Juliana Brito 20/06/13
No novo que queremos não cabe o
câncer do conservadorismos que criminaliza os movimentos sociais, persegue e
pune os diferentes, decide sobre a sexualidade e o corpo de homens e mulheres,
não cabe também pautas da idade média, o fundamentalismo religioso, a
degradação ambiental, a violência contra a população da periferia e sobretudo
contra os jovens negros. Não cabem golpes para trocar governantes, como se isso
resolvesse o problema. 64 ainda está vivo em nossa memória, muitas cicatrizes
ainda doem.
Por mais assustador que o novo
seja ele é melhor que a inércia. Ele traz um germe imprevisível cujo DNA ainda
não pode ser desvendado. Talvez ele possa romper com as antigas tutelas e
formas tradicionais de lutas, talvez ele seja capaz de promover o encontro dos
anseios do asfalto e do morro, talvez. Talvez ele possa acolher contribuições
de antigos combatentes, ganhar experiência e massa crítica. Talvez ele invente
formas novas de ser e estar nas ruas, nas escolas, no trabalho, no esporte, na
igreja etc. Ou talvez ele seja apenas mais uma catarse e logo se diluirá,
apenas uma folha amarelada na história.
O novo que queremos precisa ser
melhor e gerar novas formas de convívio social, novas formas de experimentar a cidadania.
Dá medo e esperança.
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