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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Espanholas registram corpo em cartório contra reforma da lei do aborto

Divulgação
A lei que tramita no Congresso restaura os limites que vigoram desde 1985 no país e permitirá interrupção da gravidez só em casos de estupro e de risco para mãe ou para o feto
13/02/2014

Da Redação

Cerca de 200 espanholas protestaram de uma forma inusitada contra a nova lei anti aborto que pode ser aprovada no país: elas registraram em cartório pedido de propriedade sobre o próprio corpo.

O ato ocorreu, no último dia 5, em cartórios de seis cidades espanholas: Madri, Barcelona, Bilbao, Sevilha, Pamplona e Pontevedra. Nas duas primeiras, os cartórios aceitaram os pedidos e já estão fazendo os trâmites necessários.

Segundo a ativista Yolanda Domíngues, o ato foi pensado para mostrar que as mulheres estão "fartas de que todo mundo decida sobre o corpo feminino".


"Foi uma maneira de reivindicar o direito de decidir sobre nosso corpo. Já que nos tratam como objetos, queremos reforçar que 'meu corpo é minha propriedade'", explicou a ativista.Yolanda também afirmou que mulheres do mundo todo, inclusive do Brasil, se mostraram animadas em realizar ações parecidas.

O premiê Mariano Rajoy apresentou o projeto anti aborto no final do ano passado. Nele, o aborto só será considerado legal na Espanha se for fruto de um estupro ou se houver risco de morte para a mãe ou para o fato. A lei vigente hoje, de 1985, considerada uma das mais avançadas da Europa, permite o aborto até a 14ª semana de gravidez sem nenhuma restrição.

Nesta terça-feira (11) o PSOE, partido de esquerda espanhol, tentou retirar o projeto da pauta do Congresso, mas acabou sendo derrotado em votação secreta.

Com informações da BBC e do Estado de S.Paulo

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