Um convite ao fórum de debates
OS PROTESTOS QUE ABALARAM O
BRASIL no mês de junho representaram um grito de indignação, de
descontentamento com toda a exploração social da CLASSE TRABALHADORA. A
combatividade e a insatisfação exposta pela massa questionam a condição de
exploração crescente sobre o conjunto da população. Os trabalhadores unidos
realmente assustam as classes dominantes. O que fazer então para que as coisas
não saíssem do controle? Era o que se perguntava o governo. A “resposta” dada
foi uma REFORMA POLÍTICA que, de fato, não passa de uma mera ilusão para
embaçar ainda mais os olhos dos trabalhadores.
A ideia de uma reforma
política, dentre outros atos da fração da burguesia à frente do Estado, foi
apresentada para causar um efeito desmobilizador e para fortalecer a mistificação
democrática e suas ilusões.
Os diversos partidos
institucionais, nas suas mais variadas colorações, independente de como se
posicionam perante a sociedade, à esquerda ou à direita, são aparelhos da
burguesia para a administração do capitalismo. A eleição de Lula em 2002
representou para a burguesia uma alternativa para administrar o CAPITALISMO EM
CRISE, exatamente pela capacidade do PT e seus aliados da esquerda de serem os
mais capacitados para conter as reivindicações. Juntamente com os sindicatos e
movimentos sociais, mantiveram o controle, inclusive enquadrando na ordem
capitalista as demandas da classe operária e do conjunto do proletariado.
O PT, a presidente Dilma e seus
aliados defenderam o plebiscito, ou seja, a população seria consultada sobre
algumas questões relevantes antes da elaboração das leis. Assim, a população
diz o que quer que seja aprovado ou não. No entanto, o plebiscito foi rejeitado
pela Câmara dos Deputados, que apoia a criação do referendo, em que a lei é
criada e a população ratifica ou rejeita a proposta.
Porém, em nenhum dos modelos as
questões são definidas pelos trabalhadores, elas são sempre IMPOSTAS PELO
GOVERNO e tem como objetivo criar a ilusão de que contém questões de interesses
reais da classe trabalhadora.
O voto é um mero cumprimento de
uma obrigação “legal”, e não um método para alcance de melhorias reais para a
população que escolhe seus representantes. Qualquer tipo de consulta com o
intuito de embasar modificações por representantes políticos constitui uma
farsa, porque o que se muda é apenas a forma e não a estrutura da sociedade.
Além de manter viva a ilusão da possibilidade de uma via pacífica e progressiva
para a transformação social, que acomoda os trabalhadores a aceitarem pequenas
REFORMAS PONTUAIS como um “cala a boca” para os manifestantes.
Para TRANSFORMAR A SOCIEDADE, a
classe trabalhadora deve desenvolver sua luta, sua unidade, sua solidariedade
e, sobretudo, sua CONSCIÊNCIA DE CLASSE. Para isso, é preciso que ela discuta
entre si seus anseios, suas insatisfações, para, dessa forma, desenvolver sua
compreensão de mundo e entender esse sistema em que vivemos, desenvolvendo sua
possibilidade real de luta.
As manifestações são a
expressão de um descontentamento. Esta efervescência incrível, esta criatividade
das massas em ação que caracteriza nossa classe na luta. Somente a massa de
excluídos nas ruas será a única forma de barrar as medidas do ESTADO que só
sacrificam o povo em favor de ganhos privados. Só uma mobilização contínua e
crescente impõe derrotas à classe dominante. Não queremos que se mude a arma
que bate na população, como na proposta da reforma política, mas sim destruir
de vez a sociedade de classes e todas suas formas de domínio, inclusive o
próprio Estado.
É preciso permitir todas as
forças espontâneas de luta das massas, fortalecer sua resistência e
auto-organização. As manifestações do Brasil e Turquia demonstraram que só a
ação direta dos trabalhadores pode combater e frear os intentos do poder dos
capitalistas. As velhas formas de direções, tais como os SINDICATOS e os
PARTIDOS da ordem nada mais são que aparelhos utilizados pela burguesia na
manutenção dos seus interesses de classe exploradora. Historicamente, eles tem
servido para enquadrar o movimento sob as diretrizes do capitalismo, já que
eles são partes fundamentais do Estado.
Os trabalhadores devem
assimilar que, ao contentar-se com as liberdades democráticas, com promessas de
governantes, permitem que a BURGUESIA infiltre e destrua seus movimentos de
luta contra o capitalismo. Da mesma forma, desenvolve uma forte REPRESSÃO e
VIOLÊNCIA. A força dos trabalhadores está ligada à sua função social de
produtores da riqueza social, na sua solidariedade com os outros trabalhadores,
fora do corporativismo.
Essas formas de luta por dentro
do Estado apenas levam as organizações políticas a serem controladas por ele.
DEVEMOS LUTAR CONTRA O ESTADO, E NÃO ATRAVÉS DELE. Esse órgão defende
claramente os interesses das classes dominantes, e nunca criaria meios para a
sua derrubada. É ainda um obstáculo ao desenvolvimento da consciência dos
trabalhadores, impedindo que nesse período de aprofundamento da crise a classe
trabalhadora se volte à destruição do capitalismo.
Deve-se ficar claro que, as
lutas por melhorias imediatas, como pelo transporte público, pelo aumento de
salários e por outras coisas mais, são totalmente válidas. São elas que,
historicamente, constroem a consciência da classe trabalhadora. É preciso
encontrar lutas a curto prazo que nos conecte aos nossos objetivos a longo prazo.
Mas não devemos nos iludir pensando que as lutas imediatas vão acabar de vez
com a exploração dos trabalhadores. A exploração continuará de pé enquanto o
capital continuar a se reproduzir e a classe dominante deter o poder econômico
e político. Precisamos pensar na construção de uma sociedade que satisfaça as
necessidades humanas, onde valores como união, solidariedade e confiança
coletiva sejam corriqueiros em vez da divisão, da concorrência e individualismo
que impera no capitalismo.
Neste sentido, convidamos você
para participar de um FÓRUM DE DEBATES onde todas estas questões serão
avaliadas.
QUANDO? 20 de Julho (Sábado),
às 15h.
ONDE? Rua dos Fonsecas, nº 30,
Centro (Atrás da Catedral, próximo a Band FM).
CCI - Corrente Comunista Internacional
LABUTA
Trabalhadores e estudantes
independentes
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