cafetina, ao gigolô, ao cafetão. A escola, o professor, um diploma, são entraves na vida de qualquer mal caráter social e estes são muitos, muitos mesmo, uma verdadeira legião.
Um diploma, na verdade, não é um passe livre para uma sociedade mais justa. Um diploma, de fato, é um arma. Nas mãos de um ser humano de bom coração, o conhecimento é a luz que edifica e liberta; nas mãos de um perverso, de um imoral, do conhecimento cresce a trave, nasce a treva. E é justamente de posse de tantos maus  conhecimentos, de tanto mal saber, que os nossos governantes se valem dos diplomas que tem (ou não tem) para continuar a (des) encaminhar a massa aos campos de trabalho quase forçado, disfarçada escravidão, com o nosso constitucional e legitimado salário mínimo, ou aos novos currais, campos para criação de bois em confinamento, de onde seu sangue é retirado, usado como “óleo para por na máquina do Estado”, a cada nova eleição, como diriam os titãs, em sua obra “desordem”.
Quanto vale um professor, quanto vale o meu diploma? Ao que parece vale muito pouco, pois o Estado não o valoriza; grande parte da população, explorada, não  compreende essa situação, não vê o educador extenuado, a escola mal estruturada, a educação doente, lobotomizados que foram, graças a tantas propagandas do governo, entre uma novela e outra, entre um e outro jogo de futebol... No lugar do professor grevista, muitos só veem um pernóstico de fala difícil, um usurário preguiçoso, que quer ganhar mais trabalhando menos; ao invés da escola vazia, esvaziada, vê apenas uma creche fechada, para onde não podem mandar os seus filhos ao longo do dia.
Na verdade, tem-se a impressão de que travamos hoje a eterna mesma guerra, contra os mesmo inimigos, com os mesmos poucos soldados, com o costumeiro número de traidores e traições. Sem falar dos inúmeros professores parasitas (sim, também temos os nossos demônios  internos), que se vendem ao sistema, aos senhores do engenho, se tornando seus capatazes, nossos carrascos, por trinta moedas ou um pouco mais, ou simplesmente assistindo a greve do conforto de seus sofás, deixando aos pés dos outros, o peso da marcha, e os tiros, vindos de todos os lados, no campo de batalha, bem como o chicote na face, nas costas, já tão marcadas. Finda a batalha (pois a guerra em si, parece nunca ter fim), se os grevistas forem derrotados, sobre eles os parasitas hão de, como sempre, jogar a culpa da incompetência; se o resultado for a vitória, eles, os sanguessuga, os vampiros, os vermes, pleitearão também os louros da fama, o manto dos vencedores, a medalha dos combativos heróis.
Os outros não sei, mas EU sei o valor de se possuir um diploma, ou de vários, como é o meu caso. Mas confesso que ao ver que tantos, tanto os desvalorizam, às vezes sinto mesmo vontade de lançar os meus ao inferno, às suas chamas. Aliás, o fiz. A foto acima é minha. Estes são alguns dos meus diplomas.
Josafá Santos
Josafasantos71@yahoo.com.br
Historiador, Esp. Em Educação
Vit. Da Conquista - BA 24.04.2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Música e Revolução: Portugal e a Revolução dos Cravos

23/04: Dia Mundial do Livro

Para lembrar o Dia Mundial do Livro, celebrado no dia 23 por iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde 1996, já está virando costume que livrarias e instituições educacionais promovam ações de incentivo à leitura na data. Palestras e uma feira de livros e palestras realizadas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) vão marcar a programação na cidade.

Por meio da editora Edufu, a instituição vai disponibilizar ao público mais de 1,2 mil títulos, além de diversas outras publicações cedidas pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU), colocadas em um estande coletivo no Bloco 5 O do Campus Santa Mônica. À exemplo da Feira do Livro realizada no mês passado, todas as publicações terão desconto de 50%.

Reflexões sobre as novas tecnologias, como Ipads e smartphones, serão o tema da palestra “Nativos digitais: professores e o processo de aprendizagem”, conduzida pelo professor Gabriel Ferreira Braga. A discussão será seguida de uma apresentação cultural e o encerramento será com o professor emérito da UFU Carlos Rodrigues Brandão, que vai discorrer sobre “O livro em nossas vidas”. Ele é autor e coordenador de cerca de sessenta livros nas áreas de Antropologia, Educação e Literatura. Todos os eventos são abertos ao público.

Segundo o coordenador ação, Helton Luiz de Oliveira, esta é a quarta edição da comemoração que já virou tradição na universidade. “Estamos fazendo mais compacta, porque tivemos a outra feira há pouco tempo, mas faremos algo maior durante a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, no segundo semestre”, disse.

Crianças confeccionaram livros com tecidos a partir de histórias lidas

Na semana que antecedeu o Dia Mundial do Livro, atividades também lembraram a data que foca os livros infantis. Na Biblioteca Municipal, alunos de 10 a 12 anos de unidades educacionais confeccionam uma página de livros com o uso de tecidos após lerem uma história como parte do projeto Costurando a Leitura. São reproduzidas as ilustrações de diversos gêneros literários, como poesias de Vinícius de Morais (Arca de Noé), o conto “Os Três Porquinhos”, adivinhações, congos e congadas.

Desenvolvido desde 2006, o projeto objetiva incentivar a leitura e a interpretação de histórias. O material produzido pelas crianças é reunido ao longo de quatro meses e posteriormente os livros são doados para Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e para Organizações Não Governamentais (ONGs). Desde o início do projeto, 22 livros foram doados.

domingo, 22 de abril de 2012

Justiça manda USP devolver R$ 1 mi doado por família de banqueiro

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
uditório que deixou de levar o nome do banqueiro Pedro Conde
 após família dele fazer doação de R$ 1 milhão
A Justiça paulista determinou que a USP devolva o R$ 1 milhão que a família do banqueiro Pedro Conde (1922-2003) doou à Faculdade de Direito do largo São Francisco.
O dinheiro foi usado para reformas feitas na escola.
O pedido de devolução foi feito pela própria família, após a faculdade barrar as homenagens pela doação.
O auditório da faculdade reformado com o dinheiro da doação chegou a ser batizado com o nome do banqueiro. Estava ainda prevista a instalação na escola de um quadro com o retrato de Pedro Conde.
A família alega que as homenagens eram uma contrapartida obrigatória à doação.
Os recursos bancaram também a reforma de banheiros.
A doação foi feita em 2009, quando o atual reitor da USP, João Grandino Rodas, era diretor da faculdade. A doação foi aprovada pela congregação (órgão que representa todos os segmentos da escola).
Um ano depois, com uma nova direção na faculdade e sob pressão de estudantes, o órgão recuou, alegando que não sabia da obrigação de "batismo" do auditório.
Segundo o juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, os doadores não foram informados que a homenagem dependia do aval da congregação.
"Toda essa dinâmica revela indisfarçável descumprimento do encargo [compromisso]" da universidade, escreveu o juiz na sentença.
A família pediu também indenização por danos morais, mas o juiz rejeitou o pedido.
O processo causou debate sobre o uso de doações privadas na instituição pública.
Uma ala diz que a iniciativa é interessante para modernizá-la. Outra entende que o interesse privado pode passar a direcionar atividades de ensino e pesquisa.
O risco de influência privada na universidade, sem regras previamente discutidas, foi um dos argumentos utilizados por alunos da São Francisco para criticar o batismo do auditório da faculdade.
A USP informou ontem que recorrerá. Segundo a assessoria da reitoria, a faculdade havia se comprometido apenas a apresentar à congregação a proposta de batismo do auditório, o que foi feito.
Não havia, disse a assessoria, obrigação de nomear a sala com o nome do banqueiro.
O atual diretor da faculdade, Antonio Magalhães Gomes Filho, não quis falar.
Ano passado, quando a família do banqueiro entrou na Justiça, ele disse: "acho as doações importantes, porque a escola não tem recursos para a modernização necessária. Mas isso tem de ser feito dentro de um regramento".
A divergência no caso foi um dos motivos para troca de críticas recente entre o reitor e a faculdade.
Fonte: Folha