Assessor de Fernando Haddad nega, mas contra documentos...
por Conceição Lemes
Alexandre Felix nos enviou este e-mail:
“Prezados amigos,
Tenho acompanhado de perto a greve dos professores do Instituto Federal de SP.
Faz mais de 2 meses que alguns setores estão paralisados, reivindicando melhores condições de trabalho.
O reitor, em atitude extremamente autoritária, aumentou consideravelmente o números de aulas, comprometendo a qualidade dos serviços.
É histórico que o Instituto preza por essa qualidade, e os professores da instituição também, pelo menos os grevistas, penso eu.
Os professores sempre tentaram a negociação com a reitoria, porém sem sucesso, já que a postura deles é autoritária, como mencionei há pouco.
As negociações continuam, mas os autoritários agora são outros.
Seguem anexos dois documentos.
Foi extremamente frustrante ler o documento do MEC assinado pelo senhor Eliezer Moreira Pacheco.
Tal documento solicita uma “lista negra” com os nomes e dados dos grevistas e também providências quanto à suspensão do pagamento dos dias paralisados.
É com muita tristeza que concluo que este governo não se compromete mais com os trabalhadores.
O que é isso? Um secretário ligado ao PT ameaçando professores?
O que houve com essa gente? O que houve com o passado dessa gente?
Como os professores, me sinto humilhado, como se minha alma fosse alvejada por balas de borrachas da PM . . . Talvez em breve o Governo Federal ache legitimo a PM atirar borracha e bombas de efeito moral em trabalhadores, eu não ficaria surpreso.
Por favor, publiquem meu e-mail e os documentos anexos.
As pessoas precisam saber da situação desses professores e da resposta autoritária do governo.
Muito obrigado”
Um dos documentos anexados é o ofício-circular nº 127 da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), assinado pelo secretário Eliezer Moreira Pacheco. Está abaixo:
A greve não atinge apenas os professores do Instituto Federal de São Paulo. Tanto que o outro documento anexado por Alexandre Felix é o comunicado do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, repudiando a circular do MEC.
A POSIÇÃO DO MINISTRO FERNANDO HADDAD
Eu conversei há pouco com o jornalista Nunzio Briguglio, assessor de imprensa de Fernando Haddad, Ministro da Educação e provável candidato à prefeitura de São Paulo nas próximas eleições.
Viomundo — Estou aqui com a circular da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, que fala em corte de ponto dos professores em greve e pede para identificar explicitamente o nome e a matrícula dos aderentes. O MEC está criando uma “lista negra”, como disse o leitor que nos enviou a denúncia?
Nunzio Briguglio – Não tem “lista negra” nenhuma. O que aconteceu é o seguinte. O ministro está negociando, negociando, o pessoal está parado há dois meses, não dá mais para continuar assim. Então o ministro Fernando Haddad decidiu na segunda-feira cortar o ponto de quem não comparecer para dar aula. Mas é só cortar o ponto e não pagar os dias parados. Para fazer isso é preciso ter a lista dos nomes. Não tem nada a ver com “lista negra” de perseguição.
Viomundo — Quer dizer que o ministro Fernando Haddad está ciente dessa circular assinada pelo secretário Eliezer Moreira Pacheco?
Nunzio Briguglio? – Claro, foi ordem dele.
Viomundo — E por que atingir o pessoal que ainda está em estágio probatório?
Nunzio Briguglio — Porque, embora não sejam efetivos, estão fazendo greve também. Mas não tem nada a ver com “lista negra” para perseguir alguém. É apenas para cortar o ponto dos faltantes.
Fonte: Viomundo
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