25-09-2013
O índice previsto de reajuste no Piso Nacional dos professores para 2014 é 19%, segundo o próprio governo federal. No entanto, governos e direções pelegas de sindicatos tramam um novo golpe para rebaixar esse índice, a exemplo do que ocorreu em 2013. Docentes em todo o país devem dizer não. As desculpas do poder público e pelegos para sabotar o reajuste legal não passa de pura malandragem.
Da Redação
Em 2014, o índice previsto de
reajuste no Piso Nacional dos professores é 19%, segundo o próprio governo federal.
No entanto, um novo golpe contra esse reajuste legal passa a ser noticiado em
todo o país. Governadores e prefeitos, em conluio com a própria presidenta
Dilma, planejam mudar a forma de cálculo do piso para rebaixar o índice
anunciado para apenas 7,7%, a exemplo do que ocorreu em 2013, onde o reajuste
caiu, ilegal e imoralmente, de 21% para apenas 7,9%.
Direções sindicais pelegas apoiam rebaixamento
O grave e revoltante nessa
situação é que, além dos governos, a ampla maioria das representações sindicais
dos professores também apoiam mais esse golpe nos educadores. A CNTE, por
exemplo, a maior organização que congrega e representa docentes em todo o país
defende um "meio termo" na forma de cálculo do Piso e diz,
irresponsavelmente, que 10% de reajuste é aceitável. Ou seja, tal como os
governos, também quer diminuir os ganhos de seus representados. O mesmo é
seguido pela CUT. É a velha história: como manda chuva de sindicato não está
dentro de escola ou sala de aula, e nem vive de salário de professor, cair de
19% para 10% não representa nada também. Pare eles.
Velhas desculpas de governos e pelegos não colam
Para burlar a Lei do Piso
(11.738/2008) e adulterar o cálculo correto de reajuste (vide quadro ao lado),
governadores, prefeitos e a presidenta Dilma tentam convencer os docentes e a
opinião pública de que um "reajuste maior pode quebrar estados, municípios
e mesmo todo o país". Nada mais falso, algo que direções sindicais pelegas
aceitam porque mantêm laços partidários com o poder público Brasil afora, em
particular quando se trata de governos petistas e aliados.
Ora, os recursos para que essa
Lei do Piso seja cumprida, tal como foi aprovada em todas as instâncias legais,
estão garantidos em várias legislações municipais, estaduais e nessa própria
lei 11.738/2008. O artigo 4º dessa Lei, por exemplo, diz que caso um ente
federado PROVE que não pode cumprir os reajuste legais do Piso Nacional, a
União complementa com recursos financeiros. Por que nenhum governador ou
prefeito até hoje quis provar ao governo federal que não pode cumprir a Lei do
Piso? Razão simples: têm medo de que técnicos federais descubram que os
recursos para a educação pública já previstos em legislações municipais e
estaduais são desviados para fins ilícitos. Os dezenas de escândalos envolvendo
o dinheiro do Fundeb em todo o país ilustram bem essa situação.
Um caso concreto de como os professores podem garantir os reajustes legais do Piso Nacional
É possível reagir a mais esse
golpe de governos e pelegos. Em 2012, os professores estaduais do Piauí
entraram em greve por tempo indeterminado para garantir os 22% de reajuste do
Piso anunciados para aquele ano. O governador desse Estado, Wilson Martins, PSB,
mandou uma mensagem para a Assembleia Legislativa autorizando apenas 6% de
reajuste. Em seguida, mandou deputados aliados, polícia, mídia paga e a própria
direção do sindicato da categoria desmobilizar o movimento. O argumento era a
baboseira de sempre, comum em todo o país: "Não podemos dar um aumento
desse tamanho". A imprensa paga passou então a bombardear que o PIB do
Piauí é menos de 1% do nacional, que há muita pobreza... Tudo para tentar
convencer a opinião pública e os próprios professores de que o reajuste
reivindicado era irreal. Os docentes passaram por cima da mídia, enfrentaram a
polícia (muitos apanharam e foram presos várias vezes), desmoralizaram os
deputados e passaram por cima da própria direção do sindicato. Resultado: o
governo teve que ceder no reajuste de 22%, ainda que de forma parcelada dentro
do próprio ano de 2012.
Portanto, os docentes de todo o
país podem dizer não a mais esse golpe dos governos e direções sindicais
governistas. Se o índice previsto é 19% para 2014, não há por que aceitar
rebaixamento para 7,7% ou os 10% da CNTE, CUT & Cia. Contra o golpe, a
luta.
Fonte: Dever
de Classe
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