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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sobrepreço no estádio de Brasília

Sobrepreço é o novo eufemismo (outros são superfaturamento, desvio de verba, duplicidade de custos...) para o roubo dos bens públicos. E você  acredita que dará nalguma coisa? E acredita também que só em Brasília?

por Fernando Vives
De Olho na Copa – dom, 12 de fev de 2012
Na semana passada, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) divulgou um relatório bastante desesperador no que tange a construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
De acordo com a auditoria, há sinais claros de duplicidade de custos, escolha de material indevido para a obra e superfaturamento.
Pior que isso: o relatório também indica que a Novacap, companhia de urbanismo do Distrito Federal responsável por fiscalizar a obra, não cumpre sua obrigação como deveria - tem só quatro pessoas para fiscalizar o andamento da construção, número considerado insuficiente.
Ainda de acordo com a investigação do TCDF, as duas construtoras responsáveis pela obra, a Via Engenharia e a Andrade Gutierrez, compraram insumos com preços bem acima do usado no mercado. E também existe uma diferença de preço bem grande entre produtos muito parecidos.
Sobre a questão do superfaturamento, vários aditivos (acréscimos) feitos ao contrato inicial da obra inflaram o valor da obra previsto no início era de 696 milhões de reais. Só até o fim de 2011, o preço estava em 671 milhões - e ainda tem obra até o final do ano, pelo menos. O aumento de aditivos costuma ser uma das artimanhas para gerar o superfaturamento.
O relatório investigou as contas da construção do Mané Garrincha entre maio de 2010 (início das obras) até junho de 2011. O governo do Distrito Federal vai responder as acusações até março.

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