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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Greve da PM na Bahia: um contributo ao debate

Hete Leal*
Charge: Daniel Sampaio Rodrigues
É interessante observar o poder que uma rede social como o Facebook tem, a proporção, o dinamismo e a rapidez com que as informações, sejam elas verídicas ou não, se disseminam.
Tudo isso ficou muito evidente na greve da Polícia Militar da Bahia. Facilmente podemos identificar um grupo que defende INCONDICIONALMENTE a greve e os métodos utilizados pela PMBA. Por outro lado, outro grupo que eu prefiro apelidar de “Soldados do governo”, este estão armados até as dentes de informações copiadas e coladas de fontes nada confiáveis.
Nesse contexto, os pontos que realmente precisam ser discutidos, não têm sido explicitados de forma alguma, são alguns deles:
· O direito de toda e qualquer categoria lutar por melhores condições de trabalho e o dever de um governo que se diz “dos trabalhadores” respeitá-los.
· A greve da PM/BA reabriu um debate sobre a necessidade ou não desta instituição, para tanto acredito que este é um debate que não se pode fazer de forma isolada. Precisamos primeiramente exterminar qualquer tipo de desigualdade, seja ela social, econômica, racial e/ou de gênero. Ou seja, acabar com o sistema que nos oprime precede o debate sobre a desmilitarização.
· Não podemos esquecer que esta manifestação acontece às vésperas da festa mais lucrativa da Bahia, o nosso bom e velho CARNAVAL. Se não fosse este fato talvez não tivessem tantos representantes da burguesia, perdendo noites, preocupados em debater o “restabelecimento da ordem.”
· Outra questão que poucos se atentaram é que estamos no mês de fevereiro e o governador afirma que é impossível acrescentar no orçamento mais gastos com despesas referentes à Recursos Humanos, desta forma, as outras categorias que pretendem iniciar suas campanhas salariais comecem a abrir os olhos. Afinal é muito fácil bater na manifestação legítima dos policias baianos, curtir seu carnaval e logo depois retornar para fazer a reivindicação da sua categoria, acreditando ser mais justa que as outras.
Sobre a veiculação da gravação de conversas de policiais no Jornal Nacional. Primeiramente penso que nada justifica a prática de vandalismo e terrorismo, seja lá por quem for. Contudo, recordemos da fala do governador ontem (08/02/2012) no Bahia Meio Dia: “99,5% dos policiais não devem temer as investigações, pois sabemos que os atos foram praticados por um pequeno grupo, de forma isolada.” Neste sentido, seria muita hipocrisia dizer que todo policial fez uso de práticas ilícitas.
A manifestação teve grande adesão dos profissionais e apoio social, embora o governo tente camuflar este fato. E agora surge um fato novo que me causa medo e espanto. Que defesa incondicional das informações transmitidas pela Rede Globo é essa?
*Estudante do Curso de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. 

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