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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Chile: estudantes deixam mesa de negociação e voltam às ruas

No dia do 23° aniversário da vitória do "não" no plebiscito que derrotou a ditadura do general Augusto Pinochet, estudantes secundaristas e universitários deixam mesa de negociação afirmando que o governo não quer negociar nada, especialmente sobre o tema da gratuidade do ensino no país. No mesmo dia, oposição chilena reunida na Concertação apresenta documento propondo "nova maioria social e política" no Chile. Nesta quinta, cerca de 100 mil estudantes saíram às ruas defendendo mudanças no sistema educacional do país. A reportagem é de Christian Palma, direto de Santiago.


Era um dia histórico para o Chile. No entanto, a alegria não chegou para os estudantes que participaram na quarta-feira da segunda reunião da chamada mesa de diálogo pela educação entre o governo e os líderes do movimento. Paradoxalmente, o conceito de alegria era justamente o ponto central do slogan criado pela Concertação de Partidos pelo "Não" (atual Concertação opositora que conta com os partidos Socialista, Radical, PPD e Democracia Cristã), na campanha publicitária que pedia o voto contra a permanência de Augusto Pinochet no poder.

No dia 5 de outubro de 1988 a opção “não” venceu, o que impediu que o ditador seguisse no governo até 1997. Nesse marco, os estudantes secundaristas e universitários se retiraram da mesa de diálogo, após o governo de direita de Sebastian Piñera reafirmar que não é possível a educação gratuita no país.
A decisão foi anunciada depois que os “pinguins” (secundaristas) e os representantes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e do Colégio de Professores se reunirem por mais de três horas com o ministro da Educação, Felipe Bulnes, e membros de seu gabinete. Na primeira reunião, realizada dia 29 de setembro, já houve tensão pois o Ministério exigia o término das ocupações nas escolas e a volta às aulas para seguir as negociações.
Na chegada dos dirigentes estudantis para a segunda reunião, eles manifestaram a falta de vontade do governo para buscar uma solução para o tema da educação, produto das declarações realizadas no domingo anterior por Sebastian Piñera sobre a impossibilidade de uma educação gratuita, e a assinatura do projeto que cria os delitos de saques e ocupações, entre outros, e endurece as sanções contra quem perturbe a ordem pública durante marchas e manifestações. Um ataque à principal arma de pressão dos estudantes.
Ao término da reunião, em meio às manifestações de estudantes em frente ao Ministério, o porta-voz dos estudantes, Alfredo Vielma, assinalou que “não vimos nenhuma disposição do governo para dialogar. Nós tratamos de apresentar as disjuntivas com a proposta do governo e o governo disse, bem, nós sempre tivemos vontade de conversar, mas não podemos retê-los aqui”.
Neste cenário, “nós, estudantes secundários, decidimos romper a mesa de diálogo porque consideramos que o governo se mostrou intransigente com sua postura”, acrescentou Vielma. Mais gtarde, Camila Vallejo, líder da Confech e da Universidade do Chile, somou-se à decisão dos “pinguins” dado o avanço nulo das conversações e “a pouca capacidade de diálogo do governo”. Com isso, as negociações voltaram outra vez ao ponto zero, enquanto era convocada para esta quinta uma nova marcha massiva em Santiago e nas principais cidades do país.
Para ler a matéria na íntegra, clicar CARTAMAIOR

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