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domingo, 7 de abril de 2013

Moção de Repúdio denuncia escalada fascista na PUC-SP


Moção de Repúdio ao Ato Impetrado pela Reitoria em exercício da PUC-SP


Contra todos os princípios democráticos conquistados ao longo de sua história, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo está permitindo e mantendo, através da sua representante na reitoria, uma postura nada menos que autoritária e intransigente na direção da abertura do processo administrativo instaurado contra a profa. Beatriz Abramides. A alegação é de “mau comportamento ético-moral”, por esta ter participado da manifestação dos alunos contra a instauração do Conselho Universitário, que entendem que houve quebra do diálogo institucional e reivindicam uma legítima participação da comunidade em processos decisórios, uma vez que se trata de uma instituição de ensino e não de instituição penal.

A profa. Beatriz, de fato, enquanto representante da Assembleia dos Professores da PUC-SP e conforme deliberação desta participou da manifestação. Engrossou as fileiras dos descontentes com os rumos que toma esta universidade, desprezando suas tradições e desrespeitando suas práticas democráticas, e manifestou a sua indignação. Nada mais fez do colocar em prática o direito da livre expressão.

Este quadro mostra que não se trata, pois, de mera sindicância. A fria utilização de ferramentas legais disponíveis revela nada mais que um processo demissionário. Atrás dos códigos, tal medida, fruto de insidiosa manipulação política, quer garantir a eliminação, por “causa justa”, da docente Beatriz Abramides e do que hoje ela fortemente passa a representar: o símbolo de uma resistência às iniquidades, aos mandos e desmandos que campeiam a PUC-SP,  em nome da ordem e da segurança - uma ordem repressiva e uma falsa segurança. E, com isto, pretende-se, em palavras comuns, “cortar o mal pela raiz”. Ledo engano! A docente realmente emprestou a sua voz para clamar o resgate da autonomia/democracia universitária – tão em baixa nesses corredores que já conheceram momentos na História de nosso país -, mas não é a única voz. Tantas outras existem e tantas outras estão se revelando, multiplicando-se a cada dia e encontrando eco em outros espaços, inclusive para além do setor universitário.

Através desta moção, hoje, somos todos Bia Abramides, somos todos uma PUC-SP democrática, sem intervenções autoritárias, nem golpes espúrios, nem mesmo Golias travestidos em senhores da ordem.

Sob pena de se ver a Educação ser freada e desvirtuada, de ter uma universidade nada significativa, temos que refletir. De que tem medo a PUC-SP? De revelar a sua face oculta? Lembramos aqui que as páginas bíblico-históricas celebram a inevitável vitória de David.

Manifestamos o nosso repúdio e colocamos a nu, aqui e agora, a nossa indignação. Pela retirada imediata do processo administrativo contra a professora Bia Abramides e não abertura de nenhum outro processo político a nenhum professor, estudante ou funcionário.

São Paulo, 03 de abril de 2013

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