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sábado, 5 de maio de 2012

LUTE SINDICATO publica Moção de Repúdio ao legislativo baiano

A greve dos professores do estado da Bahia tem sido uma aula, cujo conteúdo deve ser aprendido por todos os educadores e pela sociedade. Por um lado, aula de coragem e rebeldia por parte dos docentes engajados no movimento grevista; por outro lado, de posicionamentos e atitudes indignas e vergonhosas por parte do poder público estadual e seus aliados.
Entre os protagonistas dessa triste aula destacam-se os representantes políticos da região sudoeste no legislativo estadual. Os referidos deputados, apesar de portarem o diploma de professores, são indignos de exercerem esse nobre ofício, considerando que a lição que transmitiram compromete o nome da categoria, envergonha os docentes.
Triste aula essa que ensina indivíduos a serem, não criaturas livres, socialmente responsáveis e conscientes politicamente, mas submissas, obedientes a regras injustas e a esquemas políticos que ferem os direitos que os trabalhadores lutaram arduamente para conquistar.
Tais indivíduos, bem como seus seguidores na esfera municipal, não deveriam mais se atrever a falar em “defesa da educação”; “importância do professor;” “preocupação com os alunos e com o movimento estudantil”. Falta-lhes idoneidade para “levantar esta bandeira”.
Não podemos esquecer essa aula que nos possibilitou entender melhor: a diferença entre o discurso e a prática; os limites impostos pela fidelidade partidária; os passos necessários para tornar-se capacho do governo, mesmo que isso implique em deixar de ser um representante político comprometido com a defesa dos interesses da sociedade.
Para concluir, é ilustrativo lembrar que, na Grécia antiga, as camadas poderosas, compostas pelos proprietários de terras, tinham a seu lado, serviçais, lacaios, chamados SICOFANTAS, que vigiavam seus pomares e quando os pobres tentavam roubar uma fruta para saciar a fome, eles gritavam para avisar aos seus patrões, defendendo-os e se voltando contra aqueles que faziam parte da mesma esfera social que eles, em troca de recompensas materiais e prestígio junto aos poderosos.
Esse papel, guardadas as diferenças históricas, infelizmente, não desapareceu. Muitos políticos estão aí, dizendo que defendem os interesses do povo, quando, na verdade, estão fazendo papel de Sicofantas. No entanto, é bom lembrar que o fruto da educação é tão doce que nos faz querer invadir esse pomar e, certamente, não haverá lacaio que nos impeça.

Vitória da Conquista, 03 de maio de 2012.

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