quinta-feira, 30 de junho de 2011
No dia 29 de junho do ano corrente, em Vitoria da Conquista, aconteceu a reunião do Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão - CONSEPE, onde foi definido o dia de retorno às aulas após a greve. A definição dessa data demonstra total desrespeito à nossa categoria, pois os discentes de Jequié e Itapetinga ainda estão em greve. Apesar de um caloroso debate entre estudantes e professores, alguns deles nos colocaram no lugar onde eles acham que devemos estar “em nossa insignificância” como se não fizéssemos parte desta instituição.
Referiram-se à nossa categoria de forma autoritária, impondo as suas vontades, manipulando a plenária e encaminhando a votação ao favorecimento de um calendário desrespeitoso aos discentes que se mantém em greve, conforme deliberado na última Assembléia Geral realizada no dia 21 de Junho.
Nossa categoria foi ofendida na medida em que alguns professores se referiram a nós como não integrantes da Universidade quando decidiram entrar em sala de aula sabendo que ainda estamos em greve. Alguns chegaram a dizer que nós não tínhamos nem o direito de estar em greve, alegando, vergonhosamente, que não somos categoria trabalhista. Ai fica a pergunta: “Porque nós não temos o direito de estar em greve agora? Porque quando os professores estavam em greve era interessante nossa categoria em greve?”
Nossa categoria foi ofendida na medida em que alguns professores se referiram a nós como não integrantes da Universidade quando decidiram entrar em sala de aula sabendo que ainda estamos em greve. Alguns chegaram a dizer que nós não tínhamos nem o direito de estar em greve, alegando, vergonhosamente, que não somos categoria trabalhista. Ai fica a pergunta: “Porque nós não temos o direito de estar em greve agora? Porque quando os professores estavam em greve era interessante nossa categoria em greve?”
Depois que os docentes conseguiram seu acordo salarial querem voltar às aulas nas condições precárias em que se encontra a Universidade, motivo pelo qual todos nós entramos em greve com pauta unificada. Expressamos, veementemente, nossa indignação para com estes “profissionais da educação” que não respeitam ou se importam com a nossa luta, pois até mesmo data para acabar a nossa greve sugeriram. Os professores estavam muito mais preocupados com suas férias em JANEIRO do que com o rendimento acadêmico, enfatizando, em todo momento, que mês queriam as suas férias.
Entramos em greve lutando por uma educação de qualidade e esse calendário do arrocho vergonhoso diverge das nossas bandeiras de luta.
Queremos demonstrar que estamos envergonhados com o posicionamento do nosso Reitor Paulo Roberto Pinto Santos e Pró-reitor de Graduação Prof. Luiz Artur dos Santos Cestari durante o CONSEPE, que se mostraram, na reunião, pouco interessados com os encaminhamentos estudantis, priorizando visivelmente propostas dos seus interesses.
Sabendo que os discentes de Conquista saíram da greve um dia antes do CONSEPE o nosso Excelentíssimo Reitor referiu-se ao Campus de Jequié e Itapetinga da seguinte maneira: “O campus de Conquista retornará no dia 06 de Julho. Jequié e Itapetinga, (gesticulando desprezo) se virem com o calendário depois da greve discente, que pode durar dois, três anos...”. Isso só confirmou o que o Coordenador da CODIS/SEC Sr. Clóvis Caribé disse a nós, estudantes, durante a nossa primeira reunião em Salvador, onde o mesmo tinha dito que a situação do nosso Campus se encontrava desta maneira por que o atual Reitor teve minoria de voto em Jequié para sua eleição. Não esquecendo também do Pró- reitor de Graduação que se comportou com total desprezo à categoria ESTUDANTIL.
Estamos decepcionados, envergonhados com a deliberação desse CONSELHO, pois percebemos que a verdadeira preocupação por parte da Administração como de alguns professores é o funcionamento da universidade a qualquer custo, empurrando com a barriga, sem se preocupar com a qualidade de ensino.
Mediante esses fatos lamentáveis, convocamos a todas (os) estudantes da UESB- Jequié para a Assembléia Geral Estudantil, a fim de avaliar, informar e esclarecer os acontecimentos durante a nossa greve, que vem se mostrando politicamente madura e fazendo história na construção da Universidade Pública na Bahia.
“Estudante que ousa lutar, constrói o poder popular.”
Movimento Estudantil UESB Jequié
Comando de Greve dos Discentes
Eu tenho mantido a minha postura de apoiadora da greve estudantil ontem, hoje e amanhã, porém, e como é legítimo criticar - jogo dialético fundamental para o fazer político -, espero que as minhas palavras sejam interpretadas como reflexões necessárias ao crescimento do movimento discente, e não enquanto reflexões que objetivam desqualificar o que quer que seja. Como ser humano que aceita a sua condenação à liberdade, não vejo porque somente tecer loas a tal movimento. Seria cínico da minha parte fazer isso, porque eu tal qual um dos intelectuais que me orientam (Milton Santos) sou, acima de qualquer interesse, fiel aos meus princípios. Admito o movimento estudantil da UESB, por sua coragem e ousadia, entretanto, não consigo, por mais esforço que faça, localizar o problema que se coloca agora (um calendário anômalo) como de responsabilidade dos meus pares docentes. E se me permitem uma consideração, acho no mínimo injusta a responsabilização mesmo daqueles que se posicionaram a favor da aprovação do calendário. Acho que falta a categoria discente admitir que falharam seriamente quando não firmaram um consenso sobre a continuidade da greve nos 3 campi da UESB. Isso é fato. Como também, é fato que a partir dessas decisões do Consepe, NÓS, DOCENTES E VOCÊS ALUNOS, ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO, isso é expostos a se descumprirmos as determinações de tal instâncias sofremos as consequências pelo cometimento de tal desobediência
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