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quarta-feira, 17 de julho de 2013

PODEMOS APOSTAR NA REFORMA POLÍTICA?

Um convite ao fórum de debates


OS PROTESTOS QUE ABALARAM O BRASIL no mês de junho representaram um grito de indignação, de descontentamento com toda a exploração social da CLASSE TRABALHADORA. A combatividade e a insatisfação exposta pela massa questionam a condição de exploração crescente sobre o conjunto da população. Os trabalhadores unidos realmente assustam as classes dominantes. O que fazer então para que as coisas não saíssem do controle? Era o que se perguntava o governo. A “resposta” dada foi uma REFORMA POLÍTICA que, de fato, não passa de uma mera ilusão para embaçar ainda mais os olhos dos trabalhadores.

A ideia de uma reforma política, dentre outros atos da fração da burguesia à frente do Estado, foi apresentada para causar um efeito desmobilizador e para fortalecer a mistificação democrática e suas ilusões.

Os diversos partidos institucionais, nas suas mais variadas colorações, independente de como se posicionam perante a sociedade, à esquerda ou à direita, são aparelhos da burguesia para a administração do capitalismo. A eleição de Lula em 2002 representou para a burguesia uma alternativa para administrar o CAPITALISMO EM CRISE, exatamente pela capacidade do PT e seus aliados da esquerda de serem os mais capacitados para conter as reivindicações. Juntamente com os sindicatos e movimentos sociais, mantiveram o controle, inclusive enquadrando na ordem capitalista as demandas da classe operária e do conjunto do proletariado.

O PT, a presidente Dilma e seus aliados defenderam o plebiscito, ou seja, a população seria consultada sobre algumas questões relevantes antes da elaboração das leis. Assim, a população diz o que quer que seja aprovado ou não. No entanto, o plebiscito foi rejeitado pela Câmara dos Deputados, que apoia a criação do referendo, em que a lei é criada e a população ratifica ou rejeita a proposta.

Porém, em nenhum dos modelos as questões são definidas pelos trabalhadores, elas são sempre IMPOSTAS PELO GOVERNO e tem como objetivo criar a ilusão de que contém questões de interesses reais da classe trabalhadora.

O voto é um mero cumprimento de uma obrigação “legal”, e não um método para alcance de melhorias reais para a população que escolhe seus representantes. Qualquer tipo de consulta com o intuito de embasar modificações por representantes políticos constitui uma farsa, porque o que se muda é apenas a forma e não a estrutura da sociedade. Além de manter viva a ilusão da possibilidade de uma via pacífica e progressiva para a transformação social, que acomoda os trabalhadores a aceitarem pequenas REFORMAS PONTUAIS como um “cala a boca” para os manifestantes.

Para TRANSFORMAR A SOCIEDADE, a classe trabalhadora deve desenvolver sua luta, sua unidade, sua solidariedade e, sobretudo, sua CONSCIÊNCIA DE CLASSE. Para isso, é preciso que ela discuta entre si seus anseios, suas insatisfações, para, dessa forma, desenvolver sua compreensão de mundo e entender esse sistema em que vivemos, desenvolvendo sua possibilidade real de luta.

As manifestações são a expressão de um descontentamento. Esta efervescência incrível, esta criatividade das massas em ação que caracteriza nossa classe na luta. Somente a massa de excluídos nas ruas será a única forma de barrar as medidas do ESTADO que só sacrificam o povo em favor de ganhos privados. Só uma mobilização contínua e crescente impõe derrotas à classe dominante. Não queremos que se mude a arma que bate na população, como na proposta da reforma política, mas sim destruir de vez a sociedade de classes e todas suas formas de domínio, inclusive o próprio Estado.

É preciso permitir todas as forças espontâneas de luta das massas, fortalecer sua resistência e auto-organização. As manifestações do Brasil e Turquia demonstraram que só a ação direta dos trabalhadores pode combater e frear os intentos do poder dos capitalistas. As velhas formas de direções, tais como os SINDICATOS e os PARTIDOS da ordem nada mais são que aparelhos utilizados pela burguesia na manutenção dos seus interesses de classe exploradora. Historicamente, eles tem servido para enquadrar o movimento sob as diretrizes do capitalismo, já que eles são partes fundamentais do Estado.

Os trabalhadores devem assimilar que, ao contentar-se com as liberdades democráticas, com promessas de governantes, permitem que a BURGUESIA infiltre e destrua seus movimentos de luta contra o capitalismo. Da mesma forma, desenvolve uma forte REPRESSÃO e VIOLÊNCIA. A força dos trabalhadores está ligada à sua função social de produtores da riqueza social, na sua solidariedade com os outros trabalhadores, fora do corporativismo.

Essas formas de luta por dentro do Estado apenas levam as organizações políticas a serem controladas por ele. DEVEMOS LUTAR CONTRA O ESTADO, E NÃO ATRAVÉS DELE. Esse órgão defende claramente os interesses das classes dominantes, e nunca criaria meios para a sua derrubada. É ainda um obstáculo ao desenvolvimento da consciência dos trabalhadores, impedindo que nesse período de aprofundamento da crise a classe trabalhadora se volte à destruição do capitalismo.

Deve-se ficar claro que, as lutas por melhorias imediatas, como pelo transporte público, pelo aumento de salários e por outras coisas mais, são totalmente válidas. São elas que, historicamente, constroem a consciência da classe trabalhadora. É preciso encontrar lutas a curto prazo que nos conecte aos nossos objetivos a longo prazo. Mas não devemos nos iludir pensando que as lutas imediatas vão acabar de vez com a exploração dos trabalhadores. A exploração continuará de pé enquanto o capital continuar a se reproduzir e a classe dominante deter o poder econômico e político. Precisamos pensar na construção de uma sociedade que satisfaça as necessidades humanas, onde valores como união, solidariedade e confiança coletiva sejam corriqueiros em vez da divisão, da concorrência e individualismo que impera no capitalismo.

Neste sentido, convidamos você para participar de um FÓRUM DE DEBATES onde todas estas questões serão avaliadas.

QUANDO? 20 de Julho (Sábado), às 15h.
ONDE? Rua dos Fonsecas, nº 30, Centro (Atrás da Catedral, próximo a Band FM).

CCI - Corrente Comunista Internacional
LABUTA

Trabalhadores e estudantes independentes

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