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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O magistério estadual em 2012

Foto: Blog do Adylson Machado

Juliana Brito
31/01/13
Estamos chegando na Bahia ao final de um dos mais difíceis anos letivos, o de 2012, em que ocorreu uma das greves mais longas e dramáticas do magistério estadual. Os professores lutaram, sem sucesso, pela implementação de uma lei que desde 2008 continua a ser ignorada e desrespeitada, a Lei Nacional do Piso do Magistério. Nesse período, muita coisa não aconteceu nas escolas baianas, entre elas: aprendizagens significativas e valorização dos profissionais da educação.

Tenho uma incômoda certeza, que a função social da escola tem sido apenas a de ser um cárcere provisório para nossas crianças e jovens. Não há uma preocupação real da sociedade do que se faz e se aprende nos ambientes escolares, apenas querem que os meninos fiquem "guardados lá dentro", de preferência, o maior tempo possível. Aceita-se a extensão interminável dos dias de aula, por não contarem com nenhum outro espaço de convivência e sociabilidade para seus filhos. Quem está lá dentro, militando pela causa, luta contra a correnteza, sonhando em produzir um outro tipo de educação, no entanto, muitos já não conseguem nadar e se entregam as ondas do desânimo e da alienação, quando não submergem de vez, morrendo afogados. Há muitos mortos-vivos nas escolas. Como gerar vida e esperança nessa conjuntura?

Me constrange ver a passividade dos pais e dos próprios alunos quanto às migalhas que lhes são oferecidas. Sei, que essa atitude é historicamente construída e reforçada por todos os veículos possíveis, mas sempre me assusto com o grau de mansidão e passividade das pessoas. De tanto ouvirem que não são, que não podem, acham que não merecem algo melhor. As leis permanecem como letras mortas e só servem para proteger a propriedade privada; as instituições com seus burocratas hipócritas fingem funcionar; o Legislativo não fiscaliza; o Executivo e o Judiciário não defende o direito e a justiça etc.

Apesar de tudo isso, há nas escolas baianas muitas veias pulsando, cabeças pensantes, corações que sentem e ousam sonhar, jovens de potencial e personalidade que não se entregam e teimam em continuar vivos e querendo aceitação, acolhimento, valorização, anseiam por alguém que lhes digam "vocês podem mais", "vocês merecem mais" e que lhes ensinem conhecimentos pertinentes. Nunca uma educação emancipadora foi tão necessária como agora!

31/01/13 Ainda falta 21 dias para o encerramento do ano letivo de 2012.

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