Posso bater a tua porta?
Mas não quero, quando abrir,
Fale-me dos deuses.
Deus Cristo
E demais...
Deus imagem e semelhança
Deus, Deus, deu
Aos homens esse espelho.
Narciso.
Fale-me da vida sem essas
vestes
Quero o nu
Quando abrir a tua porta.
Quero a minha porta nua
Na tua porta nua.
Que somos?
Formiga tem deus?
Ela trabalha
Ela trabalha
Pássaro tem deus?
Ele voa e canta
Ele voa e canta
Peixe tem deus?
Ele nada e bebe ar
Ele nada e bebe ar
Urubu tem deus?
Acho que não.
Eles não precisam justificar
Esse breve existência
Palavra não é deus no papel
Papel não é deus na palavra
Existir
É apenas andar quando tem pés
Voar quando tem asas
Nadar quando barbatanas.
No mundo imundo dos homens
Todos se acham
Esse Deus
E cada qual com o oposto ao
lado.
Um sustentando o outro,
Poder paralelo
Vou ali formigar com as
formigas
Vou ali...
Elas apenas vivem e morrem
Elas apenas trabalham
carregando folhas
Elas apenas trabalham abrindo
buracos
Para se resguardarem do mal
tempo dos deuses.
Vou ali olhar um olhar puro
Vou ao menos, olhar um olhar
puro
Que está no meu sonho
De ter um olhar puro.
Vou formigar com as formigas...
Vou aprender com os ciscos
Se doerem,
Chorarei para me resguardar do
mal tempo
Riscarei uma palavra
Nesse olhar chorado
Chorarei para me resguardar do
mal tempo dos deuses...
Amor
Olhar ao teu olhar
Dente e lágrima
JeanClaudio
23/08/2013
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