Ao governo do estado e às reitorias de USP, UNESP e UNICAMP
Os recentes fatos ocorridos na
cidade de São Paulo, com a brutal repressão de uma polícia herdeira do Regime
civil-militar à manifestantes desarmados e patentemente pacíficos, são o fecho
da militarização crescente do estado de São Paulo e do tratamento das
reivindicações e movimentos sociais como caso de polícia. Incêndios de favelas,
Pinheirinho, invasão da USP pela Tropa de Choque, repressão à professores em
luta, ocupações de terra e de edifícios abandonados que são despejados sob
balas, enquanto pipocam esquadrões da morte e a juventude negra e pobre das
periferias sofre nas mãos da Polícia Militar assassina e racista, à serviço de
Geraldo Alckmin e das elites paulistas.
O povo trabalhador de São
Paulo, o povo trabalhador do Brasil e do mundo está cansado! Enquanto cortam
nossos direitos, financiam uma Copa do Mundo literalmente para inglês ver.
Enquanto os políticos fazem a farra da corrupção, precarizam a saúde, a
educação e o transporte público, que vão à falência. O dinheiro público
financia grandes bancos, empresas e especuladores: a verba vem de nossos
direitos arrancados. Agora, mais uma vez, querem nos calar; agora, mais uma
vez, manifestar-se virou justificativa para cacetadas e prisões.
São os políticos brasileiros
que merecem prisão, não a juventude que sonha e que luta pela construção de um
mundo melhor. As bancadas parlamentares --- verdadeiras bancadas de negócios
sujos --- merecem ser caladas, nunca jornalistas que denunciam a repressão
policial.
Diante da força bruta e
engessada das instituições do estado, resta-nos a força pulsante das massas em
luta. Nós, estudantes da UNESP, em greve desde 17 de abril, por medidas que
garantam que estudantes de baixa renda concluam seus cursos, por democracia nas
universidades e contra a falsa política de cotas do mesmo governo estadual;
nós, a mocidade universitária de todo o estado, reunidos em um Conselho de
Entidades Estudantis da UNESP-FATEC, no campus de Marilia, em mais de cinquenta
CA's e DA's, totalizando mais de 400 estudantes, não vemos outra alternativa
senão avançar para métodos mais radicalizados, a fim de mostrar nossa
disposição de combater até as últimas consequências a repressão que
institucionalizou-se em São Paulo.
Hoje, paramos as rodovias de
Marília; amanhã, serão rodovias de todo o estado. Ao Magnífico Reitor da UNESP,
o recado é claro: estamos cansados de enrolação nas negociações. Ou a reitoria
avança em nossos direitos, ou avançaremos ainda mais em nossa mobilização.
Aos estudantes de USP, UNICAMP,
UFSCAR, UNIFESP, secundaristas e juventude em geral: agora é a hora de nos
levantarmos! Estamos distribuídos por todo o estado. Temos de reprimir a
repressão com todas as nossas forças, ou perigamos voltar a tempos que todos
achavam passados. Avante estudantes, avante movimentos sociais, avante
trabalhadores, trabalhadoras e sindicatos. Não temos nenhum tempo à perder; o
medo alimenta o Estado: a ousadia é a arma da juventude e o pavimento das
conquistas. Avante: rumo à vitória.
Marília, 16 de junho de 2013
Conselho de Entidades Estudantis
da UNESP-FATEC
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