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terça-feira, 29 de maio de 2012

O nosso lugar de trabalho é no interior do campus


Ferdinand Martins da Silva*

Muito se tem discutido sobre as condições atuais de trabalho de nós docentes da UESB, incluindo desde os salários que nos são pagos, as possiblidades de nos qualificarmos e, por último as condições infra-estruturais que incluem desde o ambiente das salas de aulas até os espaços físicos que nos são destinados para a preparação de aulas, atendimento aos alunos e desenvolvimento dos projetos nos quais estamos envolvidos, com os devidos equipamentos (computadores, impressoras, scanner, internet, etc.).

Sabemos que estas condições não são as mesmas para o conjunto dos docentes da UESB, particularmente no Campus de Vitória da Conquista, no qual um conjunto reduzido de colegas já adquiriu uma condição razoável que permite desenvolver o seu trabalho a contento. A grande maioria, no entanto, ainda almeja tal intento.

Recentemente fomos brindados com os 30 anos da UESB, onde foram destacadas as suas inúmeras realizações tanto na pesquisa como no ensino e na extensão. Se tomarmos como comparação outras instituições universitárias, seja no Brasil ou no exterior, a UESB é uma instituição relativamente nova. Está no auge da juventude. É verdade. No entanto, precisamos pensar grande, para a frente.

Portanto, urge que a Universidade não apenas pense em aumentar o contingente de alunos e eventualmente de docentes e servidores. É preciso que sejam criadas as condições necessárias ou adequadas para tal finalidade, sob pena de estarmos cada vez mais precarizando as condições de funcionamento da instituição.

Neste sentido, é preciso que se faça imediatamente um Plano Diretor para os três Campi da Instituição, no qual se defina o seu desenho atual e futuro, sob pena de, se continuarmos com a atual política de expansão física, criarmos algo totalmente defasado e inadequado às demandas que se apresentarão daqui para a frente.

O PDI, atualmente em discussão no interior da universidade, pode se constituir, assim, neste espaço privilegiado de debate e realizações. Evidentemente, se se souber dar ao mesmo a dimensão que possui. Nesse sentido, julgo importante que toda a comunidade universitária esteja envolvida e que apresente as suas propostas, pois só assim podemos enfrentar aqueles que se opõe ao desenvolvimento e consolidação da nossa instituição.

A nossa não permanência cotidiana no interior do campus realizando as nossas atividades profissionais nos desfalca de um aspecto fundamental da relação (vivência, ambiência) acadêmica que é o pertencimento e a vontade de enfrentar e resolver as questões que afligem a todos nós docentes, estudantes e servidores, tornando-nos cúmplices das nossas ações.

Santa Fé (Argentina), outono de 2012.



* Prof. Assistente do Departamento de Ciências Exatas. UESB. Campus de Vitória da Conquista (BA). Doutorando em Educación das Ciências Experimentales na Universidade Nacional Del Litoral (UNL). Santa Fé – Argentina.

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