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sábado, 21 de julho de 2012

Greve dos professores na Bahia: O que está em jogo?


Foto:  radarnoticias.com

Juliana Brito*

Nesses 100 dias de greve toda forma de violência foi usada pelo governo/patrão para massacrar os professores da rede estadual. Ele teve a seu lado: dinheiro para pagar notas e censurar informações; artimanhas jurídicas que protelam a aplicação das leis federais; contratos sem licitações; corte de salários que inviabilizaram a tomada de empréstimos e o uso de planos de saúde; demissões; substituições; assédio moral; mentiras na imprensa; o MP sendo interlocutor unicamente dos interesses do Executivo; o Legislativo aprovando leis inconstitucionais. Contou ainda com a omissão de muitos intelectuais desse estado, da Igreja, dos artistas, da OAB, de membros do judiciário, das ONGs, enfim, de todos aqueles que deixaram "o circo pegar fogo". Estes disseram: "É uma greve política; são manipulados pelo sindicato; são egoístas e só pensam nos salários; o governo já foi tão generoso, o que querem mais, esses radicais? etc.". Coisas do tipo foram ouvidas e pensadas.
E agora nos perguntamos: Qual será o ônus de derrotar aqueles que OUSARAM LUTAR PELO CUMPRIMENTO DE UMA LEI que fora aprovada desde 2008 e que continua a ser ignorada pelo governo estadual? Qual será o ônus que os trabalhadores de outras categorias pagarão ao comprovarem na prática que Jaques Wagner decretou: "Na Bahia as leis federais não valem", " não há mais o direito a greve", "o Estado sou eu". Qual será o ônus que os alunos pagarão ao saberem que NÃO VALE A PENA ESTUDAR NA BAHIA. Ao aprenderem a triste lição de que não VALE A PENA LUTAR POR DIREITOS CONSTITUCIONAIS. Qual será o ônus que os estagiários que se submeteram ao REDA e PSTs pagarão por terem comprometido a valorização da profissão a qual aspiram? Qual será o ônus que aqueles que " não aderiam a greve" pagarão por não terem fortalecido seus colegas?Qual será o futuro da educação na Bahia? Os próximos acontecimentos serão decisivos.
Professora da rede estadual em Vitória da Conquista, Bahia.

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