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sábado, 8 de outubro de 2011

A JUSTIÇA DO HOMEM


Gleise Kelly Trindade Lima*
A Justiça decretou
Há pouco tempo atrás
A prisão de um rapaz
Que um roubo praticou.
Quando na prisão chegou
Antes de na sela entrar
Ele pediu pra falar
Com o senhor delegado
E em seguida revoltado
Resolveu desabafar:

- Seu doutor sabe que errei
Por um roubo praticar
Mas quero aqui registrar
Nos arquivos dessa lei
O porquê que eu roubei
E os objetos roubados
Para que os magistrados
No julgo de uma sentença
Analise a diferença
Nos delitos praticados

“Sei que nada justifica
O ato de alguém roubar
Mas eu não quis enricar
Como muito gente enrica
E agora a justiça fica
Maltratando o indigente
Que roubou por ser carente
E não pelo consumismo
E este sensacionalismo
De vocês é indecente.

Quem não merece o xilindró
É Maluf, é Celso Pitta
Porque que justiça evita
Desvendar esse mocó?
E o Galdino Pataxó?
- o índio carbonizado
E o painel violado?
E os políticos Amebas

Que sugam todas as verbas
Do nosso coitado?

E a chacina da Candelária
A de vigário Geral
E o doutorzinho Lalau
Com riqueza fundiária;
E propina bilionária
Que deixa esse povo ileso
A mando dos promotores
Eram os corruptores
E não um pobre indefeso.

Paulo Maluf treiteiro
Que sai na televisão
Com toda convicção
Dizendo que o dinheiro
Desviado para o estrangeiro
Nunca passou por sua mão;
Esse não é dele então
Já que grana boa
Por que a justiça não doa
A uma instituição?

Sei que vou cair na peia
Por pegar essa merreca
Que nem levei na cueca
Acho isso coisa feia.
Sei que vou pra cadeia
Mofar dentro da prisão
E nem terei proteção
Nem serei absolvido
Por falta de mensalão.

E o juiz Pedro Pessi
Que assassinou o vigia
Agiu com covardia
E depois não ta nem aí.
Estou falando isso aqui
Pra que seja relembrado
E também analisado
Este ato atrevido
Inclusive, eu duvido
Que ele seja condenado.

Queira agora me levar
Já falei o que queria
Pratiquem a covardia

Mas não deixem de explicar
Quando alguém vos perguntar
O motivo da prisão
Explique toda a razão
Fale tudo sem preguiça
Fale também que a justiça
Prendeu mais um cidadão.

Diga pra sociedade
Que a honra de vocês
É levar para o xadrez
Um bandido de verdade
De periculosidade
Desempregado e mesquinho
Que roubou para o filhinho
Numa barraca na feira
Uma simples mamadeira
E uma lata de Ninho.

*Estudante do 3º ano do Colégio Estadual Manoel Francisco Caires, de Dom Basílio, Bahia. Este cordel venceu em 1º lugar - disputando com outras 22 concorrentes, no 3º Tempos de Artes Literárias Regional - TAL, ocorrido no último dia 21 de setembro, em Brumado.

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