Desenvolvimento sobe 47,5% e
vai de 'muito baixo' para 'alto' em duas décadas
30% dos municípios, porém,
seguem mal em ensino; índice da ONU também avalia renda e expectativa de vida
DE BRASÍLIA
O Índice de Desenvolvimento
Humano dos municípios brasileiros subiu 47,5% em duas décadas --saindo do nível
"muito baixo" para outro considerado "alto".
A melhoria das cidades ocorreu
tanto em renda da população como em longevidade e educação. Os três quesitos
são a base do IDHM --uma versão local do IDH utilizado pela ONU em avaliações
de desenvolvimento social em países do mundo.
Mesmo sendo a área que mais
evoluiu, a educação ainda é a única que alcança só um nível "médio"
--que rebaixa a nota dos municípios.
As conclusões fazem parte do
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. A pesquisa da ONU é feita com
ajuda do Ipea (instituto ligado à Presidência da República) e da Fundação João
Pinheiro, do governo mineiro.
Os dados foram calculados com os
Censos de 1991, 2000 e 2010 --não captam, portanto, a gestão Dilma Rousseff.
Um dado emblemático do novo
cenário é a quantidade de municípios de IDHM "muito baixo". Em 1991,
eram 85,8%. Em 2010, só 0,6%.
O índice repete um modelo do
IDH mundial ao usar os três indicadores sociais, que variam de 0 (pior) a 1
(melhor). No entanto, as variáveis globais e locais de cada categoria são
diferentes, impedindo que sejam comparados.
O IDHM brasileiro, de acordo
com os atuais critérios, era de 0,493 em 1991 --próximo do teto da
classificação "muito baixo", que é 0,499.
Após quase dez anos, subiu
24,1% e chegou sob FHC a 0,612 --ou "médio", segundo a escala
estabelecida.
Na década seguinte, dominada
pelo governo Lula, continuou crescendo (18,7%) e alcançou em 2010 a marca de
0,727 --quebrando a barreira de 0,700, a partir da qual o IDHM é tido como
"alto".
O quesito social que mais chega
perto da nota máxima de 1 é longevidade (expectativa de vida ao nascer).
Seu índice é de 0,816. Ele foi
beneficiado pela queda da mortalidade infantil --de 47% entre 2000 e 2010.
Em seguida está a renda (mensal
per capita), com 0,739. Já educação tem 0,637.
Quase 30% das cidades
brasileiras têm nota considerada "muito baixa" em educação. E só
cinco têm índice considerado "muito alto".
Segundo Marcelo Neri,
presidente do Ipea, programas de transferência de renda não tiveram tanto peso
no IDHM. "O Bolsa Família é um coadjuvante." O Atlas, para ele,
mostra que "a evolução é extraordinária, mas os indicadores ainda são
muito ruins".
O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, disse que a prioridade deve ser "diminuir a desigualdade
regional".
Fonte: Folha
de S.Paulo
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