A influências golpistas ainda têm representantes!
Recebido por prefeitos
paulistas em um congresso em Santos (SP) como "exemplo de gestor", o
senador Aécio Neves (PSDB-MG), apontado como provável candidato tucano à
sucessão presidencial de 2014, utilizou o termo "revolução" para se referir
ao golpe militar de 1964. A palavra "revolução" é comumente usada
pelos próprios militares para negar que tenha havido uma ditadura no Brasil, no
período de 1964 a 1985. Indagado pelos jornalistas sobre a razão de ter usado
essa expressão, Aécio tergiversou e disse apenas: "Ditadura, revolução,
como quiserem", emendando: "Ditadura, regime autoritário, que todos
nós lutamos para que fosse vencido."
O termo foi usado pelo senador
mineiro em seu discurso, no momento em que fazia um breve relato de episódios
históricos, considerados por ele exemplos que retratam a política
centralizadora do governo federal. Ao corroborar a principal reclamação dos prefeitos
sobre a concentração de poder do governo federal, dizendo que isso advém da
Proclamação da República e que se sustentou ao longo da história do País,
inclusive durante o período da ditadura militar, Aécio utilizou a expressão:
"Veio a revolução de 64, novo período de grande concentração de poder nas
mãos da União, apesar de ter sido um período em que foram criadas políticas
compensatórias para determinadas regiões menos desenvolvidas."
O senador participou nesta
manhã do 57º Congresso Estadual de Municípios e chegou ao local do evento
acompanhado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que
recentemente anunciou apoio à candidatura do senador mineiro à presidência do
partido. Alckmin e Aécio foram recebidos por um aglomerado de prefeitos que tentavam
tirar fotos com as principais lideranças do PSDB. Contudo, poucos arriscaram
gritar "Brasil urgente, Aécio presidente".
Críticas
Entre os que discursaram no
evento, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), criticou o
governo federal não só pela centralização de recursos como pela diferença entre
"o discurso oficial e prática de governo". "É preciso um novo
olhar. Precisamos de menos discurso e de mais ação", disse o prefeito,
elogiando as ações do governo estadual, às quais classificou de eficientes.
Paulo Alexandre criticou a
postura do governo federal em relação aos municípios, que, segundo ele, hoje
têm uma arrecadação reduzida e suas responsabilidades aumentadas. Para o
prefeito, é preciso haver uma desconcentração dos recursos federais e mais
autonomia dos municípios para investir em setores como educação e saúde.
Fonte: Estadão
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